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Estas são as multas mais bizarras da história

O papel educativo da multa é tão questionado que se fala em uma indústria de arrecadação por trás deste instrumento disciplinar. Mas pior do que receber uma multa por ser pego fazendo algo errado é receber uma fundamentada na burrice ou na falta de noção do agente público, ou numa aparente tremenda falta do que fazer. Reunimos alguns casos bizarros que mostram o quanto bom senso é mercadoria escassa.

 

Caminhão do Homem-Aranha

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Em Karlsruhe, na Alemanha, o artista austríaco Erwin Wurm recebeu uma multa porque sua escultura, um caminhão dobrado, estava estacionado em local proibido. O detalhe é que o caminhão está dobrado com o eixo traseiro para cima, como se tivesse dado ré e subido na parede. Como o fiscal acha que ele se dobrou é algo a nos perguntarmos, mas a multa está lá, no para-brisa. Cobrando 30 euros pela infração.

Wurm faz uma série de esculturas diferentes, mas gosta também de carros, como o Curry  Bus, o Renault 25, o Porsche gordo ou a Kombi dobrada por telecinese. Se ele tomar uma multa para cada um deles, está lascado.

 

Chupa que é de menta

Falamos desta no começo deste ano e ela ainda nos parece absurda. Um motorista que preferiu não se identificar foi parado na Rodovia Senador José Ermírio de Moraes, conhecida como Castelinho, no dia 5 de janeiro. Dirigindo um Porsche Cayman, ele foi acompanhado por uma viatura e parado depois de colocar uma bala de menta na boca. O policial mandou ele encostar, pediu documentos e, não encontrando nada fora da lei nos documentos, no carro ou na conduta do motorista, depois de meia hora de investigação, resolveu multá-lo por tirar a mão do volante para pegar a bala.

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Com toda a razão, o motorista pediu que o motivo da multa fosse discriminado e questionou o motivo de tanta demora na autuação. Especialmente porque ele havia pegado a bala logo pouco antes de ser parado. Não sabemos se houve resposta oficial e deixamos ao leitor a interpretação pelos motivos dos policiais. Mas que ser multado por chupar uma bala é suspeito, lá isso é.

 

The Fined Dead

Não é obra de ficção nem fruto de uma mente inventiva qualquer. O Buick Regal de Mamadou Barry, de 47 anos, foi multado duas vezes antes que amigos dele percebessem que ele havia morrido ao volante. Por complicações de diabetes.

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Os fiscais de trânsito, por outro lado, preferiram multar o morto. E ele já deu a entender que não vai pagar. Corre o risco de ser preso, ainda que esteja em local conhecido: a funerária, onde ainda aguarda sepultamento.

 

Brazucas supersônicos

Enquanto o Bloodhound SSC luta para quebrar o recorde mundial de velocidade em terra, que seria de 1.000 mph, ou mais de 1.600 km/h, um advogado catarinente já bateu esse recorde em 2001, segundo o DER-SC. Jucelei Tavares Menezes teria passado diante de um hospital, numa via em que a máxima permitida é de 40 km/h, a 4.800 km/h. Com seu VW Gol Rolling Stones 1.6. A multa foi cancelada, mas Jucelei guardou a autuação para mostrar que teve “um legítimo Gol Bala”, segundo entrevista dele ao G1.

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Outro caso foi o do engenheiro de alimentos Rafael de Andrade, do Distrito Federal, que teve seu Gol multado em Niterói. A 880 km/h, segundo o DETRAN-RJ. Mas, ao contrário do caso do advogado, a multa de Rafael não foi cancelada. E ele disse que se recusaria a pagar. Segundo Jucelei, a diferença de velocidade entre os dois Gol é simples de explicar. “O meu era 1.6. O dele era 1.0”.

 

Lixeira infratora

Essa foi de zoeira pura e simples. Um fiscal de trânsito foi questionado por um cidadão no condado de Carmarthen, no Reino Unido, a respeito de uma lixeira com rodinhas. Ela estaria estacionada em local irregular. De bom humor, ele autuou a lixeira para encerrar a discussão. Seu azar foi o vendedor Mike Jones ter visto a cena e registrado com sua câmera.

Multa-lixeira

Pela brincadeira, o fiscal foi investigado pelo conselho de Carmarthenshire. Mas não houve reação da lixeira. Pertencente à empresa Biffa, ela não reagiu à autuação e continuou de bico fechado.

 

De roer as unhas

Um motorista de Salamanca, na Espanha, foi parado e imediatamente multado porque perdeu a liberdade de movimentos ao dirigir roendo as unhas. Foi essa a alegação do policial que lhe deu a multa, como mostra uma imagem do auto de infração. Ele vai ter de morrer com 80 euros.

