FlatOut!
Image default
Lançamentos

Ex-engenheiros da TVR recriam o lendário Speed 12 – com um V12 biturbo de 1.012 cv

Os carros estão mudando, e isto naturalmente inclui os superesportivos – eles nunca foram tão potentes, velozes e cheios de tecnologia como hoje. Conjunto híbrido, câmbio de dupla embreagem, múltiplos modos de condução, suspensão e aerodinâmica ativas são alguns dos elementos que se encontra na maioria dos supercarros atuais. Alguns até abriram mão da tração traseira para apostar na tração integral, algo que contribui para o desempenho em arrancadas e retomadas.

Ainda não é assinante do FlatOut? Considere fazê-lo: além de nos ajudar a manter o site e o nosso canal funcionando, você terá acesso a uma série de matérias exclusivas para assinantes – como conteúdos técnicoshistórias de carros e pilotosavaliações e muito mais!

 

FLATOUTER

O plano mais especial. Convite para o nosso grupo secreto no Facebook, com interação direta com todos da equipe FlatOut. Convites para encontros exclusivos em SP. Acesso livre a todas as matérias da revista digital FlatOut, vídeos e podcasts exclusivos a assinantes. Direito a expor ou anunciar até sete carros no GT402 e descontos em oficinas e lojas parceiras*!

R$ 26,90 / mês

ou

Ganhe R$ 53,80 de
desconto no plano anual
(pague só 10 dos 12 meses)

*Benefícios sujeitos ao único e exclusivo critério do FlatOut, bem como a eventual disponibilidade do parceiro. Todo e qualquer benefício poderá ser alterado ou extinto, sem que seja necessário qualquer aviso prévio.

CLÁSSICO

Plano de assinatura básico, voltado somente ao conteúdo1. Com o Clássico, você terá acesso livre a todas as matérias da revista digital FlatOut, incluindo vídeos e podcasts exclusivos a assinantes. Além disso, você poderá expor ou anunciar até três carros no GT402.

R$ 14,90 / mês

ou

Ganhe R$ 29,80 de
desconto no plano anual
(pague só 10 dos 12 meses)

1Não há convite para participar do grupo secreto do FlatOut nem há descontos em oficinas ou lojas parceiras.
2A quantidade de carros veiculados poderá ser alterada a qualquer momento pelo FlatOut, ao seu único e exclusivo critério.

Embora jamais tenham ficado mais alcançáveis financeiramente, os supercarros de fato se tornaram mais acessíveis do ponto de vista técnico – os assistentes eletrônicos estão mais avançados do que nunca e, até certo ponto, podem ajudar condutores menos experientes a acelerar na pista sem se matar ou causar prejuízos a si mesmos e aos outros.

Isto tudo posto, não falta quem exalte os superesportivos orgânicos do passado – quando os três pedais ainda eram a norma e babás eletrônicas não tinham vez. Embora nunca tenham deixado de sê-lo, os supercarros eram ainda mais perigosos há 20 ou 30 anos, e muitos entusiastas dizem que eles era melhores assim. É uma visão meio romantizada, mas explicada pelo apelo de um supercarro totalmente analógico, de raiz, com fama de indomável.

Em parte, é graças a este apelo que a TVR é cultuada por fãs de carros no mundo todo. A fabricante britânica foi fundada em 1946 e, nos anos 1960, fez fama com seus esportivos compactos, leves, bonitos e bons de guiar. Nas décadas que se seguiram, a TVR especializou-se em fabricar carros selvagens, reputação que atingiu seu auge nas décadas de 1990 e 2000. Modelos como o TVR Cerbera, o TVR Griffith e o TVR Sagaris eram vistos como alguns dos mais selvagens esportivos de seu tempo.

Nenhum deles, contudo, era tão selvagem quanto o lendário TVR Speed 12, evolução do Cerbera que era movido por um motor V12 de 7,7 litros – feito a partir de dois motores seis-em-linha Speed Six unidos pelo virabrequim – capaz de entregar até 960 cv. Apresentado em 1996, o TVR Speed 12 quase chegou a ser produzido em série, mas até mesmo Peter Wheeler, presidente da companhia na época, chegou à conclusão de que ele era selvagem demais para rodar em vias públicas e devolveu todos os depósitos antecipados que haviam sido feitos. Sobraram alguns protótipos, mas sua melhor chance de conduzir um TVR Speed 12 ainda são os games – em especial Gran Turismo 2 e os títulos seguintes da franquia. Onde o supercarro é praticamente incontrolável.

