FlatOut!
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Compartilhe com a gente suas metas e sonhos automotivos para 2026! Aqui estão os nossos planos!

Amigos do FlatOut! Tradição é tradição: hora do nosso último post do ano, aquela boa e velha mesa redonda sobre as suas metas e sonhos automotivos para os próximos 365 dias. Alguns de vocês estão derretendo no verão do hemisfério sul, outros congelando do outro lado do oceano. Alguns tolerando aquele caos da reunião familiar entre entes amados e outros não exatamente amados, outros isolados por opção ou por falta dela.

Mas o fato é apenas um: nesse momento do ano, entusiasta que é entusiasta sempre vai estar devaneando e fazendo planos, contas, projeções, lista de peças (ou de anúncios de carros) e aquela boa e velha promessa pessoal, que pode se concretizar ou não.

E a razão de existência desse post é exatamente essa: todo mundo compartilhar, ler e comentar sobre esses devaneios e metas, sem frescura e sem filtro. Começando por mim e pelo Leo – e vou pedir para o saudoso MAO complementar esse espaço também! –, mas a estrela desse post sempre foram vocês, nos comentários. Estamos aguardando!


Juliano Barata

Este foi um dos anos mais complexos da minha vida. Entre a consideração ou sonho de alguém mudar de país e efetivamente fazer de outro país – no meu caso, a Suécia – o seu lar, o lugar do seu dia-a-dia, é um choque fora de escala. Cultural, financeiro, térmico, de língua, hábitos e costumes, de burocracias e tecnicidades. Tudo. De tudo aquilo que damos por certo e que sabemos lidar, repentinamente somos crianças. Como abrir uma conta no banco? Como pagar um boleto? Epa, tem boleto? Se eu ficar doente, como faço? Eles falam inglês? E os impostos?

Então foi isso. 2025 foi um ano de fricção e tracionamento. Montar uma casa nova, aprender coisas fundamentais tudo de novo, voltar a pegar em uma câmera, mas agora como videomaker e não fotógrafo… meio que trocar um pneu com carro andando, porque o FlatOut é uma empresa e a roda não para de girar: demandas internas e externas, pessoas que entram e saem, negociações, receita, caos tributário, nada nem ninguém te espera.

Ainda assim, tive tempo para ao menos estruturar o fundamental e de fazer uma pequena irresponsabilidade financeira: vendi o Sandero RS Finale 99/100, juntei as economias e comprei o S2000, um carro que nem estava na minha lista de sonhos porque seria quase impossível morando no Brasil e eu não pretendia sair tão imediatamente (a quem não assistiu ao vídeo abaixo, me mudei por conta de uma proposta de trabalho para a minha mulher). Este é o meu segundo vídeo que roteirizei, filmei, apresentei e editei… um novo nível para assoviar e chupar cana!

Mas eu senti que tinha de fazer essa loucura. Por mim e por vocês. Esse carro será o nosso companheiro de aventuras. Revisões, experiências em pista, rolês com entusiastas por aqui no velho continente, preparação e modificações, viagens para museus e eventos aqui na Suécia e em países vizinhos, tudo vai acontecer em 2026 em termos de conteúdo. É sim um pouco de volta às origens: viver e transmitir uma energia mais crua que eu senti que tive de deixar de lado por mais tempo do que gostaria. E acho que dá pra ser ainda mais intenso. Só posso agradecer a vocês pela paciência e por seguir conosco no meio de tantas mudanças.

Sobre o carro, quais são meus objetivos para 2026: primeiro, uma revisão completa, que provavelmente farei em uma oficina especializada em Honda S2000 da Bélgica. Nisso, deverão vir os primeiros upgrades: discos de freios two-piece, maiores e mais parrudos, pastilhas, aeroquip, trilho de banco mais baixo para o motorista e um jogo de rodas com pneus mais esportivos para fazer arte. As rodas já estão encomendadas: são as Mita Motorsports FKK, do Japão, modelo de roda inspirado no desenho do Civic Type R FL5, mas na cor Kaiser Grey (algo entre o prata e grafite), das rodas do S2000 CR. Tive de aumentar em 1″ (18×9) devido ao fato de que os SportContact 7 só estão disponíveis do aro 18 para cima e não há o ExtremeContact Sport 02 na Europa.

A princípio, será isso. E claro, a minha Alfa Romeo GTAm segue em restauração na Arved’s Garage (no meu instagram pessoal @julianobarata, posto a cada um ou dois meses as últimas atualizações). Agora, com a funilaria completa, vamos começar a etapa da pré-montagem, onde tudo é montado (lanternas, vidros, grade, etc), para verificação de alinhamento e ajustes antes da fase de preparação para a pintura. Este é um carro que não tenho pressa de finalizar, mas que estamos fazendo com o máximo de atenção.

