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BMW e Audi mostram maneiras diferentes de se lidar com emissões
Uma das coisas que nunca entendi realmente neste afã do primeiro mundo em acabar com as emissões via o ineficiente carro elétrico, é como não se investe também em usinas de captura de carbono; além de reduzir emissões, a limpeza das já existentes me parece um movimento lógico, principalmente porque não existe ainda a tal energia limpa; ela tem que ser produzida em algum lugar.
Também me parece uma loucura que não há incentivo, olhando por este prisma, para quem mantém seus carros antigos em bom estado de conservação, não para mostrar em exposições, mas em uso mesmo. Trocar carro todo ano por um zero km, elétrico ou a gasolina, é pior para a sustentabilidade do planeta do que um carro de 20 anos em bom estado que nunca será trocado. Mas esta pelo menos entendo o motivo: é contra os interesses da indústria.
Pois bem, hoje apareceram duas notícias que mostram que, supondo que você concorda comigo, não estamos sozinhos.
Primeiro, uma executiva da BMW, Monika Dernai, chefe de sustentabilidade da empresa, falou recentemente para uma audiência em Londres sobre como a indústria automotiva pode reduzir seu impacto ambiental e desperdício. A ideia de Dernai é manter os veículos que estão atualmente em uso, mas que estão ficando velhos, novos e modernos atualizando-os. Se você pensou “restomod” esta parece ser a ideia mesmo. Um executivo de fabricante falar isso é uma baita surpresa, e espero sinceramente que a Dona Monika ainda tenha um emprego amanhã.
Disse ela: “Realmente precisamos pensar em prolongar a vida útil dos carros; não ter um mercado de carros usados onde você vende carros uns aos outros, mas talvez pegar um carro e estenda sua vida útil. A ideia pode ser que você possa modernizar o interior. Precisamos de novos conjuntos de habilidades no mercado de reposição e projetar carros para que o banco possa ser removido e um banco novo possa ser colocado – então é um carro usado que parece um carro novo”.
Mas ainda mais interessante é o anúncio da Audi. A empresa diz que está trabalhando com a empresa austríaca Krajete para desenvolver sistemas de captura de carbono (Direct Carbon Capture, ou DAC) em conjunto. Uma fábrica recentemente estabelecida na Áustria é baseada em um material de filtro inorgânico que pode adsorver (moléculas ou átomos depositados em uma superfície) uma alta proporção de moléculas de CO2.
Estes são então absorvidos quimicamente em um processo seguinte, com o ar filtrado livre de CO2 sendo liberado de volta para a atmosfera. No processo que está sendo desenvolvido pela Audi e Krajete, as condições de temperatura e pressão necessárias para coletar (adsorver) e removê-los (absorver) são as mesmas, o que geralmente não é o caso. Como resultado, mais CO2 pode ser removido num dado período de tempo.
De acordo com a Agência Internacional de Energia, existem 18 usinas DAC operando na Europa, Estados Unidos e Canadá hoje, capturando cerca de 10.000 toneladas de CO2 por ano. Uma única planta está em um estágio de “desenvolvimento avançado” nos EUA que irá engolir 1Mt (1.000.000 toneladas) por ano.
O que muita gente não quer dizer é o seguinte: é sim possível capturar todo o carbono emitido com usinas deste tipo, apesar do investimento para isso ser imenso. Faz a gente pensar, não? (MAO)
Hurtan Grand Albaycín: um Miata retrô espanhol
Isto é algo diferente e estranho, mas no mínimo interessante: um encarroçador espanhol criou um roadster retrô em cima do Mazda Miata. Trata-se da Hurtan Automóviles, de Granada. Esta empresa desde 1992 cria estranhos carros modernos reestilizados para parecerem (ainda que vagamente) carros dos anos 1930/1940/1950. Agora está comemorando seu 30º aniversário com uma oferta até que convincente: um sofisticado Mazda MX-5 Miata reestilizado chamado Grand Albaycín.
O carro é baseado no Miata ND, e serão fabricados apenas seis deles, todos com designs retrô que não deixa muito do Miata original do lado de fora; apenas olhando o interior é que se tem certeza de onde ele veio.
A mecânica do Mazda permanece inalterada; na Europa pode vir com um 1,5 litro de 132 cv, ou um 2 litros de 184 cv; câmbio manual ou automático está disponível para ambos os motores. Não é um carro para todo mundo, mas pelo menos é criativo; e não há dúvida de que a cabine é muito mais luxuosa.
Hurtan não está apenas modifica Miatas; existe também o Hurtan Author, baseado no Chrysler PT Cruiser, e o Hurtan Route 44, um Fiat Ducato / Ram ProMaster com uma aparência retrô. Há tembém o Hurtan Vintage, um Jeep Wrangler com uma reforma inspirada na década de 1930. Doido? Certamente. Mas uma forma bem legal de loucura, e uma que ri da seriedade com que muita gente encara seus automóveis. (MAO)
VW mostra expansão de seu acervo histórico no Brasil
Nenhuma surpresa aqui: as vendas do Gol Last Edition se encerraram já, pois todos os modelos disponíveis já foram vendidos. A VW, porém, tem mais uma notícia interessante: no lançamento desta versão de despedida do Gol, a empresa aproveitou para mostrar o segundo passo para a criação de um museu da marca: a “Garagem VW – Parte II”.
