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Renault comemora 4 milhões de carros produzidos no Paraná
Cinco mil pessoas empregadas. É esta a importância direta, principal, de uma fábrica de automóveis como o Complexo Ayrton Senna da Renault, em São José dos Pinhais (PR). A gente pode ter a birra que quisermos com a indústria, mas ainda é uma das grandes provedoras de empregos de qualidade mundo afora.
A Renault, que opera neste lugar há 26 anos, está agora comemorando um grande marco para sua empresa, e essas cinco mil almas que todo dia aparecem para trabalhar para ela. O quarto milionésimo veículo saiu da fábrica; era um Renault Kardian.
O primeiro carro produzido nessa fábrica foi um Scénic em 1998. Não o primeiro Renault produzido no Brasil, porém: esta honra pertence ao Dauphine, que a Willys produzia sob licença da Renault no Taboão, em São Bernardo do Campo, a partir de 1960. O Dauphine tinha um minúsculo quatro em linha traseiro de 845 cm³; o atual Kardian tem um minúsculo tricilíndrico de 1 litro na dianteira, mas com turbo e potência de dois-litros.
Durante o último ano, a marca francesa emplacou no Brasil 139.214 veículos, registrando um crescimento nas vendas de 10,3%. Disse Ricardo Gondo, presidente da Renault do Brasil: “O ano de 2024 fica marcado na história da Renault do Brasil pelo sucesso do Kardian, que está conquistando o mercado brasileiro, a admiração dos nossos clientes e já recebeu diversos reconhecimentos da imprensa especializada, além de ser um sucesso de exportação. Tudo isso é motivo de muito orgulho para os 5.000 colaboradores da Renault do Brasil”.
A marca ainda destacou a importância do lançamento da versão manual do Kardian (que ela insiste em chamar de SUV), que foi lançado em outubro, e que, pelo menos até o momento, é o único modelo do seu segmento a contar com opção de motorização 1.0 turbo e câmbio manual de 6 marchas. Nós agradecemos! Também ano passado voltou a importar o Kangoo, ainda que só na versão furgão.
Atualmente, a fábrica de São José dos Pinhais é responsável pela produção dos modelos Kwid, Stepway, Kardian, Duster, Duster Oroch e Master. Parabéns à marca, mas especialmente, aos seus 5000 funcionários. (MAO)
Land Rover Defender ajuda nos incêndios de Los Angeles
Os incêndios ao redor de Los Angeles, incrível, continuam a arder. Alguns fabricantes de automóvel, como a Honda e Hyundai escolheram doar dinheiro para ajudar os esforços para mitigar a tragédia, e a Tesla enviou Cybertrucks equipados com receptores de serviço de internet Starlink para reforçar redes de celular ineficazes. Mas o mais interessante foi o jeito que a Land Rover ajudou: enviou Defender de rali para ajudar!
É na verdade um Defender que foi usado no Rebelle Rally em outubro, uma prova de regularidade feminina off-road de 2000 km na Califórnia e Nevada. Agora, o carro está sendo usado para dar suporte e fornecer esforços de resposta a incêndios em toda a área metropolitana de Los Angeles.
O Defender está sendo usado atualmente pelo Departamento do Xerife de Los Angeles em esforços de socorro, disse um porta-voz da Land Rover à Road & Track. Outro Defender, um 130, também foi enviado para Mercy Chefs; esse grupo está usando o carro para entregar comida aos necessitados em Pasadena.
O departamento do Xerife de Los Angeles diz que o carro colocou sua capacidade off-road em uso: foi usado no início da semana para ajudar a acessar casas que ficaram isoladas do resto da região quando uma ponte derreteu. Com o Defender, os socorristas conseguiram chegar a essas casas mais rapidamente, e seu guincho montado na frente ajudou a limpar os destroços enquanto o caminho era limpo.
A enorme área de carga do carro também é útil para serviços menos glamurosos. Por exemplo, foram usados para levar lanches para oficiais e membros da Guarda Nacional em vários lugares da cidade. As vezes a gente esquece, mas a incrível capacidade desses veículos modernos existe para isso. (MAO)
O Porsche 917K de Steve McQueen (e Seinfeld) não vende
A Porsche é a queridinha do beutiful people da California; gente que anda de Tesla no dia a dia, mas tem todo tipo de 911 guardado em sua garagem, sabe-se lá o motivo. A marca é hoje supervalorizada; imagine então o que acontece quando um dos mais míticos carros que já saíram da empresa vai à leilão.
