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Zero a 300

Central multimídia original para Porsche antigo | O automático mais barato do Brasil | O SUV elétrico da Alpine e mais!

Bom dia, caros leitores! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa rica mistura das principais notícias automotivas do Brasil e de todo o mundo. Assim, você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere conosco.

 

Porsche lança central de Infotainment original para carros antigos

Uma das coisas mais legais de carros modernos é poder parear nosso computador portátil pessoal (que muita gente chama de telefone celular por algum motivo) à uma tela no carro, e assim poder ter navegação e nossa galeria de músicas convenientemente disponíveis para qualquer viagem. Um carro de 20 anos atrás ainda é plenamente usável hoje, e não se sente falta de nada num deles; exceto, claro, pelo equipamento multimídea.

Pensando nisso, a Porsche, sempre consciente do valor de seu catálogo passado, e a marca com a maior quantidade de restomods e atualizações que existe, resolveu fazer algo a respeito.

O novo Porsche Classic Communication Management Plus é exatamente isso: uma moderna central de infotainment para os Porsche velhinhos, dos anos 2000. O sistema, obviamente, é compatível com Android Auto e Apple CarPlay.

O PCCM Plus é compatível com o 911 de sexta geração (o 997 vendido durante os anos modelo de 2005 a 2008), o Boxster e Cayman de geração 987 (2005 a 2008) e o Cayenne de primeira geração (2003-2008). O novo sistema substitui o hardware original e se encaixa como uma luva, sem exigir modificações.

O aparelho tem um desenho externo compatível com os carros da época, com botões de desenho similar, e assim parece que veio de fábrica desta forma. Se integra perfeitamente ao ambiente e funciona com os alto-falantes, amplificador e antena originais. Além disso, a tela de navegação continuará funcionando no painel de instrumentos.

A tela tem sete polegadas, e conta com DAB+ para estações de rádio digital na Europa, ou suporte para rádio via satélite SiriusXM nos EUA. Ambos os mapas 2D e 3D com pontos de interesse estão disponíveis, e a Porsche ainda pretende lançar atualizações de mapas no futuro. Há também uma porta USB, conectividade Bluetooth e um computador de bordo que exibe dados relevantes do automóvel.

Na Alemanha, o PCCM Plus custa € 1.520,37 (R$ 8.529,27), sem contar itens extras como os mapas de navegação, francamente dispensáveis num aparelho que pode mostrar aplicativos como Waze e Google Maps, via parelhamento do celular. (MAO)

 

Fiat Argo 1.3 CVT é automático mais barato

Nós gostamos realmente de trocar marchas por nós mesmos aqui no FlatOut. Mas é claro que entendemos perfeitamente a popularidade dos automáticos, e sabemos do seu apelo. Quando a gente usa um automóvel tão somente como meio de transporte, especialmente urbano, as vantagens da tranquilidade automática é óbvia. Desde os Chevettes automáticos com ar-condicionado dos anos 1980, nos parece que automáticos baratos são desejáveis, a popularização do luxo antes disponível apenas para os famosos 1% mais ricos.

Agora a Fiat anunciou que o Argo volta com opção automática; agora uma caixa tipo CVT. Estará disponível para as versões Drive 1.3 e Trekking 1.3. Infelizmente significa enxugada na linha: o Drive 1.3 manual não existe mais, o 1.3 manual permanecendo apenas no Argo Trekking. As versões 1.0 manual e Drive 1.0 manual seguem em linha.

O carro então é agora o mais barato automático nacional. Barato, aqui, usado de uma forma relativa, claro: nenhum carro zero km é realmente barato de forma absoluta. O Argo Drive 1.3 automático CVT custa a partir de R$ 90.990. A versão manual 1.0 básica parte de R$ 78.590.

O motor do Argo CVT é sempre o 1.3 FireFly flex 8V, com até 107 cv e 13,7 mkgf. O CVT tem sete marchas programadas para parecer um carro normal e não uma Mobilette. É recurso comum no CVT, que, você sabe, varia continuamente a relação de transmissão com a velocidade, e na verdade não precisaria teoricamente de relações fixas. Mais uma prova de que não interessa o que um carro faz, mas como o faz.

A Fiat afirma que, quando abastecido com etanol, o Argo faz 9,1 km/l na cidade e de 10,1 km/l na estrada. Com gasolina, 12,6 km/l e 13,9 km/l. O Argo Trekking 1.3 CVT, mais alto de suspensão (o “Argo Arto”, em Piracicaba), e com pneus desnecessariamente grandes, piora os números um pouco:  8,9 km/l na cidade e 10,1 km/l na estrada, com etanol. (MAO)

 

BAC contrata ex-presidente da McLaren visando expansão

A Briggs Automotive Company , ou BAC, é a produtora do Mono, um carro de corrida monoposto para as ruas que é o mais tecnologicamente avançado dos carros esporte no idioma puro do Lotus Super Seven, uma espécie de carros que explicamos recentemente aqui.

A empresa agora tem um novo presidente: Mike Flewitt, que se junta à empresa depois de deixar a McLaren em outubro de 2021. Flewitt tem mais de quatro décadas de experiência na indústria automotiva e a BAC acredita que trará sua “inovação automotiva de classe mundial, experiência em manufatura e gerenciamento estratégico” para o fabricante.

