Caros amigos! Faz um mês que começamos uma nova fase na vida do FlatOut – a introdução do modelo de assinaturas. Para quem torce pela nossa recuperação, as primeiras notícias são boas. Tivemos uma adoção grande de assinantes e estamos muito gratos a vocês pelo apoio e pela compreensão de que o site, 100% aberto como estava, era inviável para nós como negócio.
Claro, ainda é cedo para comemorar porque tivemos apenas um mês completo. É a curva mês-a-mês de faturamento que mostrará o destino do FlatOut: o saldo entre os novos assinantes e as despesas, impostos e inflação precisam ser superiores aos desistentes a cada mês futuro. Mas o pontinho de luz nessa escuridão está visível. Mais que esperançosos, estamos determinados – você deve ter percebido que as matérias especiais estão com tudo.
O FlatOut é agora um serviço e, sim, este é um caminho sem volta. Está em nossas mãos produzirmos matérias cada vez melhores e mais interessantes – e o modelo de assinatura é um baita estímulo à equipe – para preservar os atuais assinantes e também persuadir a galera que ainda não assina que, sim, vale a pena clicar nos botões aí embaixo e contratar o FlatOut. Qualquer dificuldade que você tenha na assinatura, contate o nosso suporte por aqui.
Esta é uma mudança cultural e isso consome tempo. À grande parte do público parece estranha a ideia de pagar por conteúdo – mas isso já está mudando. A aceitação de serviços pagos de streaming de áudio e de vídeo já é plena. No universo jornalístico, casos internacionais como o Autosport, a Motor Trend e os principais jornais estrangeiros e brasileiros mostram que esse é o caminho para conteúdos de nicho e para conteúdos de larga escala, desde que pautados por qualidade técnica e intelectual na execução.
Sites gratuitos sempre existirão, mas a tendência está ficando clara: o gratuito estará cada vez mais vinculado à conteúdo de qualidade inferior e os bem produzidos serão de perfil “povão”, como acontece na TV aberta. A transição está acontecendo em todo o mercado que produz conteúdo qualificado.
Por que o grátis passou a ser pago? Primeiro, nunca foi grátis. A fonte pagadora que permitia os sites serem abertos – a publicidade online – está valendo cada vez menos e isso inviabilizou o modelo antigo de site aberto: o faturamento dos veículos em Adsense (seja em sites, seja no YouTube) hoje é quase 10 vezes menor do que há 8 anos e boas negociações diretas são cada vez mais escassas. Faremos uma minissérie de matérias nas quais detalharemos melhor ao público como estas tendências de mercado foram se desenhando até chegarmos neste ponto atual.
Nessa mudança para o modelo de assinaturas, nossa audiência apresentou uma queda de 20%, preservando 80% da média histórica. A típica queda de paywall costuma ficar na casa de 30%, sendo que uma queda mesmo de 50% ainda nos permitiria ser muito competitivos. Então estamos tranquilos frente a este tópico, até porque as matérias abertas seguem com o mesmo volume de visualizações. Agora é batalharmos para converter uma parcela maior deste público todo em assinantes.
Próximos passos do FlatOut!
As metas continuam valendo, pessoal. Segue abaixo um relatório do que queremos implementar. Não é possível implementar tudo de uma vez pois isso aumenta o nosso risco. Mas as coisas estão super adiantadas:
1) Redesign do FlatOut. Embora ainda estejamos apertados nas contas, já estamos desenvolvendo o novo site do FlatOut por um motivo urgente: nossa estrutura atual de banco de dados está inchando em ritmo exponencial e há muita coisa que não conseguimos mexer na estrutura atual. Então, é muito mais que um redesign, é um refactoring, com uma infra totalmente nova. O bônus que vem com isso é o próprio redesign: as fotos ficarão bem maiores no desktop, trazendo uma experiência contemporânea. Haverá menos peças de publicidade. A home do site será bem mais interessante, incorporando o nosso canal de YouTube e compartimentando as seções mais importantes do site – sem deixar de trazer o clássico blogroll. Na parte da experiência de uso será uma evolução, não uma revolução. Mas uma baita evolução.
2) Youtube. Na prática, nós adiantamos esta entrega. Mas a ideia é continuar fazendo mais e melhor. Se você não lê muito o site, só consome nossos vídeos e gostaria de ajudar a manter as produções a pleno vapor, considere ser um assinante.
3) Contratação de frilas para coberturas de encontros e eventos. Está no nosso radar e assim que tivermos mais respiro de recursos, o faremos.
