FlatOut!
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Sessão da manhã

Este rabecão de 1.000 cv é o jeito mais rápido de fazer sua última viagem

Esticar as canelas. Abotoar o paletó. Bater as botas. Passar desta para a melhor. Comer capim pela raiz. Ninguém quer que o momento de fazer a última viagem chegue mas, quando chegar, por que não fazê-la em grande estilo? O rabecão “Madness” da AMS Performance, com seu motor V8 de seis litros e pelo menos 1.000 cv. É pra levantar até defunto!

Se o nome AMS não lhe é estranho, é porque um dos carros preparados mais famosos e extremos do mundo é deles — o GT-R Alpha Omega, que tem 2.000 cv e vai de 0 a 300 km/h em sete segundos.

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A ideia surgiu em 2008, quando o vice-presidente da AMS Performance, Arne Toman, descobriu que o carro fúnebre mais rápido do mundo era um projeto australiano chamado Undead, que em 2005 entrou para o Guinness World Records ao cumprir o quarto-de-milha em 13,72 segundos a 157 km/h. Ele sempre quis um projeto diferente de todos os outros e, assim, decidiu que tomaria para si este recorde.

Depois de encontrar o carro ideal — um Chevrolet Caprice da década de 1990, preto com o interior vermelho (o visual clássico dos carros fúnebres americanos) já convertido para acomodar um caixão na traseira, começaram os trabalhos de modificação.

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O carro recebeu um V8 Chevrolet LQ4 de seis litros que foi modificado com um novo coletor de admissão e componentes reforçados, mas o verdadeiro segredo é um turbo BorgWarner de 80 mm operando a 1,5 bar para entregar cerca de 1.000 cv — o suficiente para ir de 0 a 100 km/h em 2,26 segundos e fazer o quarto-de-milha (402 metros) em 9,94 segundos a 220,5 km/h. Sim, ele massacrou o recordista anterior e sua primeira puxada abaixo dos dez segundos foi registrada em abril deste ano:

A trilha sonora, The Number of the Beast, de 1982, não está ali por acaso: além da missão de quebrar o recorde (cumprida com louvor), o “Madness” foi concebido para ser um tributo ao Iron Maiden. Seu nome deriva da faixa Can I Play With Madness, de 1988, e Eddie, o mascote da banda, aparece na porta traseira e no capô. E uma das coisas mais legais do carro é o fato de ele não ter sido depenado ou não ser uma bolha com formato de rabecão: o Caprice é totalmente funcional, com rádio, ar-condicionado e muito conforto para vivos e mortos. Sim, porque uma exigência de Toman era que o carro fosse totalmente funcional e capaz de levar um caixão na traseira normalmente.

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Atualmente, o Madness ganhou novos componentes forjados para o motor, um novo diferencial traseiro e uma transmissão reforçada. A potência fica na casa dos 1.300 cv, e o objetivo é conseguir baixar o quarto-de-milha para 9,5 segundos, além de tentar ultrapassar os 320 km/h em uma pista de pouso. Algo nos diz que os caras da AMS vão conseguir — e, se não, estão dispostos a morrer tentando. Ou não.