Sempre se ouve dizer que, se quer a experiência completa de um simulador, você precisa ao menos de um bom volante com force feedback e pedais — além de um bom computador, claro. Há quem leve isto além e descole um cockpit bacana (alguns têm até simulador de movimentos) ou faça o seu próprio cockpit usando peças de carros de verdade, levando a simulação a outro nível. Qual é o próximo passo?
Bem, depois de ver estes vídeos, estamos fortemente inclinados a dizer que são os óculos de realidade virtual. Até não muito tempo atrás eles ainda eram vistos como objetos de ficção científica ou daquelas previsões de vinte ou trinta anos atrás sobre como seria o “mundo do futuro”. Agora eles são realidade — o Oculus Rift, principal produto do segmento, já pode ser comprado desde janeiro de 2016 e, pelo visto, cumpre o que promete: imersão total em qualquer game. E isto inclui simuladores de corrida, claro!
O Oculus Rift tem uma tela de OLED de sete polegadas com resolução de 960×1080 pixels. Ele projeta imagens ligeiramente diferentes para cada olho, a fim de passar a sensação de profundidade, e usa giroscópios e acelerômetros para rastrear os movimentos dos seus olhos cabeça para que as imagens sejam projetadas da forma mais realista e imersiva possível. O equipamento funciona com qualquer conteúdo interativo de realidade virtual, mas a grande sacada são mesmo os games. Em vez de olhar o monitor do seu PC, você coloca os olhos e está realmente dentro do jogo.
Para quem nunca experimentou o Oculus Rift, é difícil entender a dimensão da coisa apenas com descrições — e nem todo mundo tem R$ 2,5 mil (preço médio do acessório no Brasil) para comprar um. Agora, se você quer mesmo ter uma ideia do que é usar um Oculus Rift com um simulador (de corrida, porque estamos no FlatOut, oras!), conhecemos um cara que pode te ajudar.
Seu nome é Marcel Pfister e, já há algum tempo, ele vem produzindo uns vídeos bem interessantes usando simuladores como Assetto Corsa, iRacing, Project CARS e DiRT Rally. Usando o Oculus Rift, algumas câmeras e cromaqui com fundo verde, Marcel consegue nos mostrar o que ele mesmo vê enquanto joga — por exemplo, no vídeo abaixo, ele está ao volante de um Ruf GT3 na versão do simulador iRacing de Nürburgring Nordschleife. É uma das melhores maneiras de saber mais ou menos como é jogar com um par de óculos de realidade virtual.
Para criar o efeito, Marcel grava dois vídeos diferentes: um com seu ponto de vista do game, utilizando o software do próprio Oculus Rift, e outro de seu ponto de vista na realidade — o fundo verde, suas mãos e o volante. Depois, usando um programa de edição de vídeo, ele sobrepõe as imagens e as sincroniza perfeitamente. Fica mesmo parecendo que ele está dentro do carro, no meio de uma corrida virtual. Dá quase um nó no cérebro.
Fica mais fácil de entender quando lembramos que Marcel não enxerga as próprias mãos e o volante, e sim os equivalentes virtuais dele (que ficam ocultos no vídeo final). Ele também consegue fazer gravações de outros pontos de vista, como neste vídeo de drift com um Toyota AE86 em Assetto Corsa:
É meio engraçado ver uma pessoa com os olhos tapados pilotar um carro modelado em 3D, mas a gente até se acostuma rápido com isto. No vídeo abaixo, Marcel mostra como transformou seu cockpit em uma espécie de “estúdio”. Ele também diz que, depois de comprar o Oculus Rift, jamais voltou a usar um monitor comum para jogar games de corrida.
Mas sabe qual é o detalhe mais bacana? Marcel é alemão e um verdadeiro entusiasta. Como tal, é claro que ele já foi até o Nürburgring Nordschleife real — e até fez um vídeo reproduzindo uma volta no circuito de verdade em Assetto Corsa e colocando as duas lado a lado. Ele conseguiu até fazer versões virtuais dos outros carros que estavam com ele na pista. Olha só:
Marcel também faz questão de avisar que a resolução que ele enxerga enquanto joga é muito melhor do que a que aparece no vídeo — o Oculus Rift reduz a resolução nas imagens gravadas. mas quer saber? Tudo isto são detalhes. A gente já se convenceu.