4) Evento FlatOut. Também está no nosso radar, mas é a coisa que mais consome tempo e grana. Contudo, devemos fazer algumas ações exclusivas com os FlatOuters com a assinatura em dia, pois é muito mais fácil organizar com menos gente: para este ano, faremos um churrasco, uma road trip até o museu que preserva os carros remanescentes da coleção do Roberto Lee e devemos fazer um mini encontro na época do Salão. Tudo bem informal.
5) Interações. Aqui estamos pecando e peço desculpas por isso. São muitos canais: YouTube, Disqus do site, Instagram, e-mails, formulários de dicas. Nossa prioridade sempre foi produzir conteúdo e por isso acabamos respondendo muito pouco. Creio que só conseguiremos resolver este pecado quando tivermos uma equipe maior. Por ora, estamos priorizando dar atenção ao nosso grupo secreto de leitores crowdfunders no Facebook.
6) Newsletters e seleção “Best of FlatOut”. Como cada vez menos pessoas leem e-mails, decidimos mudar o formato. A seleção das matérias mais importantes da semana já estamos publicando todo domingo no “Melhor da Semana” (veja a última seleção aqui). Já a seleção das melhores matérias da história do FlatOut estará num compartimento da home do novo site. Ficará bem interessante!
Bônus) Estamos adiantando duas das entregas que seriam da última meta. O clube de descontos exclusivos para FlatOuters ativos em lojas e oficinas parceiras será implementado já na semana que vem. Os primeiros parceiros são os detailers da Redentora e o pessoal da Gearhead Design, que faz esculturas de autódromos decorativas.
Aos que nos apoiam, a quem não têm condições de assinar – e aos haters
É difícil de botar em palavras a sensação mista que bate quando vemos leitores nos perguntando – seja por escrito, seja olhando nos olhos – como está a situação do site, porque se preocupam se ou até quando terão o FlatOut com eles. O lado bom é o sentimento de importância, de reconhecimento, de carinho – de fazer a diferença na vida de alguém. O lado ruim é a sensação de não poder dar uma resposta confortável e de poder desapontá-los, porque o risco é real e iminente. Mais do que a cara do FlatOut, somos três caras de classe média (ou dez, se contarmos todos os que trabalham conosco) tentando sobreviver e sustentar nossas famílias, como tantos aqui. Em última instância, isso é mais importante do que o FlatOut, não é mesmo?
Felizmente, como disse na abertura deste post, parece que estamos enxergando a luz no fim do túnel. Isso teve um preço: parte dos leitores simplesmente não tem condições de bancar hoje uma assinatura – seja por serem estudantes, seja por estarem desempregados. Amigos, se tudo der certo estaremos sempre aqui aguardando vocês. Queremos não apenas o FlatOut voltando a ter saúde, queremos ver você também em dias melhores. Não só lendo o site, mas construindo o seu project car, compartilhando os seus sonhos. Favorite os links das matérias que você não consegue ler hoje – amanhã você pode ser nosso novo assinante. Por fim, se um dia conseguirmos crescer o suficiente, poderemos investir num plano especial para estudantes.
Compreendemos também quem acha que estamos errados em ter feito esta mudança. Há pessoas com condições, mas que se recusam a pagar por conteúdo e que respeitosamente abandonaram a casa, de forma cordial. Isso faz parte. Eu acredito que parte deste público nunca irá pagar por nenhum conteúdo. Mas também acredito que parte deste público um dia aceitará essa mudança do mercado editorial e fará as suas escolhas de assinaturas. Com sorte, faremos parte destas escolhas.
Ao mudar para o sistema de assinaturas, também vimos manifestações de um ou outro usuário realmente nos querendo mal. Debochando, tentando jogar uma pá de cal em cima do suposto cadáver, dizendo que “perdemos a humildade” e apontando soluções mágicas fáceis e (com todo o respeito) óbvias… como se fôssemos preguiçosos ou cegos e não tivéssemos tentado de tudo. Na prática, estas pessoas só revelaram o seu caráter interesseiro e de mão única – a do benefício próprio. A política do site sempre foi de banir haters – seja com outros visitantes, seja com a nossa equipe ou o site – e estamos seguindo isso à risca, seja no site, seja nas redes sociais.
Na dúvida, seguimos acelerando. Como diz o mantra do mestre McRae, que inspirou o batismo do FlatOut!
um abraço de toda a equipe!