Acontece que existe um pessoal que, em pleno 2019, está dedicando todos os seus esforços a tornar realidade o sonho do TVR Speed 12 produzido em série – mesmo que limitada. São seis ex-engenheiros da TVR, que se juntaram para formar a TR Supercars. E eles já colocaram nas ruas a primeira unidade do TVR Speed 12 renascido, que foi batizado simplesmente… TR Speed 12.

Problemas com copyright não foram mencionados, talvez porque a atual conjuntura da TVR – uma empresa totalmente nova, capitaneada pelo empresário Les Edgar – está ocupada demais com o desenvolvimento do novo Griffith. Mas parece não haver empecilhos que impeçam a TR Supercars de mencionar o antigo Speed 12, e nem de declarar abertamente que seu próprio Speed 12 é uma continuação do original.

Ao que parece, os engenheiros trabalham para uma companhia britânica chamada Helical Engineering, firma especializada em componentes automotivos de alta performance, como atuadores pneumáticos para turbocompressores e sistemas de escape com válvulas eletrônicas. A Helical Engineering, então, criou a marca TR Supercars para cuidar do desenvolvimento do Speed 12 renascido.

O carro utiliza a mesma estrutura básica do Speed 12 original – um chassi tubular do tipo spaceframe, que fica parcialmente exposto no habitáculo, e serve de apoio para a carroceria de fibra de carbono. A silhueta básica da década de 1990 foi mantida, mas o novo Speed 12 tem o para-choque dianteiro e o difusor traseiro redesenhados. Os faróis são praticamente idênticos aos utilizados em alguns dos protótipos, mas as lanternas traseiras são peças novas que, aparentemente, utilizam luzes de LED. Quem conhece o Speed 12 consegue perceber imediatamente do que se trata o novo superesportivo.

O interior do carro, contudo, ficou mais próximo de um carro de rua do que antes – agora há revestimentos de couro e Alcantara costurados à mão, além de um desenho mais moderno e “finalizado” para o painel. O cluster de instrumentos ainda é digital, e o volante com três raios de metal é uma peça bem old school. No geral, o ambiente do carro ainda possui uma aura meio artesanal – característica que, em um TVR, faz parte de sua personalidade.

A suspensão usa braços triangulares sobrepostos e possui geometria totalmente ajustável, e a TR Supercars garante que o novo Speed 12 será um carro mais domável do que o modelo original. Os freios são de carbono-cerâmica, abrigados sob rodas de 19×10,5 polegadas na dianteira e 20×13,5 polegadas na traseira.

O carro tem 4,66 metros de comprimento, 2,01 metros de largura e 1,17 metro de largura, com entre-eixos de 2,73 metros. As bitolas dianteira e traseira são de 1.621 mm e 1.627 mm, respectivamente. O peso em ordem de marcha fica em 1.448 kg – sem fluidos, são 1.282 kg – distribuídos em 52% na dianteira e 48% na traseira.

É uma distribuição quase perfeita se considerarmos o enorme V12 de seis litros na dianteira. Ao que tudo indica, o motor é derivado do V12 Aston Martin – as medidas de curso e diâmetro são idênticas, 89×79,5 mm, e o desenho do coletor de admissão é praticamente o mesmo.

Com dois turbocompressores e taxa de compressão de 8,3:1, o motor entrega, segundo a TR Supercars, 1.012 cv a 6.700 rpm e 85 mkgf de torque. A rotação máxima é de 8.750 rpm, e no vídeo abaixo – que mostra o primeiro exemplar vendido – é possível ouvir o ronco produzido pelo V12 e amplificado pelo sistema de escape de titânio.

De acordo com a TR Supercars, o novo Speed 12 é capaz de ir de zero a 100 km/h em 2,9 segundos, com velocidade máxima de “mais de 350 km/h”. Eles até divulgaram o tempo estimado do superesportivo em Nürburgring Nordschleife: 7m12s33. E também deixam claro que, diferentemente do original, este Speed 12 vem com controles de tração e estabilidade – embora não tenha aberto mão do câmbio manual.

O preço do TR Speed 12 parte de £ 1,2 milhão – aproximadamente R$ 5,8 milhões, em conversão direta – mas pode ficar ainda mais alto caso o futuro proprietário opte por customizar seu exemplar. Se você está montado na grana e acha que o novo TVR Griffith, que tem um V8 Cosworth de 500 cv, é manso demais, eis sua chance.