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Sessão da manhã

Este cara restaurou seu Alfa 1300 Ti e ainda conseguiu um emprego dos sonhos por causa dele

Dorian Valenzuela é um americano que conseguiu juntar o melhor de dois mundos: além de ter restaurado o carro que sempre sonhou — um Alfa Romeo Giuila 1300 Ti, ele ainda conseguiu um emprego em uma das companhias de restauração mais incríveis do mundo, a Singer Vehicle Design, por causa do carro. Nós estaríamos felizes só com o Alfa, de verdade.

Como muitos de nós, Dorian adquiriu sua paixão por carros — especificamente, pela Alfa Romeo — quando criança: ele foi com seu pai a um encontro e deu de cara com um Giulia da década de 1970.

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O Alfa Romeo Giulia foi um sedã esportivo fabricado pela Alfa Romeo entre 1962 e 1978. Não se deixe enganar pelas proporções conservadoras, quase caretas (diferentes das do cupê, por exemplo, que esbanjam esportividade para a época): o Giulia foi um dos primeiros carros produzidos em grande volume a empregar um motor potente e girador em uma carroceria o mais leve possível, princípio antes dedicado mais a esportivos de nicho.

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O Giulia teve dois motores a gasolina, ambos variações do motor Twin Cam da Alfa Romeo. Lançado em 1959, o quatro-cilindros de 1,3 e 1,6 litro era o supra-sumo da mecânica na época: duplo comando de válvulas no cabeçote (daí seu nome, que deriva de twin camshaft, que significa literalmente “comando duplo”), câmaras de combustão hemisférica e bloco e cabeçote feitos de alumínio eram suas principais características, e ajudavam o motor a ter um ótimo rendimento para a época. O motor menor, de 1,3 litro, rendia até 82 cv, enquanto o de 1,6 litro entregava até 95 cv.

O Giuila 1300 Ti (de 82 cv) de Dorian não foi seu primeiro Alfa: na década de 1990, quando cursava o ensino médio, ele teve um Sports Sedan 1979. Contudo, foi  o carro que mudou sua vida.

Comprado através de um anúncio no site de classificados Craigslist, o Giulia 1300 Ti precisava de alguns reparos mecânicos, mas estava relativamente íntegro. Doriam, obviamente, decidiu restaurar o carro, e que seu visual teria apelo racer. Na verdade, ele usou uma receita bastante popular: “limpou” o visual do carro, removendo para-choques e acabamentos cromados, manteve o interior relativamente original e ampliou o deslocamento do motor para dois litros — mostramos um Alfa exatamente assim por aqui em meados do ano passado. Alimentado por dois carburadores Weber 45, o motor agora entrega pelo menos o dobro da potência original, ou cerca de 160 cv.

Agora, apesar de ser sua maior paixão, o Giulia de Dorian não é a única: ele também gosta de Porsches e tem um 911 1964. E foi para comprar peças para o Porsche que Dorian visitou a Singer Vehicle Design, a fábrica de sonhos fundada pelo ex-roqueiro Rob Dickinson. Dickinson precisava de um novo eletricista para e começou a conversar com Dorian a respeito.

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Dorian, que já tinha experiência com elétrica e eletrônica por seus empregos na JPL, o laboratório de propulsão a jato da NASA, e na companhia que produziu alguns componentes do Mars Rover Curiosity (!), acabou conseguindo o emprego. Ele tem certeza de que foi porque Rob se impressionou com o trabalho feito no Alfa Romeo — não só a elétrica, mas toda a estética e mecânica do carro.

E o projeto não acabou — Dorian ainda quer dar um trato no interior do Alfinha e instalar um sistema de injeção eletrônica no motor (“herege!”, alguns dirão agora). Nada mais justo: no fim das contas, ele só vai dar ao carro um presente como forma de agradecimento. A gente faria o mesmo.

[ Fotos: valkyrfilms/Petrolicious ]