FlatOut!
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Sessão da manhã

Eau Rouge, 1991 a 2013: duas décadas na curva mais famosa de Spa Francorchamps

Nos primeiros dias do FlatOut fizemos um guia que ensinava a contornar a curva Eau Rouge, no circuito belga de Spa-Francorchamps — ou melhor, o que não fazer no circuito se você não quisesse destruir seu carro (ou pior). Mas você quer ver como os melhores pilotos do mundo colocam a teoria em prática? É exatamente o que encontramos neste vídeo!

Trata-se de uma compilação de onboards na Eau Rouge que abrange todas as edições do Grande Prêmio da Bélgica de 1991 a 2013 — cada uma delas com um grande piloto ao volante. E, logo de cara, uma voadora no peito — Nelson Piquet em 1991, Nigel Mansell em 1992 e Ayrton Senna em 1993.

A partir daí, você tem uma overdose de Eau Rouge — e cada ano traz um piloto representativo naquela temporada: temos Damon Hill, David Coulthard, Mika Hakkinen, Michael Schumacher, Fernando Alonso… até chegar a 2013, com Nico Hülkenberg.

Depois de assistir algumas vezes (pode admitir, você deu pelo menos um replay), você talvez note algumas ausências: 1994, 2003 e 2006. Em 1994, a curva foi transformada em uma chicane usando pilhas de pneus em resposta as mortes de Roland Ratzenberger e Ayrton Senna em Imola (vários outros circuitos sofreram modificações semelhantes), e em 2003 e 2006 o circuito de Spa não recebeu a Fórmula 1. Veja como a curva ficou em 1994 (aos 1:45):

Neste time lapse é possível ver cada um dos passos necessários para contornar a Eau Rouge o mais rápido possível sendo executado: vemos os pilotos negociando com a primeira zebra, brigando para controlar a traseira do carro — que está sendo pressionado pelas forças G verticais e, com isso, tem o funcionamento da suspensão prejudicado (ou até anulado) naquele trecho — e, na entrada da curva seguinte (Raidillon), brigando novamente para manter o equilíbrio do carro quando a subida termina (repare no onboard de Schumi em 2010).

Mas este vídeo também é muito legal porque dá para perceber como os carros mudaram — a mudança dos roncos dos antigos V10 que chegavam a quase 20.000 rpm para os V8 mais contidos (limitados a 18k) e a mudança dos câmbios de seis marchas para os atuais de sete, além da evolução aerodinâmica que permitiu que os carros passassem a contornar a Eau Rouge de pé embaixo — flat out, se preferir — a quase 300 km/h. Em 2012, podemos ver Weber usando o KERS para ganhar ainda mais potência, chegando aos 313 km/h.

Aqui, cabe uma observação: por si só, Eau Rouge é um dos maiores desafios não só de Spa, mas de todos os circuitos da Fórmula 1. Se contornar a curva sozinho a 300 km/h já é insanamente difícil, imagine brigar por uma posição com outro piloto colado a seu carro? Foi exatamente o que aconteceu pelo menos duas vezes: em 2007, com os companheiros de McLaren Fernando Alonso e Lewis Hamilton, e em 2011, novamente com Alonso, que foi ultrapassado por Webber no meio da curva:

Simplesmente épico

Precisamos comemorar o fato de o circuito belga ainda fazer parte do calendário e ser um dos cada vez mais escassos circuitos verdadeiramente emocionantes na F1 atual.