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Zero a 300

Duas estrelas do Pulse | O Stock Car é SUV | BMW M4 agora manual e mais!

Bom dia, caros leitores! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa rica mistura das principais notícias automotivas do Brasil e de todo o mundo. Assim, você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere com a gente!

 

Fiat Pulse consegue somente 2 estrelas no Latin NCAP

O Fiat Pulse, o hatch mais altinho e com molduras de caixa de roda foscas que todo mundo teima em chamar de SUV compacto, recebeu apenas duas estrelas na avaliação do Latin NCAP, último resultado publicado este ano. A Stellantis parece que não gostou e contesta o resultado, afirmando que o modelo testado está desatualizado em relação ao que está em produção hoje.

O que causou a pontuação baixa? Bom, o resultado é mediano mesmo. No impacto frontal tudo bem, exceto o tórax do motorista, que recebeu pontuação “marginal”. No impacto lateral (veículo batendo na porta a 50 km/h) a proteção é muito boa para os adultos, sem problema algum; já no impacto de poste lateral o tórax também recebeu pontuação marginal. Os bancos são preparados para impacto traseiro, pois passou nos testes de wiplash (chicoteamento do pescoço) com louvor.

No impacto frontal, o dummy de 3 anos de idade teve problemas de lesão na cabeça: a pontuação foi baixa, mesmo com o dummy de 1 ano e meio ao seu lado tendo zero lesões. No impacto lateral, aparentemente o dummy de 3 anos também não teve sorte: sua cabeça atingiu a cadeirinha do “irmão” ao seu lado, causando lesão de novo, e baixa pontuação. Se tivesse uma cadeirinha só lá atrás provavelmente nada aconteceria; assim é a natureza desses procedimentos específicos de teste.

Duas estrelas não é ruim: zerar nesse teste é bem fácil. No geral, é um carro ainda bem parrudo e seguro, aparentemente; as falhas no teste parecem fáceis de ajustar, o que me faz acreditar que a empresa não se preocupou em projetar seguindo o protocolo do órgão. Ou, realmente, o carro de teste estava fora de especificação atual, como alega a empresa. Em nota, a Stellantis disse:

“A Stellantis recebe os resultados da Entidade em questão, respeitosamente, mas com muita surpresa. Isso porque as diferenças entre o modelo avaliado (desatualizado) e o produzido foram relatadas, mas ignoradas pela Entidade. A Stellantis South America segue com foco total no cliente, na evolução constante da segurança veicular e no respeito à legislação, além de manter o maior, mais completo e moderno Centro de Segurança Veicular do Hemisfério Sul e afirma que o modelo em questão é um dos mais seguros do segmento.”

Lembrem: todo carro à venda atende as normas brasileiras que incluem realização de crash-test; a Latin NCAP vai além da especificação governamental. Nada de gritar “É inseguro!” OK? Por lei, existe proteção aos ocupantes de nível internacional. Criar testes cada vez mais severos é o modus operandi do órgão, que está empenhado em salvar vidas. O contínuo crescimento e pujança da indústria da segurança veicular, apenas um efeito colateral desejável, imagino. (MAO)

 

Stock-Car agora terá “bolha” de SUV, invés de “bolha” de sedã

Por essa, não esperávamos. A Stock Car confirmou nesta quinta-feira em Interlagos a troca dos sedans pelos SUV na nova geração de carros da categoria, que será introduzida em 2025. Agora a carroceria que cobre o chassi de corrida da marca imitará o Chevrolet Tracker, e o Toyota Corolla Cross.

Parece que a partir de um “desafio” das montadoras, a Stock iniciou a busca pelo novo modelo olhando para o mercado automotivo, notando a tendência da redução na venda dos sedans e o aumento nos SUV. A escolha pelos SUV foi feita após uma longa pesquisa quantitativa com 180 fãs da categoria, onde eles foram questionados sobre a manutenção dos sedans ou a introdução do novo modelo.

Esta é uma troca realmente inócua. O carro continuará o mesmo, apenas a “bolha” (apelido da fina “carroceria” que cobre o chassi, nome vindo dos autoramas) agora imita outro carro. E os carros são os mesmos, fabricados pela mesma empresa: chassi tubular, suspensões independentes de corrida, mesmo motor de quatro cilindros baseado no Ford Duratec, com 2,1 litros turbo e 500 cv a 7.600 rpm. Todos tem tração traseira e o mesmo câmbio sequencial e semiautomático de seis marchas

Ninguém faz mais sedã, então é lógico que a fantasia de carro de rua tinha que mudar. A história toda pode soar como “SUV invade competição”, mas na realidade, nada está mudando.

Os organizadores garantem que o grid de 2025 terá quatro marcas competindo. Marca aqui é só desenho da “bolha” e patrocínio, claro. Se você não entendeu, eu explico: o Toyota não é Toyota, o Chevrolet não é Chevrolet, e as outras duas marcas ainda escondidas correrão com os mesmos carros, só com outras “bolhas”.