É um 917K de 1970; por si só algo raro e valioso: um carro de corrida com 12 cilindros arrefecidos a ar contrapostos, 580 cv, em um carro que pesava não muito mais de 800 kg. É com o 917, sabemos, que a Porsche finalmente ganhou Le Mans na geral.
Mas este 917K é ainda mais especial: foi comprado por Steve McQueen por meio de sua produtora Solar Productions, para ser usado em seu filme “Le Mans” de 1971. Sim, aquele em que ele fala solenemente: “Racing is Life. Everything before or after is just waiting”.
O carro foi oferecido agora no leilão da Mecum em Kissimmee, Florida. O dono? Ninguém menos do que o mais conhecido colecionador de Porsches de hoje, e um dos comediantes mais ricos do mundo: Jerry Seinfeld. Não um, mais dois proprietários famosíssimos, um carro nas cores da Gulf, e com histórico de Le Mans. A corrida, e o filme Le Mans, quero dizer. Barrabás.
Depois que a Solar Productions o vendeu, o carro mudou de dono várias vezes, com muitos o usando em corridas. Na verdade, a lista de donos é uma lista de grandes pilotos da época: o primeiro a comprá-lo de McQueen foi Reinhold Joest, que mais tarde o vendeu para o piloto Brian Redman. Depois disso, ele foi adquirido por outro piloto, Richard Attwood, que o manteve de 1977 até 2020. Depois de Attwood, o colecionador de Porsche Frank Gallogly foi dono do carro brevemente por cerca de um ano.
Desde então, ele está com Seinfeld. Depois de comprá-lo, ele o levou para vários eventos, incluindo o Monterey Historic Automobile Races e o Pebble Beach Concours d’Elegance. Mas agora tentou vende-lo, certamente num processo de diminuição de quantidade de carros; não é assim que ele esteja precisando de dinheiro, com seu patrimônio na casa dos bilhões de dólares.
Sábado passado à noite, no leilão, as ofertas chegaram a nada menos que 25 milhões de dólares; mas não chegaram ao número mínimo para venda do carro determinado por Seinfeld (e que é secreto), então ele recusou. Sim, isso mesmo: 25 milhões é pouco, aparentemente, para o 917 de McQueen. Barrabás. (MAO)
Presidente da AMG admite que perdeu vendas com o C63 de quatro cilindros
Todo mundo sabe que em 2022, a Mercedes-Benz decidiu abandonar o V-8 biturbo em seu AMG C63 em favor de um trem de força de quatro cilindros híbrido. Embora a nova configuração seja mais potente (pelo menos, por alguns segundos de cada vez) e mais avançada tecnologicamente, ela falhou em gerar a mesma empolgação que V8. Que surpresa!
O chefe da AMG agora admite que a empresa perdeu vendas devido à troca, numa das declarações mais óbvias da história da humanidade. Ali juntinho com “o sol vai nascer amanhã”. Disse ele à Car Magazine:
“Vemos que alguns de nossos clientes muito fiéis tem problemas com o conceito. Claro, sem dúvida também perdemos alguns clientes que gostam apenas de V-8s. Mas você precisa realmente dirigir este carro. É um produto muito convincente.”
Não parece ser a opinião da maioria da imprensa internacional neste assunto. A mensagem dos críticos é clara: um trem de força sem emoção, em um carro potente, mas pesado demais. Admira-se a tecnologia, mas ninguém consegue amar a coisa.
Michael Schiebe, o tal presidente, diz que “leva tempo” para alguns clientes apreciarem o avançado sistema de transmissão do C63. Ele claramente apoia o carro, mas admite que a AMG poderia ter feito um trabalho melhor de marketing da tecnologia. Mas ele está errado, ou apenas tentando minimizar o impacto do que foi um erro claro, e um debaixo de sua responsabilidade.
Schiebe disse em uma entrevista de 2023 que o C63 continuaria sendo um carro de quatro cilindros no futuro previsível. Mas esse pode não ser o caso do próximo AMG CLE63. Esse carro, que originalmente deveria ter o mesmo trem de força, agora receberá um V-8 biturbo, de acordo com uma reportagem da Autocar. Parece que a mudança é de última hora, e à toque de caixa, depois da reação do público ao aparentemente à prova de vendas C63 AMG de quatro cilindros. Uma ideia que só podemos esperar que seja relegada á lixeira da história em breve. (MAO)