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De onde vem o nome “Santo Antônio”?

Hoje é 13 de junho, data que não tem significado algum para ateus, islâmicos, protestantes, judeus, budistas ou hinduístas, mas que marca a festa litúrgica católica de Santo Antônio de Lisboa.

É lógico que não estamos falando sobre isso para criar o FlatOut Universal da Graça do Senhor. Você sabe muito bem que Santo Antônio, além de ser o santo casamenteiro e proteger barcos de naufrágios, também é o nome daquela peça que protege a cabeça dos ocupantes de jipes, conversíveis e carros abertos em geral. Mas por que raios alguém batizaria uma barra de proteção com o nome de um santo que arranja casamentos?

Nós também fizemos esta pergunta. O problema é que, diferentemente de vocês, nós não temos o FlatOut para respondê-la, então decidimos investigar sua origem.

Você talvez conheça como santantônio, que é uma contração bastante utilizada quando se refere ao componente de proteção dos carros, e que se diferencia facilmente do nome do santo — além de evitar a possibilidade de blasfêmia.

Curiosamente somente nós brasileiros é que usamos este nome. Em inglês ela se chama rollover bar ou roll bar (e não Saint Anthony), em espanhol é barra antivuelco, em francês é arceau de securité (ou só arceau), em alemão é überrollbügel (você esperava algo mais simples?) e em Portugal elas se chamam simplesmente “barras de proteção”.

No Brasil há quem prefira usar “barra de proteção para a cabeça” ou o mesmo “barra de proteção” dos portugueses. O nome “barra anticapotamento” não é muito adequado afinal a barra não impede o capotamento, e sim protege os ocupantes em caso de capotamento.

Uma das origens possíveis poderia estar na simpatia popular para encontrar um marido/namorado, na qual a pessoa coloca a imagem do Santo Antônio de cabeça para baixo em um copo cheio de água, dizendo que só irá tirar o coitado do copo quando encontrar um pretendente. Até faz algum sentido: é um santo de cabeça para baixo. Santos protegem, ocupantes de conversíveis capotados ficam de cabeça para baixo.

Santoantonio

Felizmente não é isso. Pesquisando a respeito encontrei o livro “De Onde Vêm as Palavras: as Origens e Curiosidades da Língua Portuguesa”, lançado em 1997 pelo professor doutor Deonísio da Silva, que explica a origem do nome.

Santantonio

Segundo o livro, santantônio originalmente era o nome que designava o cepilho da sela de montaria — parte onde os cavaleiros inexperientes se agarram para não cair do cavalo, onde se amarram cordas ou ainda se seguram os cavalos. A peça tinha um formato semelhante às populares imagens de madeira de Santo Antônio, que tem aquele corte de cabelo franciscano, o que deixava a cabeça da imagem mais larga e achatada.

Mesmo nas selas em que o cepilho não tem o formato de Santo Antônio, essa parte tem a forma de um arco de proteção dos carros sem teto. Por isso, quando os primeiros carros de corrida adotaram as barras de proteção as pessoas começaram a chamá-las pelo mesmo nome devido à semelhança do formato com o cepilho. Como o cepilho era conhecido como santo-antônio, o apelido pegou e continuou usado para designar qualquer barra de proteção para a cabeça e, por analogia, às barras de proteção de caçambas.

Agora…

quando foi que os santantônios começaram a aparecer nos carros?

Sendo direto ao ponto, foi nos anos 1950, quando os sprint cars americanos eram baseados em roadsters dos anos 1930. Eles tinham barras tubulares de metal afixadas ao chassi para proteger os ocupantes em caso de capotamento. Foi uma solução quase que natural, que visava reproduzir a estrutura do teto, porém sem um teto integral. O design evoluiu até chegar à Fórmula 1 no Ferguson P99 em 1960.

Nos carros de rua, contudo, a criação é atribuída a um piloto britânico chamado John Aley. Depois de testemunhar vários acidentes violentos, nos quais as colunas de sustentação do teto não resistiam e amassavam ou se rompiam, ele desenvolveu um sistema de reforço interno com três pontos de ancoragem para o Mini e outros modelos compactos britânicos e começou a vendê-lo em 1964. Essas primeiras “semi-gaiolas” ficaram conhecidas como “Aley bars”.

Ao longo dos anos 1960 o acessório se tornou popular nos carros de corrida de turismo, sendo adaptado por pilotos e equipes. Paralelamente, a mudança do layout padrão dos carros da Fórmula 1 e da CART, que passaram a usar motor central-traseiro, facilitou o uso dos santantônios nos monopostos, pois eles passaram a ser extensões dos estrutura tubular do monocoque de alumínio. Foi apenas uma questão de tempo até a FIA torná-los obrigatórios, em 1971.


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