A BAC tem desfrutado de uma demanda crescente do Mono, e vê potencial para expandir ainda mais seus negócios em novos mercados em todo o mundo. Em 2023, espera-se que a marca inglesa lance novas adições ao portfólio.

Há cerca de um mês, a BAC celebrou a produção do 150º Mono. O carro era uma versão “R”, com um 2,5 litros aspirado de 347 cv acoplado à uma caixa sequencial de competição com seis marchas. É basicamente um fórmula 2 para as ruas.

A BAC foi fundada em 2009 e o primeiro Mono chegou cerca de dois anos depois. No ano passado, expandiu sua rede de varejo para novos mercados, incluindo Alemanha, Cingapura e Malásia. O fabricante tem sede em Liverpool, onde também fabrica seus carros. (MAO)

 

Alpine pode ter SUV elétrico baseado em Lotus

É chato ter que bater nesta tecla novamente, mas parece que o retorno da Alpine com o novo A110 em 2017, algo que nos deixou extremamente felizes por capturar tudo de bom da marca, novamente, não durou muito. Sinceramente, “Alpine pode ter SUV elétrico baseado em Lotus” é uma manchete verdadeira, mas não acredito até agora que estamos publicando. É errado em tantos níveis que é melhor nem comentar.

Mas enfim, o fato é que o futuro da Alpine é eletrificado, e, como você já deve ter percebido, com alguns SUV também. A revista inglesa Autocar revela que os próximos modelos elétricos da marca serão rivais do Porsche Macan e Porsche Cayenne, e devem ser construídos em uma plataforma Lotus. Sim, Lotus, que não mais significa carro esporte leve, mas SUV elétrico também, aparentemente.

O novo Lotus: perto de 3 toneladas

Os dois modelos irão expandir ainda mais a gama elétrica da Alpine; virão após o lançamento do hot hatch Alpine R5 e do crossover esportivo GT X-over. Um substituto elétrico para o A110 parece estar em desenvolvimento também.

Esses novos Lotus-Alpine estão previstos para 2027 e 2028, são crossovers “no segmento de Porsche Macan e Cayenne, mais ou menos”, disse Laurent Rossi a jornalistas enquanto a Alpine divulgava seus números de ganhos para 2022.

Os dois carros Alpine não serão esportivos, claro, mas parte do “lifestyle branch” da marca, o que quer que isso signifique.  Rossi diz que “Serão carros de duas toneladas e cinco metros de comprimento. Você não vai fazer um carro esportivo com isso, a menos que você seja a Ferrari”.

Promete excelente aceleração e comportamento, porém, como esperado. Tal como acontece com a Lotus, a Alpine faz questão de enfatizar que seu ‘pedigree de corrida’ continuará a desempenhar um papel importante no desenvolvimento de produtos, independentemente do segmento de mercado. OK, entendido. (MAO)

 

Porsche 911 supera Mustang e até Jetta GLI em 2022 no Brasil

“Valor de marca” parece algo muito subjetivo para boa parte das pessoas — até mesmo empresários que têm sua própria marca. É difícil mensurar com dados, porque o valor de marca não é algo que se realiza no momento da venda, como o valor do produto. É algo construído aos poucos e que, um dia, está lá, mas você não sabe exatamente desde quando.

Se há um bom exemplo para explicar o que é o valor de marca, este exemplo é a Porsche. Eles são a fabricante mais lucrativa do planeta já faz algum tempo e, mesmo com a versão de entrada custando mais R$ 750.000, eles conseguiram fazer do 911 o carro esporte mais vendido no país em 2022.

O número parece baixo: 614 unidades ao longo do ano. Mas pense que o 911 vendeu duas unidades a cada três dias. Quero dizer: a loja abre na segunda-feira e, 36 horas depois, ao meio-dia de terça-feira, um 911 foi vendido. Depois disso, no final da quarta-feira outro 911 é vendido. E na sexta-feira ao meio-dia, mais um. Imagine esse fluxo de vendas e para um produto de quase R$ 1.000.000.

O desempenho do 911 no mercado brasileiro durante 2022 foi suficiente para que o modelo retomasse a liderança do segmento, que vinha sendo ocupada pelo Mustang desde que a Ford decidiu vendê-lo oficialmente por aqui. Mas desta vez, com o Mustang na reta final da sexta geração, não deu: o muscle car da Ford teve só 330 unidades vendidas em 2022.

Como curiosidade, o 911 vendeu mais até que o Jetta GLI, que é o esportivo mais barato a venda zero-quilômetro no Brasil, por R$ 227.000. O modelo, claro, não entra no segmento dos esportivos onde a Fenabrave coloca o 911 e o Mustang.

O terceiro esportivo mais vendido no Brasil também foi um Porsche: o elétrico Taycan, que parte de R$ 629.000 e emplacou 241 unidades. Ou seja: com apenas dois modelos, a Porsche vendeu 855 carros que custam, pelo menos, R$ 630.000. Faça as contas: 614 carros de, no mínimo, R$ 750.000 (R$ 460.500.000), mais 241 carros de, pelo menos R$ 630.000 (R$ 151.830.000). Estamos falando de mais de meio bilhão de reais com os carros mais caros do segmento. Dá pra começar a entender o conceito de valor de marca, não? (Leo Contesini)