FlatOut!
Image default
Zero a 300

Europa desiste de banir combustão | Porsche 718 terá motor boxer | Honda lança programa global de clássicos e mais!

Bom dia, FlatOuters! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa seleção das principais notícias do Brasil e de todo o mundo. Assim você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere com a gente!

O Zero a 300 é uma matéria aberta, patrocinada pelos assinantes do FlatOut. Sua assinatura, além de garantir nossa linha independente e a produção do canal do YT, também te garante acesso a todo o nosso acervo de matérias, guias de compra, vídeos exclusivos, descontos de parceiros e acesso ao grupo secreto, com eventos exclusivos. 

FLATOUTER

O plano mais especial. Convite para o nosso grupo secreto no Facebook, com interação direta com todos da equipe FlatOut. Convites para encontros exclusivos em SP. Acesso livre a todas as matérias da revista digital FlatOut, vídeos e podcasts exclusivos a assinantes. Direito a expor ou anunciar até sete carros no GT402 e descontos em oficinas e lojas parceiras*!

R$ 26,90 / mês

ou

Ganhe R$ 53,80 de
desconto no plano anual
(pague só 10 dos 12 meses)

*Benefícios sujeitos ao único e exclusivo critério do FlatOut, bem como a eventual disponibilidade do parceiro. Todo e qualquer benefício poderá ser alterado ou extinto, sem que seja necessário qualquer aviso prévio.

CLÁSSICO

Plano de assinatura básico, voltado somente ao conteúdo1. Com o Clássico, você terá acesso livre a todas as matérias da revista digital FlatOut, incluindo vídeos e podcasts exclusivos a assinantes. Além disso, você poderá expor ou anunciar até três carros no GT402.

R$ 14,90 / mês

ou

Ganhe R$ 29,80 de
desconto no plano anual
(pague só 10 dos 12 meses)

1Não há convite para participar do grupo secreto do FlatOut nem há descontos em oficinas ou lojas parceiras.
2A quantidade de carros veiculados poderá ser alterada a qualquer momento pelo FlatOut, ao seu único e exclusivo critério.


Europa irá mesmo recuar do banimento da combustão interna – que poderá ir além de 2040

Se você precisava de uma prova de que a “realidade se impõe” (como sempre dissemos por aqui), aqui está ela: o jornal alemão Bild e a revista Automobilwoche confirmaram que a regulamentação que proibiria a venda de qualquer carro novo com motor a combustão na Europa, foi, na prática, derrubada.

Em uma reunião da cúpula da União Europeia na semana passada, Manfred Weber (líder do Partido Popular Europeu, o maior bloco do parlamento) e Ursula von der Leyen (presidente da Comissão Europeia) chegaram a um novo acordo: a meta de redução de emissões para 2035, que era de 100% (o que obrigava o carro a ser elétrico puro), caiu para 90%. Mais importante ainda: não haverá meta de 100% nem mesmo para 2040.

O que isso significa na prática? Esses 10% de margem são a “fresta” técnica que salva o motor a combustão da extinção. Com essa nova regra, fabricantes poderão continuar vendendo, sem prazo final, híbridos plug-in e elétricos com extensão de autonomia. A confirmação foi feita por Weber, ao jornal Bild: “O banimento tecnológico do motor a combustão está descartado. Todos os motores construídos atualmente na Alemanha podem continuar a ser produzidos e vendidos”.

Esta decisão não salva apenas a indústria alemã; ela salva a economia de escala global do motor a combustão. Se a Europa (um dos maiores mercados do mundo) banisse a tecnologia, o custo para desenvolver e fabricar motores para mercados “periféricos” como a América do Sul e a África ficaria proibitivo e os carros ficariam ainda mais caro nos países “emergentes” ou “em desenvolvimento”. Com as fábricas europeias de motores e transmissões operando (ainda que focadas em híbridos), a cadeia de suprimentos global se mantém saudável, preservando centenas de milhares de empregos e garantindo que o motor a pistão continue evoluindo nas próximas décadas. O anúncio oficial deve ocorrer nesta terça-feira (16).


O ronco da Fórmula 1 em 2026

View this post on Instagram

A post shared by Honda Racing F1 (@hondaracingf1)

O regulamento de 2026 prometeu resolver uma das maiores queixas dos fãs na Era Híbrida: o som abafado dos carros. A culpa sempre foi do MGU-H (o gerador elétrico acoplado ao eixo do turbo), que, por usar energia dos gases de escape, acabava funcionando como um silenciador secundário indesejado, matando a pulsação natural do escape, que é, no fim das contas, quem gera o ronco do motor.