E agora, essas bolhas lembrarão vagamente SUV, ou invés de lembrar vagamente Cruze e Corolla. E é só isso. Melhor não gastarmos nosso tempo discutindo esse tipo de coisa, se você me perguntar. (MAO)

 

Custo de reparo de acidentes aumenta com tecnologia avançada de segurança

É minha senhora, câmera e radar já eram….

A gente fala disso bastante aqui, e sempre muita gente não gosta. Mas ficar enfiando equipamentos obrigatórios em automóveis é fácil e lucrativo para um monte de gente. Os fabricantes, fornecedores, sim, claro, mas também os políticos e legisladores. A conta fica, claro, com o consumidor, sempre. Eu e você, claro. Você pode achar esses equipamentos serem obrigatórios algo bom, ou algo ruim. Não importa: o fato é que a conta é nossa. A gente paga. Ou você acha que vem de graça? Que é presente?

Enfim. Esta notícia de hoje é relacionada a isso: outra conta que vamos ter que pagar nós mesmos, claro. Um estudo americano descobriu que uma média de 37,6% dos custos envolvidos na reparação de danos causados por acidentes, hoje em dia, naquele país, vão apenas para consertar e calibrar os sensores e câmeras usados para sistemas de driver aid avançados. Isso inclui coisas como cruise control adaptativo e assistência para manutenção de faixa, onde radares e câmeras são acionados. Mas tecnologias mais antigas, como sensores de estacionamento traseiros e câmeras, também influenciam a equação.

“Veículos equipados com sistemas de segurança mais sofisticados são muito mais comuns agora, especialmente desde que a NHTSA propôs sua regra exigindo frenagem automática de emergência”, disse o diretor de engenharia automotiva da AAA, que fez o estudo. “Os consumidores devem estar cientes dos custos de reparação associados a estas tecnologias. Mas também devem compreender a importância de os reparar, uma vez que sistemas que funcionem inadequadamente podem resultar num acidente mortal.” Tá vendo? Não desligue, pague!

Embora o ímpeto de salvar vidas seja o mais nobre, a escalada contínua de complexidade do automóvel neste sentido pode, muito seriamente, acabar com a viabilidade do automóvel de uso pessoal. O preço mínimo dos automóveis aumentando em todos os países mostra claramente isso. É isso que queremos? (MAO)

 

CEO da BMW defende a continuação de combustão interna

Durante uma apresentação em Frankfurt, o CEO da BMW, Oliver Zipse, defendeu a decisão da empresa de manter os motores à combustão em catálogo.

O jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ) cita o chefe da BMW dizendo que a marca de luxo não “quer descartar o motor de combustão”. O executivo de 59 anos explicou que a recusa em definir uma data de expiração para o motor à combustão interna não reflete a falta de iniciativa da marca.

Ele prosseguiu mencionando que é errado “criticar produtos que ainda estão em oferta” e abordou o assunto dos combustíveis sintéticos. Como existem mais de 1,4 bilhão de carros no mundo, Zipse argumenta que a importância dos veículos a gasolina existentes está subestimada.

Substituir cada um dos motores de combustão interna existentes por um elétrico num curto espaço de tempo não é viável, e fabricar um novo carro elétrico também não é ecológico. Consequentemente, o CEO acredita que “os e-fuels também são importantes” para manter os carros existentes a funcionar sem prejudicar o ambiente. A Toyota, parceira da BMW no desenvolvimento de tecnologia de hidrogênio, acredita que pode salvar o motor á combustão fazendo-o funcionar com hidrogênio.

Os principais rivais da BMW não estão preocupados, aparentemente. A Mercedes acredita que poderá se tornar puramente elétrica já em 2030 “onde as condições do mercado permitirem”. A partir de 2026, a Audi só lançará EVs e encerrará a produção de carros com motores á combustão em 2032. A Jaguar se tornará elétrica muito antes, a partir de 2025. A Volvo abandonará os motores de combustão em 2030. De novo, os próximos anos serão tudo menos enfadonhos. (MAO)

 

BMW Z4 ganha nova transmissão manual

E falando de BMW, outra boa notícia vinda da Baviera. O BMW Z4 recebeu a opção manual de seis velocidades, em sequência ao sucesso da versão manual de seu irmão, o Toyota Supra. A produção começa no primeiro trimestre de 2024, mas nenhum detalhe de preço está disponível ainda.

O manual de seis velocidades está disponível exclusivamente para o acabamento M40i, equipado com um motor biturbo de 3,0 litros e seis em linha, produzindo 382 cv. A BMW trabalhou com a ZF para desenvolver o manual de seis velocidades especificamente para este carro. O conjunto do eixo traseiro é a unidade do BMW M240i, o que significa que um diferencial limited slip M Performance vem incluído. O trambulador é supostamente diferente da configuração que o Supra de seis velocidades usa.

A transmissão manual era oferecida em alguns mercados com o motor de quatro cilindros turbo; agora é também no mais potente dos Z. Uma pequena boa notícia sobre um tipo de transmissão em extinção mundo afora, mesmo ainda sendo a mais leve e barata de todas. Mas quem quer carro leve e barato hoje? (MAO)