Multa-roer-unhas

Segundo um estudo da Fundación Línea Directa, o número de multas em estradas espanholas cresceu 80% entre 2007 e 2013, justamente os piores anos da crise econômica que o país europeu atravessa. Eis uma forma criativa de fazer ajuste fiscal, mas é melhor falarmos baixo para não dar ideia…

 

Errada há milênios

Uma motorista da Sicília, na Itália, conseguiu um prodígio: deixar seu carro estacionado de modo irregular desde o ano 208 d.C. O policial, ao aplicar a multa, se esqueceu de um zero, em 2008, e o sistema de cobrança calculou o valor do atraso no pagamento de acordo com o informado. Deu 32.000 euros. A mulher teve um ataque de tontura e foi levada ao hospital pelo valor da infração, mas se recuperou bem, especialmente depois que a multa foi revista e caiu para 102 euros.

Apesar de ditador, o imperador Septímio Severo, que governava o Império Romano na época da pretensa multa, foi misericordioso.

Septimio-Severo

Tô de olho nessa zoeira, aí…

 

Tá de brincadeira?

O cabeleireiro Giovanni Cortessi achou um meio original de promover seu salão, em Brighton, no Reino Unido: com um ônibus de brinquedo colocado bem em frente à vitrine. Os clientes curtiram a ideia, mas a polícia, não. Um belo dia, Giovanni se surpreendeu ao ver o pequeno ônibus com uma multa de 50 libras esterlinas.

Multa-Onibus-Brinquedo

Giovanni diz que queria apenas uma forma original de fazer propaganda. Como a polícia resolveu ajudá-lo, o caso ganhou repercussão mundial. Cá entre nós, o que são 50 libras pra uma publicidade com este alcance?

 

Atropelado e multado

Em junho de 2007, na Irlanda, o empresário Daniel Horne tentava voltar para casa quando um carro de polícia invadiu a calçada e esmagou seu pé esquerdo. Auxiliado pelo policial, que o levou a um hospital e esperou três horas com ele pelo atendimento, Daniel ficou perplexo ao receber em casa uma multa por causar dano ao patrimônio público. No caso, o carro de polícia que o atropelou, no qual ele teria deixado um amassado.

Atropelado-multado

O carro de polícia teria invadido a calçada para prender Daniel e seus amigos, que voltavam da balada e tiveram um pneus furado no carro. Eles ligaram o pisca-alerta e saíram em busca de ajuda, mas algum morador desconfiado deve ter pensado que eles haviam desovado um carro roubado e chamou a polícia.

A multa, de 80 libras, traz o motivo descrito: “Você bateu na lateral dianteira de um carro policial e causou um amassado”. Depois de recebê-la, Daniel pretende processar a polícia por danos materiais. Depois do acidente, ele ficou mais de três meses sem poder trabalhar e não sabemos o fim que a história teve, mas não deve ter ficado nada barata para a polícia.

 

Correndo atrás do próprio rabo

No Reino Unido, Islington, na região metropolitana de Londres, não apenas multa os carros de sua própria administraçao. O distrito também se recusa a pagar a multa que ele próprio se aplicou e recorre da infração até suas últimas instâncias!

Multa-Islington

Sob o número 2070232277, a apelação do Islington Council pediu não apenas o cancelamento de uma multa de estacionamento, mas também o ressarcimento das despesas jurídicas que ele teve contra si mesmo. A JARI de lá, chamada de Parking Adjudicator, decidiu que um distrito não pode se multar nem se processar. Uma esquizofrenia que lembra que burocracia é ruim em qualquer lugar do mundo.

 

Então, eu me multo!

Jânio Quadros

Contam que Jânio Quadros, quando foi prefeito de São Paulo, tinha a mania de aplicar multas de trânsito pessoalmente. Certa vez, ao autuar um cidadão, teria se passado o seguinte diálogo:

— Por que o senhor está me multando?, perguntou o cidadão.

— Porque aqui não é permitido estacionar. O senhor não viu a placa?, disse Jânio

— Vi, mas o senhor também estacionou aqui!, arrematou o infrator, contando que a incoerência fosse lhe valer um perdão imediato.

— Então, eu me multo!, disse o então prefeito, entregando a multa e lavrando uma para si mesmo.

Se a história é verdadeira ou não, não sabemos, mas ela é divertida.

E você, conhece alguma história bizarra de multa que não consta de nossa lista? Fique à vontade para contá-la em nossa caixa de comentários!