Para 2026 o MGU-H foi banido, o que criou a expectativa sobre o quanto isso melhoraria o ronco, na prática. A resposta veio da Honda (curiosamente, foi dela também que ouvimos o ronco em 2014, na mudança de regulamento), que divulgou o primeiro áudio oficial da Unidade de Potência que equipará a Aston Martin a partir da próxima temporada.

Sem a obstrução do gerador no fluxo de escape, o V6 de 1.6 litro volta a “respirar” livremente. O resultado é um timbre mais metálico, orgânico e — como o clipe deixa claro nas reduções — com uma variação de giro muito mais perceptível do que o zumbido linear dos motores atuais.


Nova geração do Porsche 718 será “retrabalhada” para receber motores de combustão interna

Quando a Porsche matou o 718 Boxster/Cayman para transformá-los em um esportivo elétrico “com feeling” de roadster de combustão, foi uma decisão lamentável. O 718 é, de longe, o esportivo mais versátil da Porsche — um carro capaz de te levar do ponto A ao ponto B com a mesma praticidade de um Hyundai HB20, mas que esbarra no 911 quando você quer acelerar de verdade. Eu entendo que a Porsche só tem dois esportivos em sua linha e que o 911 é intocável, mas ainda assim pareceu uma péssima ideia, como se a Porsche tivesse tomado a decisão a contra-gosto porque os parlamentares europeus, que vivem em uma bolha, distante da plebe, decidiram que não podemos ter carros como aquele.

Felizmente, estes mesmos parlamentares encapsulados perceberam que a caneta não é uma varinha mágica e recuaram da ideia mais estúpida da humanidade desde que o chanceler alemão… bom, você sabe.

O negócio é que agora, com o recuo da União Europeia e o afrouxamento do Euro 7, o delicioso flat-6 4.0 aspirado dos 718 GTS tem viabilidade técnica-legal para continuar vivo, especialmente com a isenção para combustíveis sintéticos após 2035. Resultado: a Porsche está adaptando a plataforma PPE Sport do 718 elétrico para receber um motor a combustão.

A própria Porsche revelou aos britânicos da Autocar que a equipe está correndo contra o tempo para fazer a adaptação, que não é simples: como a PPE foi projetada para ser elétrica, com a bateria no assoalho como componente estrutural, será preciso, na prática, refazer todo o assoalho — ou um componente estrutural leve que substitua a estrutura formada pela bateria e aloje o tanque de combustível —, além de um conjunto traseiro que permita instalar ali um transeixo e um sistema de escape. Não é impossível, mas também não será fácil.

Agora, é importante mencionar que essa mudança na Porsche é apenas a primeira fatura do “voluntarismo” legislativo europeu. É preciso dimensionar o custo industrial dessa desconexão entre a caneta dos burocratas e a realidade do mercado: trata-se de uma colossal má alocação de recursos induzida por decreto. Apenas Volkswagen e Stellantis comprometeram, somadas, cerca de € 230 bilhões em planos de eletrificação que, agora, precisam ser revisados às pressas. P

ense no custo de oportunidade deste capital: se essa montanha de dinheiro tivesse sido destinada organicamente à evolução da eficiência térmica, à hibridização e a processos de manufatura de baixo carbono, a indústria não estaria hoje queimando caixa para fazer engenharia reversa em plataformas bilionárias que, no fim das contas, não atendiam os anseios do consumidor.


Fiat Toro terá sistema de 48V

A Fiat irá distanciar a picape Toro do sistema híbrido básico de 12V dos irmãos menores (Pulse/Fastback), adotando na picape um sistema de 48 Volts — o que fará dela um híbrido-leve (mild-hybrid). O conjunto, que equipará as versões Freedom, Volcano e Ultra — segundo apuração do pessoal do Autos Segredos —, traz um motor elétrico auxiliar capaz de injetar respeitáveis 28 cv e 5,6 kgfm de torque no sistema.

O detalhe que chama a atenção é que, ao contrário de combinar os sistemas híbridos com transmissões de embreagem dupla para maximizar a eficiência de transferência de força, a Stellantis optou pelo velho câmbio automático de seis marchas com conversor de torque.

O sistema será alimentado por uma bateria de 0,9 kWh posicionada sob o banco do motorista. Outra novidade confirmada para a linha 2027 (sim, 2027) é para a turma do diesel: a motorização 2.2 Turbodiesel ganhará uma opção de acesso, com o retorno da versão Freedom ao catálogo.


Jaguar nega ter demitido designer

Na semana passada você leu aqui no Zero a 300, sobre os rumores fortíssimos, ventilados pela Autocar, que mencionavam a demissão de Gerry McGovern, o designer da JLR responsável pela modernização dos Land Rover e pelo polêmico Jaguar 00.

