Antigamente eu tinha a impressão de que a TVR construía um carro, o colocava à venda e depois descobria como ele se comportava. Geralmente, quando um de seus clientes escrevia para a fábrica reclamando que morreu.
Jeremy Clarkson, sobre o TVR Sagaris
É oficial: o FlatOut, sucessor do Jalopnik Brasil, está no ar! A princípio lançaríamos o site somente no meio de janeiro, mas optamos por adiantar bastante os planos – para que o FlatOut pudesse conviver com os últimos dias do Jalop, ajudando na migração do público para a nova casa. Só que para isso acontecer… tivemos de incorporar a sigla TVR em vez de BMW.
Embora eu acredite que você não vá morrer ao testar o FlatOut (se isso acontecer, bem… nos escreva reclamando), é provável que você tope com algumas falhas de acabamento, a ECU dará uma ou outra pane e a carga e a geometria de suspensão ainda não estão 100% como queremos, por isso, vá com calma. Trata-se de um modelo pré-série, cujo fim do desenvolvimento vocês acompanharão e farão parte. Nem tudo ainda funciona 100%: as fotos não redimensionam sozinhas (o que as corta nos smartphones), o carrossel está com uma barra escura demais e há vários outros ajustes e adições bastante importantes – mas todos serão resolvidos. Pra ser honesto, se o servidor não capotar logo nos primeiros quilômetros já será sensacional. Fala aí, Colin!
Se você está aqui, é porque conhece o Jalopnik Brasil – e por enquanto basta dizer que será quase a mesma coisa, com outro nome e visual. Car culture a rodo, histórias interessantes, lançamentos, carros antigos, matérias técnicas, pensatas, produtos, achados à venda, vídeos, tudo aquilo que vocês já estão acostumados. Reforçando o recado que demos no Jalop: nossas matérias antigas mais importantes serão reeditadas, reformatadas, atualizadas e entrarão aos poucos no FlatOut.
Agora, peço a atenção e a compreensão de vocês com alguns assuntos vitais.
Como faremos para não morrer novamente
O encerramento do Jalopnik Brasil e do Tazio são duas gotas em um oceano de crise do atual modelo de negócio do jornalismo – que, no fundo, acreditamos ser uma transição. O FlatOut é 100% independente (não há nenhuma empresa ou editora por trás de nós), movido pela nossa vontade de manter o legado do Jalop. Mas sabemos que é um movimento de alto risco. Para sustentá-lo, estamos apostando em dois pilares – e você poderá fazer toda a diferença nisso.
1) Crowdfunding: se você acredita na nossa iniciativa e quer ajudar a protegê-la da instabilidade do mercado de publicidade (ainda mais com a Copa seguida das Olimpíadas) que está afundando revistas e sites a cada semestre, fica o pré-convite para participar de nosso sistema de assinatura voluntária (nome chique para doação), que será introduzido no meio de janeiro. O FlatOut sempre será gratuito, jamais limitaremos o acesso ao conteúdo como faz a Folha. Mas precisamos de ajuda.
O que você doar retornará para toda a comunidade de leitores: além de ajudar a nos manter no ar, poderemos dedicar mais tempo ao FlatOut, investiremos em produções, infra-estrutura, traremos experiências e reportagens cada vez mais bacanas. Os valores serão bem baixos: você poderá escolher entre doar R$4 ou R$7 por doze meses. No fim deste período, você receberá um convite para continuar colaborando, caso queira. Estudamos oferecer alguns benefícios no futuro, mas no momento não temos condições para isso.
2) Publicidade: pequenas empresas, como lojas de peças e acessórios, preparadoras e oficinas, importadoras e representantes de produtos gringos, são essenciais para os car lovers. Para atender a eles, nós separamos um espaço especial (o ad 300×150 no topo da coluna), que reunirá estas empresas em um preço bem abaixo da publicidade tradicional. O restante dos espaços publicitários serão de anúncios automatizados, não é spam nem nada do gênero: não tenha medo de clicar se você ver algo interessante. E, por favor, compreenda: sabemos que os ads deixam a página mais carregada, mas eles são parte fundamental da sustentação de qualquer negócio.
Se tudo der certo, o FlatOut se sustentará neste dois pilares a ponto não só de sobreviver, mas de crescer ainda mais que o finado Jalopnik Brasil. Estamos dispostos a doar sangue, suor e lágrimas para isso.
Cadê o IntenseDebate?
Fui o primeiro a defender a permanência do sistema de comentários IntenseDebate. Afinal, nós já nos reconhecemos pelos avatares e apelidos, temos uma baita pontuação acumulada e o sistema é fácil de usar – de quebra, ajudaria vocês a se sentir em casa mais rápido. Só que essa é a parte de fora, a bela viola: por dentro, o pão estava bastante bolorento. Os desenvolvedores do IntenseDebate abandonaram o projeto, que não recebe atualizações há quase um ano e meio, e isso já causava uma série de problemas no próprio Jalopnik. O site ficava sobrecarregado, perdíamos rankeamento no Google, perdíamos horas apagando mensagens de spam, e pior: como o WordPress sempre recebe atualizações, de uma hora para a outra o IntenseDebate pode simplesmente deixar de funcionar – e aí, a casa cai pra todo mundo.
O Disqus, adotado de forma massiva por sites e blogs aqui e lá fora, é a mesma coisa que o IntenseDebate (com direito a sistema de pontuação e a postar imagens), só que atualizado, bem mais rápido e com mais recursos. Na boa, é um espanco. Ah, uma boa vantagem: os comentários de maior pontuação ficam em primeiro lugar, o que é um desestímulo para trolls e haters. Não respondam a estes caras: apenas deem um voto negativo e abandone-os no limbo.
Falando em moderação, alguns leitores receberam a honra de ser moderadores, estimulando o princípio de comunidade – o FlatOut terá envolvimento bem maior com vocês. Por fim, uma sugestão: crie um usuário com o mesmo nome e avatar que você usava no IntenseDebate. Vocês vão se reconhecer na hora.
Comunidade FlatOut
Além dos leitores-moderadores, o FlatOut trará outras novidades que aprofundarão o nosso envolvimento com a comunidade de car lovers: teremos alguns leitores convidados para colaborar com matérias para o FlatOut, alguns donos de projetos contarão a história e o desenvolvimento de seus carros (ou seja, o Dart Games não estará sozinho), muitos fotógrafos e videomakers publicarão suas galerias e vídeos diretamente no site e estamos atrás de alguns pilotos para que eles usem o nosso espaço como um diário, aproximando-os mais de vocês. Tudo isso acontecerá bem aos poucos (lembre-se de que somos apenas nós três e nosso mago de TI, o Leandro Gregolin), mas o mais importante é: irá acontecer.
Se tudo der certo, em três semanas teremos o sistema de Crowdfunding ativo e todos os bugs resolvidos. Aliás, não deixem de comentar o que vocês virem de bugado – afinal, embora este seja o nosso presente de natal para vocês, nenhum TVR nasce perfeito…
Juliano Barata
Leo Contesini
Dalmo Hernandes
FlatOut!