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Car Culture

Este Porsche 928 e este Mercedes-Benz 500E têm mais coisas em comum do que você imagina

Se você pudesse escolher dois carros para ter uma garagem perfeita, quais seriam? Um hot hatch ou sedã esportivo para o dia-a-dia e algo mais, digamos, específico para se divertir na pista, talvez. Ou então um clássico nacional que você sempre quis e o melhor esportivo moderno que o dinheiro possa comprar, não é?

O islandês Torfi Sigurjonsson é um cara de sorte porque, bem, ele já tem sua garagem de dois carros perfeita. Não são carros que a gente, aqui no Brasil, chamaria de “comuns”, mas também não são carros tão exóticos assim: um Porsche 928 S4 e um Mercedes-Benz 500E W124 – dois alemães que se aproximam dos 30 anos de idade que ainda estão em ótima forma. E têm muito mais em comum além de pertencerem ao mesmo dono.

Mais uma vez os caras do Petrolicious capricham na hora de contar a história de um entusiasta comum, como eu e você, e da relação especial que ele tem com seus carros. Sigurjonsson é um piloto comercial, carreira que sempre foi seu sonho, porém lhe deixa com pouco tempo para curtir seus carros. Ao menos, quando pode fazê-lo ele tem a certeza de que estes são os dois carros que estavam no topo de sua lista.

“Tento não complicar muito a minha vida, mas eu tenho este fetiche por carros. Este fetiche pelos V8. Você só tem uma vida, então eu tenho que aproveitar ao máximo a minha.”

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Foto: Petrolicious

O Mercedes-Benz foi comprado em 2006, vindo dos EUA. O Porsche, em 2009, do Reino Unido. É bacana o modo como Torfi descreve sua relação com os dois, observando que, apesar de serem carros bem diferentes do lado de fora, eles têm diversos aspectos parecidos.

O 928 S4 foi lançado em 1987 e, apesar do nome, não tem tração integral. O motor é um V8 de cinco litros e 320 cv, capaz de levar o carro até os 100 km/h em 6,3 segundos, com máxima de 270 km/h. O comportamento dinâmico é o de um grand tourer, reflexo da configuração de motor dianteiro e tração traseira que, lá em 1977, a Porsche achou que poderia substituir o layout clássico do 911.

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Três anos depois, a Mercedes-Benz apresentava o 500E, versão de alto desmpenho do W124, precursor do Classe E. Vendido de 1990 a 1994, ele foi um dos melhores e mais sofisticados sedãs esportivos alemães em todos os tempos. Aliás, a gente acha até que o Mercedes merecia mais destaque… não concorda?

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Ele também tem um V8 na dianteira – o icônico M119, que tinha comando duplo no cabeçote (com perfil variável por um sistema hidromecânico) quatro válvulas por cilindro e deslocava cinco litros para entregar 326 cv. Era capaz de chegar aos 100 km/h em 5,5 segundos, com máxima de 260 km/h, limitada eletronicamente.

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Isto sem falar que o motor M119 foi utilizado no Sauber C9, protótipo que venceu as 24 Horas de Le Mans de 1989 – com dois turbocompressores e 720 cv!

Em relação ao W124 comum (que, aliás, também é um baita carro), o 500E ele tinha suspensão 20 mm mais baixa, bitolas 30 mm mais largas e para-lamas alargados. Além disso, o novo bodykit não tinha apenas função estética, sendo também responsável por manter o coeficiente aerodinâmico em apenas 0,25. Torfi comprou seu exemplar, um dos 1.508 importados para os EUA, em 2006.

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Uma coisa que o vídeo não menciona é que o 500E era construído de forma totalmente artesanal na fábrica da Porsche em Zuffenhausen. Ao longo de dezoito dias os exemplares eram transportados entre a fábrica da Porsche e a sede da Mercedes-Benz, em Sindelfingen, para que diferentes partes do processo pudessem ser executadas. Considerando que o Porsche 928 só saiu de linha em 1995, dá para dizer que ambos têm uma ligação desde o berço. De certa forma, até nasceram no mesmo lugar!

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O caso é que ambos são apreciados por seu dono sempre que possível. Torfi diz que, em seu país, “as estradas poderiam ser melhores. Não dá para dirigir rápido na Finlândia”. Por isto, ele diz que gosta mesmo é de pegar a estrada em velocidade de cruzeiro. Basta saber que a potência está ali.

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Foto: Petrolicious

As cenas com os carros passando a toda velocidade por uma estrada deserta islandesa nos dizem o contrário.