Trata-se de um espaço maior e mais com cara de museu para guardar o acervo de veículos históricos da companhia. Não, não é ainda um museu estruturado, com orçamento generoso e uma iniciativa poderosa; provavelmente é algo empurrado por gente que se importa com história dentro da companhia, a duras penas. Não é perfeito, mas é um início promissor.
Foi inaugurada junto com à apresentação do VW Gol Last Edition, numa área de 1.430 m² na Ala 5 da fábrica Anchieta, e vem complementar a Parte I, que foi inaugurada em 2019. Mais 36 veículos agora estão em exposição, um acervo que inclui novidades nunca antes vistas.
O Acervo VW é uma iniciativa da Engenharia do Produto com apoio de diversas áreas da VW, e existe há mais de 20 anos. Hoje conta com mais de 100 carros no acervo. Pretende ter por exemplo um de cada modelo já oferecido pela companhia; o acervo conta com raridades neste campo como o SP1, a raríssima versão 1600 cm³ do mais comum SP2.
Na Garagem VW – Parte II estão expostos também modelos da malfadada Autolatina, a união com a Ford nos anos 1990. Modelos como o VW Apollo, Logus e um Pointer GTI. Da mesma época estão presentes também carros como o Golf GTI da primeira geração, o Golf GTI VR6 número 1 de 99, um Santana EX 1991, entre outras raridades. Este novo acervo exposto se junta ao primeiro, que tem raridades como o Jipe VEMP, que depois se tornaria o Jeg.
Ainda não é um museu aberto ao público; eventos especiais apenas ocorrem nele. Mas de qualquer forma é uma iniciativa única de preservação histórica entre as empresas nacionais, que costumam tratar a sua história por aqui com extremo desdém, e lembrar dela apenas quando lhe convém. Por isso, nossos efusivos parabéns à VW pela iniciativa: que cresça e dê frutos saborosos. (MAO)
Bertone está de volta com novo supercarro
A casa de Giuseppe “Nuccio” Bertone é uma lenda: nos anos 1960 foi a escola e o trampolim para não só o gênio Giorgietto Giugiaro, mas também de seu sucessor, Marcelo Gandini. Nuccio é o mentor, e sempre trabalhou sozinho com apenas um designer; um Mestre e seu Padawan.
Da Bertone saíram o Alfa Romeo GTV original; o Lamborghini Miura, Espada e Countach; a Alfa Romeo Carabo e o Fiat X1/9; o BMW 3200 CS que determinou o BMW moderno; os Citroën BX e XM que definiram a última era de ouro da companhia francesa.
Mas em 2014, depois de anos e anos em decadência, declarou falência. Em 2020 foi comprada por Jean-Franck e Mauro Ricci, que dizem ter mais de 38 anos combinados de experiência trabalhando com engenheiros, muitos dos quais no setor automotivo. E agora, querem trazer a companhia de volta, com um supercarro, claro. Um teaser foi publicado, dizendo: “o alvorecer de uma nova era para Bertone”. As postagens sugerem que o carro está sendo projetado para comemorar o 110º aniversário da marca.
Bertone diz que o novo veículo será um “clássico instantâneo” e sua silhueta lembra supercarros de motor central, como o Lamborghini Huracán. A marca também postou fotos do carro-conceito Alfa Romeo Carabo de 1968: talvez o mais influente desenho de supercarro da empresa, junto com o Miura; trabalho de Gandini.
Ainda não há detalhes além desses teasers; mas a volta de um nome tão importante é sempre uma boa notícia. Melhor ainda se a empresa tirasse nosso amigo Gandini da aposentadoria; mesmo com 84 anos, aposto que ainda teria uma coisa ou outra a ensinar. (MAO)
Esta é a CB 650R 2023
Não há como negar: desde o lançamento da CB750 em 1969, os quatro cilindros em linha atravessados no quadro são a maior marca registrada da Honda, e sua maior contribuição para o mundo da motocicleta, maior até que a popularização dela. Sim, não inventou a configuração: mas tornou-a acessível e confiável.
Por isso a apresentação de uma Honda quatro em linha sempre aquece o coração do entusiasta: esta é a versão ano/modelo 2023 da mais barata Honda quatro em linha, as CB/CBR 650R. A CB é a versão sem carenagem; a CBR a esportiva carenada.
Pouca mudança, sim: ganha uma nova opção de pintura verde com acabamento fosco. As cores vermelha perolizada e cinza metálica permanecem. A CB 650R 2023 custa R$ 51.100, e a esportiva CBR 650R 2023, R$ 53.790, sendo oferecida nas cores vermelha ou cinza fosca.
De resto, permanece uma velha conhecida: quatro em linha,649 cm³, injeção eletrônica e quatro tubos de escape gloriosos saindo pela frente da moto como sempre. Tem 88,4 cv a 11.500 rpm, e 6,13 kgfm a 8.000 rpm. O câmbio tem 6 marchas. A CB 650R pesa 190 kg a seco, a CBR 650R, 196 kg. O entre-eixos é de 1449 mm e a altura do assento, 810 mm. (MAO)