Na noite de ontem aconteceu algo especial: a Puma Automóveis apresentou seu projeto para reviver a marca e trazer de volta o fora-de-série mais icônico da história automotiva brasileira. E este renascimento promete repetir a trajetória do clássico, começando nas pistas e, esperamos, voltando para as ruas. É ou não é de empolgar?
O mote da volta é simples e de impacto: “Nas pistas nascemos, pelas pistas voltaremos!” E, com isto, a Puma Automóveis pretende traçar o mesmo caminho que, há cinquenta anos, a transformou em uma fábrica de esportivos fora-de-série — começando com um carro de competição.
E quando falamos em um renascimento nas pistas aos moldes de como foi há meio século, não estamos brincando: assim como a Puma Motores e Veículos surgiu do que era a Lumimari Ltda., fundada pelos sócios Luis Roberto Alves da Costa, Milton Masteguin, Mario Cesar Camargo Filho e Rino Malzoni — os envolvidos na criação do Malzoni GT, que competiu em provas pelo Brasil em 1964 e deu origem ao GT Malzoni e, mais tarde, ao primeiro Puma, com motor DKW de dois tempos e três cilindros (você pode ler a história completa aqui).
Avançando até 2013, os amigos Fernando Mesquita e Reginaldo Galafazzi decidiram se juntar para reviver a marca Puma — Fernando andava envolvido com a restauração de Pumas clássicos para competições desde 2012 e Reginaldo é entusiasta de longa data da marca. Juntos, os dois fundaram em 2013 a Mesgaferre Ltda. O nome é uma junção das sílabas iniciais de seus nomes e sobrenomes — como foi com a Lumimari — e agora, em 2014, a empresa está pronta para assumir seu novo nome: Puma Automóveis — exatamente meio século depois de a Lumimari mudar seu nome para Puma Veículos e Motores.
Mais interessante, porém, que um novo site com a história, é saber que um protótipo está a caminho. As imagens que foram reveladas até agora trazem uma projeção, cujo design é assinado por Du Oliveira — o Irmão do Décio, de quem você provavelmente já ouviu falar. Du é especializado em releituras de carros clássicos brasileiros e do resto do mundo, e usou esta experiência para reimaginar o Puma como um bólido de competição.
Inspirado no Porsche Boxster, no Lotus Elise e, claro, no clássico Puma GT da virada da década de 1970 (note a curvatura ascendente nas laterais, como nas janelas do modelo original). O projeto, que nas últimas semanas foi revelado “peça a peça”, como em um quebra-cabeça, tem dimensões parecidas com aquelas dos modelos que o influenciaram. São 4,20 de comprimento, 1,20 de altura e 1,95 de largura, com entre-eixos de 2,50 m — dimensões que devem mudar quando o projeto chegar à fase de protótipo.
O peso estimado é de baixos 750 kg — o que soa otimista, porém não impossível em carro de competição espartano, feito de fibra de vidro sobre um chassi tubular. O motor será um quatro-cilindros de 1,6 litro de origem ainda não divulgada que, turbinado, deverá render 250 cv queimando etanol. A transmissão será manual, de cinco velocidades, e completarão o pacote freios a disco e suspensão independente nas quatro rodas.
A ideia inicial é produzir algo entre 20 e 25 protótipos e fundar uma categoria monomarca, que está sendo apadrinhada pelo piloto Jan Balder, organizador de provas de regularidade em Interlagos e companheiro de Emerson Fittipaldi na lendária Mil Milhas de 1966 a bordo de um GT Malzoni. Depois disso, só o tempo dirá o que será da nova Puma. Contudo, a empolgação é inevitável — e já começamos a imaginar um futuro onde a Puma volte a fabricar esportivos de rua. Você não?
[ Fotos: Puma Automóveis ]