Como um jogador que não torce pela camisa que veste, você não precisa ter um carro da marca que paga seu salário. Mas a Fiat discorda, e por isso alguns funcionários da fábrica em Turim, que têm carros de marcas diferentes, encontraram uma surpresinha no estacionamento do trabalho no fim do expediente nesta semana.
Ao ir pegar o carro para ir para casa, o funcionário que não tivesse um carro do grupo Fiat encontrava seu carro envolto em um plástico transparente e um coração partido com os dizeres “Vederti con un’altra ci ha spezzato il cuore… Ma nonostante ciò continuiamo a pensare a te” — algo como “te ver com outra nos parte o coração, mas continuamos pensando em você”.
O funcionário, surpreso, é em seguida abordado por dois atores, que tentam convencer o funcionário “infiel” a se “converter” — usando como argumento os 26% de desconto que eles teriam comprando um Fiat direto da fábrica.
Torino. Broma- reproche. Fiat “empaqueta” los coches de otras marcas de sus de empleados. http://t.co/qMjiHTPdqu pic.twitter.com/YYFAdn7NCK
— Josto Maffeo (@JostoMaffeo) April 10, 2014
Apesar de ser um bom negócio (ou você não iria gostar de comprar um carro por 74% do preço?), a ação de marketing, desenvolvida junto à agência de publicidade So Simple, uma das maiores da Itália, dividiu opiniões.
Alguns funcionários acharam genial e levaram na esportiva, enquanto outros não a receberam tão bem. O principal argumento é que, submetendo o funcionário a tal ação, a Fiat está invadindo sua privacidade e interferindo em suas escolhas pessoais — de comprar um Volkswagen, Opel, Ford ou qualquer outro carro que não seja um Fiat —, opinião que é compartilhada pelo sindicato que representa os trabalhadores na Itália.
Os funcionários que não gostaram também dizem que já não se pode ficar no estacionamento de dentro do complexo com carros de concorrentes, mas que, uma vez do lado de fora, não se pode questionar a decisão de um funcionário por um carro de outra marca, mesmo que seja em tom de brincadeira.
Talvez, se levarmos em consideração a possibilidade de um funcionário se sentir humilhado, a resistência à ação de “parking marketing” — que já está prevista para acontecer em duas outras fábricas — até que faz sentido. Mas não nos parece uma invasão de privacidade: os carros estão em uma área comum, e o fato de serem de concorrentes não é exatamente um segredo. Além disso, a marca não induz ou obriga ninguém a comprar um Fiat — simplesmente deixa claro que “ficou magoada” e diz por que a aquisição em condições especiais seria uma boa ideia.
O que você acha desta campanha: bem sacada ou invasiva e desnecessária?
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