Olá, galera do Flatout! Na primeira parte mostrei a vocês como foi a compra do kart e que rumo iria tomar.Quem não viu pode acompanhar aqui.
Pois bem, com o chassi já pintado, peças limpas e quase tudo ‘’revisado’’ estava na hora de começar a montagem do kart e toda a adaptação para o novo motor.
Enviei algumas peças para o funileiro/pintor e fui à casa de tinta escolher um belo dourado, já que gosto desta combinação (preto/dourado) além de lembrar a Lotus do Ayrton Senna.
Tinta escolhida e na hora que vou retirar as peças, me deparo com esta cor de cocô de vaca com dor de barriga, simplesmente horrível, não tinha grana para ficar com frescura e pintar novamente em outra cor, voltei para casa e decidi que ao menos por enquanto ficaria naquela bela e linda cor de estrume ou mais educadamente café com leite.
Feito isto, levei os pneus para meu amigo Fabinho da Anápolis Escapamentos fazer a montagem e passamos um belo sufoco, o pneu não colava na borda de modo algum.
Depois do baile, bora seguir para a segunda parte da montagem, ainda odiando a cor das peças.
O trabalho que dá montar este eixo na primeira vez, é fora do comum, tem vários macetes que aprendi na marra e trocando ideia com alguns amigos Kartistas.
Como podem ver o primeiro passo foi dado, chassi todo montado, eixo, rodas, sistema de direção e bancos, mais ainda faltava o principal…
Freios e motor!
O suporte do motor seria o primeiro passo, meu amigo argentino me passou um esquema caseiro para fabricar um bom suporte e isto me ajudaria muito.
Porém pesquisando algumas peças, encontrei uma loja em Caxias do Sul que já tinha um suporte para motores 125/150 e isto facilitariam muito evitando erros na execução do suporte.
Recomendo a loja Fracing Kart
Com suporte em mãos, era hora de colocar o motor no lugar e ver quais seriam os problemas, porque sim, mesmo com um suporte feito para aquilo, eu teria problemas.
É um pensamento óbvio, algo tem que dar errado, mais antes precisava me livrar daquela maldita cor de café com leite.
Uma lata de spray dourado, outro de preto fosco para carenagens e banco e estava mais feliz com o novo visual.
Mesmo não tendo uma boa durabilidade até que ficou muito bom.
Mais como beleza aqui não é prioridade, levei o motor que estava parado sabe deus há quanto tempo para uma revisão básica.
Troca de óleo, vela, cachimbo, regulagem de válvulas e limpeza e regulagem do carburador, tudo isto feito na bancada de uma oficina de motos.
Hora de levar o motor para casa e montar no kart, o primeiro problema foi que a carenagem estava encostando-se ao motor, por serem antigas e bem raras, fiquei com certo receio de cortar.
Como não vou colocar placa preta no kart, meti a serra e resolvi o problema.
Motor no lugar, tanque de combustível também (sim é um galão de cinco litros no meio das pernas) e vamos lá para a primeira partida.
Do chicote elétrico original da moto foi deixado apenas o essencial para o motor funcionar, fiz uma linha de combustível improvisada e bora dar a partida (detalhe a bateria da moto de leilão ainda funcionava).
Como podem ver estava uma gambiarra sem fim, chicote ainda cru, escapamento de CG apenas para fazer o teste, mais só de ouvir aquele motor funcionando bem já me animou demais.
Como não tinha grana para fazer um coletor dimensionado, de preferência em aço inox, nada melhor que um bom coletor de Bros 125, que utiliza o mesmo motor da CG e tem seu escape saindo por cima, tudo que eu precisava por míseros R$ 30,00.
Aqui já com o coletor de Bros e um pouco mais de organização nos fios.
Com o Motor funcionando era hora de começar a acertar os detalhes da posição da bateria, chicote e botão de partida.
Agora era hora de partir para o sistema de freio e transmissão.
O sistema de câmbio não tem segredo, usa-se o sistema dos Karts com motores de RD, uma alavanca com um varão e 2 uniballs.
A alavanca é fixada no assoalho e o varão no sistema original de câmbio do motor, a embreagem é acionada por uma manopla fixada na alavanca e é apenas utilizada na largada, após isto a troca de marchas é feita no tempo.
1ª marcha para trás e o restante para frente.
A corrente usada é de moto, passo 428 com uma coroa também utilizada nos karts com motores de Rd, utilizei coroa com 24 dentes e pinhão com 14 dentes, só saberia se a relação ficaria boa quando o testar na pista.
Como iria utilizar o tanque de combustível entre as pernas, era necessário uma bomba para puxar a gasolina até o carburador.
Utilizei uma bomba Honda a vácuo original de motores estacionários (13HP)
Não queria utilizar um sistema de freios original do meu Kart, por ter um preço um pouco salgado e poucas peças de reposição, mais seriam impossíveis manter o baixo custo nesta parte comprando peças novas.
Pensando bem, já havia montado um motor de Moto no Kart porque não também utilizar um sistema de freios de moto? Já que o Kart ficaria algo entre 25/30 Kg mais leve que uma CG por exemplo.
Mais as coisas não são simples assim e depois de pesquisar muito não encontrei nada a respeito no google.
Novamente meu amigo Fabinho me deu uma ideia e montaríamos uma salada de peças de da inveja a qualquer um.
A receita foi:
Disco de freio da Honda Lead (por ter um diâmetro pequeno, evitando raspar no chão)
Pinça de pistão duplo da Titan 150
Cilindro de freio traseiro da Honda Falcon
Flexível de freio traseiro da Honda CB450 (Tinha a medida exata que precisávamos)
Peças novas em mãos, hora de levar a um profissional para executar a ‘’Gambiarte’’.
Levei o disco para meu avô torneiro mecânico e ele fez um suporte para o mesmo e que se encaixaria perfeitamente no meu eixo de 30mm, além disto fez alguns ajustes nos cubos de roda, coroa e eixo para tudo se ajustar perfeitamente.
Primeiro passo dos freios foi fazer o suporte para a Pinça.
O restante dos suportes não tem fotos do processo de fabricação feito pelo Fabinho, mais o resultado foi este.
Ficaram perfeitos, com um bom ajuste e curso de pedal.
Além dos freios, ele fez o sistema de escape, utilizando um abafador intermediário JK e deu uma boa revisada no chicote deixando de forma mais organizada.
Desta forma o kart estava pronto para o primeiro teste em pista e eu muito ansioso para saber qual seria o desempenho.
Isto fica para a próxima parte, aonde será feito o primeiro teste no Kartódromo.
Obrigado a todos que estão acompanhando, abraço!
Por Fred Castro, Project Cars #393