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Car Culture

Brooklands: um dia com máquinas incríveis no primeiro autódromo da história

Inglaterra, 1907. Há exatos 109 anos era inaugurado o primeiro autódromo da história, o circuito de Brooklands.

Ao longo dos anos o oval se tornaria palco de recordes de velocidade e o berço do automobilismo britânico. Localizado a aproximadamente 40km de Londres, Goodwood é parada obrigatória para todo entusiasta que visita a capital do Reino Unido.

Infelizmente, o circuito não durou muito. Em 1939, durante a Segunda Guerra Mundial, o governo inglês se apropriou do terreno, que também dava lugar a um aeródromo, e transformou a região de Weybridge um estratégico ponto militar. Também foi o lugar onde a empresa aeronáutica Vickers fazia testes em um simulador de alta altitude para o desenvolvimento de novas tecnologias.

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Para chegar lá partindo de Londres, você só precisa pegar o trem até Weybridge. Sim, fácil assim! Leva em torno de 50 minutos até a estação e mais uns 20 minutos de uma bela caminhada pelo interior da Inglaterra até o que restou do autódromo. A entrada custa £12.10 e você tem acesso a tudo (aviões, carros, motocicletas, bicicletas, ônibus…), por isso, vá preparado para passar um dia inteiro ali. Algumas experiências você paga a parte, e uma dica: recomendo o passeio 4D com o Napier!

Logo na entrada, você já percebe o espírito vintage e a emoção toma conta de você. As oficinas da época ainda permanecem lá, R.R. Jackson, Bugatti, Velocette, Norton, BSA, Dunlop…,  nome de seus preparadores e é claro, carros e motos que competiram na época.

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Dusenberg Single Seater 1927

O museu é repleto de veteranos, mas desta vez não me refiro aos carros, estou falando de pessoas. A maioria dos colaboradores do museu são senhores que eram mecânicos, colecionadores, pilotos. Achei isso fantástico, pois a história estava viva e bem na minha frente. Todos são muito atenciosos e adoram contar histórias.

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Se engana quem pensa que esses dinossauros das pistas ficam ali imóveis. Todos funcionam e ainda queimam borracha pelo asfalto!

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Delage Grand Prix, 1927

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Halford Bugatti Special, 1930

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Mclaren MP4/6 – Ayrton Senna

Não há como não se emocionar diante de um dos carros pilotados pelo nosso querido Ayrton.

Segundo um dos mecânicos do museu, que me mostrou um Halford Special, “O custo é muito elevado por não se conseguir mais as peças, mas as corridas estão no sangue dos Ingleses”. Ele se orgulha em poder ver os carros correndo até hoje, nós também!

Halford Special era um Grand Prix famoso nos anos 20. Tem esse nome devido ao projetista e construtor de motores, Major Frank Halford. Adquiriu fama nas pistas devido ao sucesso de seus motores. Inovador, foi o pioneiro a instalar superchagers na frente do virabrequim.

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1925 Halford Special – Chassi de Aston Martin e um coração de avião com 120Bhp.

Mas como eram as corrida naquela época?

Lembram quando escrevi no início do post que seria necessário um dia inteiro aqui? Bem, talvez precise de um dia a mais!

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Rfactor + McLaren!

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Aston Martin Special Razorblade 1923

Assim como Talbot, Bugatti, Darracq começavam a ganhar publicidade nas corridas, não foi diferente para esta marca, altamente conhecida nos dias de hoje.

Este modelo tem motor 1.500cc de 16 válvulas, a carroceria foi construída por uma empresa que fabricava aeronaves que tinha conhecimento em alumínio. As aletas do radiador eram flexíveis, o piloto pode abri-las eu fechá-las conforme a temperatura do motor. Seu recorde na pista foi de 74.12 mph.

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1937 Morgan F2 3-wheeler

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Aqui um exemplo de como era uma oficina daquela época. Lembrou bastante o Sr. Burt Munro.

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Bentley 1929

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1927 – Racing Norton Hughes 490cc

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Race Triumph 1928

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1927 – Douglas 600cc

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Muitas histórias nessa sala, não?

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Essa Brough Superior 1000cc seria o equivalente a uma R1 hoje? Não podemos comparar, mas em 1927 essa senhora registrou 130 mph (209 km/h), mas o recorde não foi homologado por problemas mecânicos. Em 1929, em uma nova tentativa de recorde, ela atingiu a marca de 129.05 mph (207,7 km/h), o que deu a ela o título de motocicleta mais rápida do mundo naquele ano.

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Eu não o conhecia, um carro de muita atitude e todo respeito, Napier Railton. Ganhou minha total admiração.

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Foi construído em 1933 . Utilizava um motor de 24 litros W12 para uso aeronáutico (6.1:1 de compressão segundo especificação da RAF) produzindo 580Bhp @ 2.585rpm. Tem um tanque de combustível de 65 galões e faz uma média de 5 mpg.

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De 1933 a 1937, este carro quebrou 47 recordes de velocidade em Brooklands, Montlhéry e Bonneville. Ele permanece com o recorde de Brooklands com a marca de 230.84km/h em 1935.

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A apresentação formal em:

Pode apostar, isso chacoalha até os ossos, Rock´n Roll!

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Escute ele funcionando aqui:

É uma sensação ótima poder vê-lo ao vivo e toda a dedicação do museu em mantê-lo rodando. Não somente deste carro, mas do zelo pelo museu de forma geral. Nesses momentos é que se percebe a necessidade de uma nação em manter sua história viva para que outras gerações possam ver o que foi feito e sentir orgulho daquilo.

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1933 – Napier Railton com motor W12

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Definitivamente recomendado!

Espero que tenham gostado desta imersão vintage e que eu tenha deixado vocês com vontade de conhecer esse lugar fantástico. No próximo post, vamos dar uma rápida espiada na vitrine da fábrica da Mercedes-Benz, que fica ao lado deste museu!

Abraços e até a próxima!