A Nissan não mede esforços para mostrar que está sempre ligada ao automobilismo — seja com seus carros de competição, como o GT-R LM que disputará Le Mans no ano que vem, ou com programas como GT Academy, que leva bons pilotos de Gran Turismo para as corridas de verdade com a equipe formada pela Nismo. A novidade agora é a Nissan Micra Cup, categoria monomarca do Nissan Micra no Canadá — com direito a um carro de corrida pronto para correr: é só comprar, virar a chave e acelerar.
O Micra canadense nada mais é do que o nosso Nissan March que, se no Brasil começou a ser vendido em 2011 (nacionalizado e reestilizado em meados de 2014), já está no Canadá desde 1982 e é um dos carros pequenos mais vendidos do país.
Sendo assim, nada mais justo que a Nissan escolhê-lo para criar a autoproclamada “categoria mais barata do Canadá”. O Micra/March é o carro novo mais barato do país que fica em cima dos EUA no mapa, partindo de 9.998 dólares canadenses (cerca de R$ 21,6 mil, sem impostos). O carro de corrida custa 19.998 dólares canadenses, ou R$ 43,2 mil — mesmo que quase o dobro, ainda é um preço bem baixo.
E o que nossos amigos gentis do hemisfério norte levam para casa por este preço? Um Nissan March (vamos chamá-lo assim daqui para a frente) com motor 1.6 de 111 cv a 5.600 rpm e 15,1 mkgf de torque a 4.000 rpm (o mesmo do March 1.6 brasileiro) acoplado a uma transmissão manual de cinco velocidades — conjunto mecânico idêntico ao do modelo vendido nas ruas.
As diferenças estão na suspensão Nismo S-Tune, interior depenado — bancos originais, revestimentos de porta, carpetes, volante são retirados — e equipamentos como cintos de competição, gaiola de proteção certificada pela FIA, volante OMP e apenas um banco de competição com cinto de cinco pontos. O sistema de escape também é modificado, e o carro ganha um extintor de incêndio (que não é obrigatório em carros de rua na maioria dos países), tow hooks na dianteira e na traseira, novas rodas e pneus Pirelli.
A primeira temporada da Nissan Micra Cup começa no ano que vem. Serão 10 corridas em cinco fins de semana a partir de maio de 2015, passando por vários autódromos da província de Québec mas, dependendo do sucesso da categoria o calendário será expandido e autódromos do resto do país poderão ser adicionados ao calendário. Cada corrida consiste em 30 minutos de treino, 30 minutos de classificação e duas corridas de 30 minutos cada — no total serão duas horas de corridas por dia, o que certamente compensa o fato de os carros não serem legalizados para as ruas.
Será que daria certo tentar algo parecido no Brasil?
[ Sugestão do leitor João Paulo Vizioli ]