Agora, com a poeira começando a baixar do caos da mudança, irei finalizar o estúdio que estou montando no meu apartamento por aqui em Malmö – e na sequência irei montar o simulador, já comprado, que utilizarei para uma série de conteúdos sobre técnicas de pilotagem. Sim, finalmente…


Leo Contesini

Há anos em que a vida nos desloca, mesmo quando tudo parece estar no lugar. 2024 foi exatamente isso: um período de retorno, aclimatação e reencontro com depois de mais de uma década de idas, vindas e reinvenções constantes. Quando deixei Santa Catarina, eu era apenas um sujeito apaixonado por carros tentando encontrar seu espaço no mundo. Quando voltei, percebi que o mundo — e especialmente o Sul — havia mudado, e que eu também havia mudado junto, ainda que não percebesse isso com clareza. Prometi que colocaria um pouquinho do Sul no FlatOut, e 2024 foi o início desse processo. Não foi um ano de grandes gestos ou anúncios, mas um ano de reconhecimento de terreno, de observar a paisagem com o olhar de quem retorna e tenta entender onde essa história se encaixa agora.

Uma foto aleatória da nova vizinhança

Esse reencontro já começou a render frutos. Tenho uma lista de projetos para o Classics & Street e a sensação de que esse pedaço do país, meio fora do eixo SP-PR-MG tem boas histórias para contar — e me sinto responsável por levá-la aos FlatOuters do resto do país. A visita ao Autódromo de Chapecó, agora em dezembro, reforçou essa impressão. Ele tem potencial de ser um dos melhores autódromos do Brasil e certamente será o grande palco do automobilismo na região Sul. A matéria sai em janeiro.

O autódromo de Chapecó visto do avião

Outra coisa: atendendo a pedidos dos leitores, vou estudar uma forma de viabilizar a série “50 Carros que Mudaram o Mundo” em formato de livro. Não é uma promessa, mas vocês me convenceram a, pelo menos, entender quais são os desafios de se publicar um livro como esse.

O FlatOut seguirá por esse caminho em 2025. Teremos novos guias de compra, matérias de fôlego e, muito provavelmente, colunas especiais produzidas com exclusividade para quem escolhe assinar o site — porque nada disso faria sentido sem os leitores que nos acompanham há anos e sem os assinantes que sustentam o modelo que permite fazermos slow food automobilístico em um mundo cada vez mais impaciente. Além disso, muitos já notaram mais interações minhas aqui nos comentário. Sempre que precisarem, mandem um toque aqui na caixinha ou então lá no insta @leocontesini

Se tudo der certo, este também pode ser o ano em que finalmente tiraremos do papel o podcast em vídeo. O Juliano também passou por sua fase de adaptação em sua nova casa, e agora, com tudo mais assentado, temos espaço para transformar essa ideia em algo real. Não prometo datas, porque promessas vazias não combinam com o FlatOut.

Ainda é possível (mas não garantido), que no segundo semestre o FlatOut dê uma olhada lá pro alto, para os lados do Nordeste. Convites para conhecer os projetos e os grupos não faltaram. Quem sabe Recife e Maceió não revelam algumas surpresas?

No campo pessoal, o horizonte também parece mais claro — ainda que eu resista à tentação de planejar tudo com boas margens de segurança. É possível que 2025 traga um Project Cars pessoal no segundo semestre. Talvez o improvável aconteça e o Passat dos anos 1980 finalmente saia da lista dos “um dia eu faço”. Ou, se eu ficar louco, arremato aquela Brasilia com rodas offroad que está a venda aqui na rua de trás para fazer uma Brasilia Baja. Já pensou? Enfim… são possibilidades, não compromissos. E acho que depois de um ano de transição, possibilidades já são um avanço.

Já pensaram? Uma Brasilia Baja?

Se 2024 foi o ano de me reconectar, 2025 será o ano de transformar essa reconexão em algo concreto. Não apenas para mim, mas para o FlatOut. Porque parte da nossa missão sempre foi preservar a cultura automotiva. Cultura não vive de explosões virais, nem de reels constrangedores de adultos agindo como crianças, nem de frases prontas. Cultura depende de permanência, de contexto, de história, de gente que leva a sério aquilo que ama. E se a internet insiste em nos arrastar para o superficial, a melhor resposta é continuar construindo algo sólido, profundo e duradouro. Um legado, no sentido mais literal.

É isso que seguimos fazendo desde 2013. É isso que continuaremos fazendo em 2026. Em um mundo cada vez mais ruidoso, criar algo que perdura é a verdadeira resistência.