Já faz alguns anos que o retorno do BMW Série 8 vem repercutindo na imprensa europeia. Segundo os primeiros rumores, a marca tiraria o Série 6 de linha para abrir espaço para o novo cupê – exatamente como aconteceu com o primeiro Série 8.
Então chegamos a 2017, e a BMW começou a testar um cupê grande e longo, coberto por camuflagem, mas com todas as características de um novo Série 8. Meses mais tarde ela anunciou discretamente o fim da produção do Série 6 cupê, e em seguida apresentou o Série 8 Concept, que se chama “concept” por mera formalidade. E como se não bastasse, a BMW confirmou que teremos um M8, depois de quase 25 anos de espera, e que ele seria seu carro para o Mundial de Endurance em 2018.
Foi exatamente este carro que a BMW levou para Frankfurt, o M8 GTE — que também é o modelo mais próximo da versão de produção que vimos até agora. Embora ele seja apenas um mockup, como você pode ver pelas janelas e vidros pretos sólidos, ele não pode ser muito diferente do modelo que chegará às lojas em 2019 e traz muitos elementos do conceito apresentado em Villa D’Este neste ano.
Começando pela dianteira, que manteve aquela enorme grade que, se ainda pode ser chamada de duplo rim, deve sofrer de hidronefrose de tão inchado. Os retrovisores são diferentes pois têm o formato básico das carcaças usadas nos modelos M, embora sejam suspensos por um braço que parece ter função aerodinâmica. Dificilmente chegará à versão de produção — especialmente com a onda conservadora que a divisão M está surfando nos últimos anos. Os faróis quase asiáticos do conceito deram vez a um conjunto óptico maior e mais realista, bem como as lanternas traseiras — ambos com luzes de LED. Pode esperar este conjunto na versão de rua do M8.
Sob o capô o GTE usa uma variação do V8 4.4 biturbo da BMW, porém com o deslocamento reduzido para 4.0 devido ao regulamento da categoria. O motor evidentemente está recuado no cofre, abrindo espaço para os dutos dos radiadores na dianteira e ainda mais próximo do ponto central do carro — o que também desloca o posto do piloto para trás. Tudo permitido pelo regulamento da categoria (que também permitiu que o 911 invertesse a posição do motor e do câmbio, adotando layout central traseiro). A potência deve ficar na casa dos 500 cv, variando sutilmente de acordo com o acerto para cada pista. O câmbio é sequencial de seis marchas.
A versão de produção, contudo, deverá usar o V8 4.4 biturbo como no M5, combinado ao câmbio automático ZF de oito marchas também vindo do sedã esportivo — que irá compartilhar muitos outros componentes com o M8, como discos de freio e elementos da suspensão.
O M8 GTE irá estrear nas 24 Horas de Daytona em janeiro, que servirá de preparativo para a primeira prova do WEC em maio, as 6 Horas de Spa.