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Car Culture

Esse cara deu uma volta em Manhattan a mais de 120 km/h – e teve que fugir do país para não ser preso

Em agosto do ano passado, um motorista canadense identificado como Afroduck bateu o recorde informal de volta mais rápida ao redor da Ilha de Manhattan, em Nova York. Para comprovar seu recorde, ele publicou o vídeo no YouTube, mas diferentemente de certo país tropical abençoado por deus e bonito por natureza, ele acabou descoberto pelos tiras e processado pelo Estado. Agora, ele precisou fugir dos EUA para evitar o sua prisão.

Por ser uma ilha e o mais populoso dos cinco boroughs que compõem a cidade de Nova York, Manhattan tem um anel viário que se estende por todo seu perímetro — algo que soa como um circuito de corridas em plena cidade. Sendo assim, ao longo dos anos algumas pessoas já tentaram fechar esse circuito com seus carros no menor tempo possível.

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O primeiro deles foi o americano Alex Roy — famoso por participar do Gumball 3000 com seus carros com pinturas de polícia de outros países —, que completou a volta de 42 km em 27 minutos em 2001. Ele conta que chegou a 250 km/h em alguns trechos e cometeu 151 infrações de trânsito, o que seria suficiente para suspender sua carteira de motorista 78 vezes. Mas Roy foi esperto e não colocou nenhum vídeo no YouTube — até mesmo por que o YouTube ainda não havia sido inventado.

Depois, seu recorde foi quebrado em 2010 por um grupo identificado como CBC, que fez o mesmo em 26:03.  Tão cautelosos quanto Roy, o grupo só divulgou o vídeo algum tempo depois do feito para evitar problemas com as autoridades. Eles não divulgam o carro usado, nem a data da corrida, limitando-se a dizer que foi feita no verão de 2010.

Então, em agosto de 2013 esse outro cara, o tal Afroduck, usou um BMW Z4 M e fez uma volta ainda mais rápida: 24:07. Segundo ele a velocidade média ficou nos 105 km/h — o que parece pouco, mas é realmente alta considerando o percurso urbano com seis semáforos e trechos com trânsito denso.

Só que diferentemente dos dois primeiros, ele não conseguiu se conter e publicou seu vídeo logo após o feito, crente que não seria descoberto pelos policiais, e ainda disse que revelaria seu nome dali a um ano (em setembro de 2014). Acontece que, como todos descobrimos assistindo Investigação Discovery, a polícia sempre dá um jeito de encontrar quem ela precisa encontrar e foi exatamente o que aconteceu com Christopher Adam Tang, o Afroduck. Ele foi descoberto um mês depois de seu recorde quando a polícia local rastreou seu IP e depois reconstruiu sua volta em alta velocidade usando câmeras de vigilância pelo caminho.

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Obviamente ele acabou processado, e foi declarado culpado no começo deste mês. Ele foi acusado de direção perigosa e por colocar outras pessoas em risco e por isso deve ser preso por um ano. Só que ele finalmente decidiu ser um pouco mais esperto e fugiu para o Canadá, seu país de origem. Afroduck se diz incrédulo com as acusações contra ele:

“Claro, eu fiz uma coisa estúpida. Achei que pudesse fazer um vídeo legal e pensei que os nova-iorquinos curtiriam isso… sim, foi estúpido, mas você acha que foi perigoso?”

Agora, Afroduck diz que o júri já o havia condenado antes do julgamento — um dos jurados admitiu ao New York Times que, embora inicialmente quisesse absolver Afroduck, os outros jurados o persuadiram a fazer deste caso um exemplo. “Que tipo de sociedade é essa?”, ele perguntou em entrevista ao canal canadense WABC. Sem medo, ele ainda conclamou: “Eles podem vir para Ottawa. Podem vir aqui me pegar com o judiciário canadense. Aí eles vão ver o como é um sistema judiciário de verdade”.

Enquanto estiver no Canadá, Afroduck permanecerá em liberdade a menos que o país decida extraditá-lo — o que não deve acontecer. O único risco que ele corre é de entrar nos EUA, pois como está condenado, não sairá de lá antes de cumprir dois anos de prisão — um ano da condenação inicial, e outro ano por fugir antes de ser preso.