Agora, a Jaguar se manifestou oficialmente sobre os boatos: em um comunicado oficial sucinto enviado à imprensa, a empresa afirmou: “É mentira que encerramos o contrato de Gerry McGovern e não vamos comentar mais sobre histórias especulativas”.

A especulação se deveu ao fato de a JLR ter trocado seu CEO: Adrian Mardell deixou a empresa e foi substituído por PB Balaji. McGovern era próximo de Mardell, mas não de Balaji — que é mais um “bean counter” do que “car guy”, para usar a terminologia do Bob Lutz. Quando bean counters entram em cena, normalmente significa que a disposição para investimentos e estratégias criativas não é das maiores. Daí os rumores.


Honda cria divisão oficial de restauração e relança peças para clássicos

A semana começa bem para quem tem um Honda clássico na garagem. A marca anunciou a criação da Honda Heritage Works, uma divisão dedicada exclusivamente a manter vivos os ícones da empresa, começando (obviamente) pelo NSX original. O programa vai operar em duas frentes distintas: peças e serviços de restauração.

No departamento de peças, a sacada foi brilhante. A Honda venderá dois tipos de componentes: as Genuine Reproduction Parts, que são fabricadas exatamente com os materiais e especificações da época (para os puristas); e as Heritage Compatible Parts. Estas últimas são peças redesenhadas com materiais modernos e métodos de fabricação atuais. A ideia é oferecer componentes superiores aos originais de fábrica, corrigindo falhas crônicas ou limitações de engenharia dos anos 90. E a melhor parte: a distribuição será global, pelos canais normais da Honda.

Já o serviço de restauração (Honda Restoration Service) é basicamente o que todas as fabricantes de alto padrão têm feito ultimamente. Realizado na lendária fábrica de Takanezawa, onde o NSX nasceu, o serviço vai desde renovações mecânicas de motor, suspensão e câmbio até a restauração completa, desmontando o carro até o monobloco para repintura e reconstrução do interior com materiais novos.

As inscrições para donos de NSX começam em janeiro. O único problema? Para restaurar seu clássico, é preciso mandar o carro para o Japão. Mas considerando que a fábrica promete deixar o carro zero quilômetro de novo, talvez valha o trabalho. Prepare-se para ver o NSX disparar de preço nos leilões em dois ou três anos.


Reinventando a roda: Peugeot considera volante Hypersquare para o próximo 208

A Peugeot parece decidida a levar o conceito de “reinventar a roda” ao pé da letra. Três anos após apresentar o conceito, a marca francesa iniciou os testes práticos do Hypersquare — um volante retangular que deve estrear na próxima geração do 208. A mudança não é apenas estética: o sistema é 100% “by wire”, ou seja: sem conexão mecânica entre volante e caixa de direção.

A lógica é similar à da Tesla no Cybertruck: eliminar a coluna de direção permite variar a relação de giro drasticamente. Em manobras de estacionamento, por exemplo, a relação cai para 5:1, exigindo movimentos mínimos das mãos para esterçar tudo. O problema é a calibração disso no mundo real. Jornalistas da publicação alemã Handelsblatt testaram um protótipo (baseado no e-2008) e o resultado foi, no mínimo, tenso. O sistema foi descrito como “nervoso”, reagindo exageradamente a qualquer input em baixas velocidades — tanto que o repórter chegou a ralar a roda numa guia durante o teste.

Para tentar mitigar a falta de feeling mecânico, a Peugeot instalou atuadores que geram vibrações artificiais para simular o asfalto. A promessa é ter modos de condução selecionáveis para deixar a direção mais dócil para iniciantes ou mais direta para uso esportivo. Resta saber se o público vai topar reaprender a dirigir um hatch compacto popular, ou simplesmente achar estranho e comprar o concorrente.

É importante notar que o conceito e tecnologia de steer-by-wire não é novidade: o Infiniti Q50 de 2013 já tinha o sistema, a BMW chegou a considerar usá-lo no Série 7 E65 do início dos anos 2000, mas as duas marcas usavam um sistema mecânico — a Infiniti como backup, a BMW como peça central. Foi somente em 2023 que a Tesla colocou no mercado o primeiro sistema sem o “backup” mecânico. A Peugeot poderia ao menos fazê-lo com um volante convencional, não?


Um recado do editor: na última sexta-feira (12), tivemos excepcionalmente uma matéria a menos, mas por um bom motivo: fui pessoalmente ao Autódromo Internacional de Chapecó, conhecer a obra e os detalhes do projeto. Em breve teremos uma matéria detalhada sobre ele.