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Emprego dos sonhos: como é ser o piloto de testes da Pagani e dirigir supercarros o dia todo?

Talvez o destino já estivesse traçado para Davide Testi quando ele nasceu — ser piloto de testes da Pagani. Vê? “Testi”, “piloto de testes”… que tal? Bem, piadas horríveis em um domingo de manhã à parte, Testi tem um dos empregos mais desejados por qualquer entusiasta, no qual ele precisa dirigir supercarros o tempo todo — no caso, os exóticos supercarros da Pagani com seu ousado design italiano e potentes motores V12 AMG. E como é ter o trabalho dele?

Com seu inglês carregadíssimo de sotaque italiano, Testi conta como conseguiu o emprego — e a história é difícil de acreditar: quando ainda fazia um curso na escola de mecânica da Ferrari (a Ferrari mantém algumas escolas de mecânica para treinar seus funcionários periodicamente), um dia ele topou com um carro diferente nas ruas perto de sua casa — um supercarro de formar cruas e ousadas como ele jamais havia visto.

Ele seguiu o carro, que parou em frente à fábrica da Pagani (que, aliás, você pode visitar virtualmente aqui!). Ele tocou a campainha e foi atendido pelo próprio Horacio Pagani e decidiu perguntar que carro era aquele. Era o Zonda.

Depois de conversarem um pouco, Horacio Pagani disse que, já que Davide estava tão interessado no carro, ele começaria a trabalhar na Pagani assim que concluísse seu curso. A entrevista de emprego mais fácil do mundo, sim ou com certeza?

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Naturalmente que Horacio não deu as chaves de um Zonda logo de cara para Testi. Era o que ele queria, mas seu primeiro cargo foi no setor de modelagem de fibra de carbono — levou dois anos para que ele sentasse ao volante de um carro para testá-lo. E seu primeiro teste foi com o chefe no banco do carona, em uma volta de cinco quilômetros que garantiu que, hoje, ele seja o cara que procura defeitos nos carros e ajuda a eliminá-los, ao mesmo tempo em que ressalta as características boas.

Davide diz que sonhou com seu primeiro dia ao volante por um mês depois que aconteceu. Também sonharíamos.

Ele diz que  o maior desafio de ser o piloto de testes de um supercarro é fazer o possível para encontrar o equilíbrio perfeito entre o comportamento dinâmico em pista com a usabilidade nas ruas — boa parte das horas ao volante é dedicada a esta questão. Outro ponto de extrema importância é a segurança com as “babás eletrônicas” desligadas: o carro é levado ao limite sem ABS, EBD ou controles de tração e estabilidade. Quando Testi vê que o carro pode ser conduzido de forma segura (levando em consideração que o Huayra, por exemplo, um V12 AMG biturbo de seis litros, 730 cv e 101,9 mkgf de torque), os sistemas eletrônicos são calibrados com sua ajuda.

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É o tipo de emprego que certamente nos faria levantar empolgado todas as manhãs — como Davide faz. Na maioria das noites ele recebe uma ligação do próprio Sr. Pagani com os planos para o dia seguinte — mesmo sem novos lançamentos, o trabalho de um piloto de testes nunca acaba: além de acertar o carro, muitas vezes é ele quem os leva para eventos e os traz de volta, mesmo em outros países. E não é raro ter que levar um carro para casa e passar alguns dias com ele — para a alegria de seu filho, que já está entrando no mundo dos supercarros exóticos desde cedo:

Davide se diverte quando é visto com o carro e alguém lhe aborda: “cara, você veio com este carro?” Ele só responde. “É, mas é só um carro normal. Eu tenho que dirigir, é meu trabalho!” E dá para perceber que ele não está sendo sarcástico ou exibido. Ele simplesmente se acostumou com essa vida, e curte cada momento dela.