Fernando Alonso é a grande estrela das 500 Milhas de Indianápolis deste ano – ele fez bastante barulho quando anunciou que deixaria o GP de Monaco de lado para correr na principal prova da Fórmula Indy, e se saiu muito bem logo no primeiro contato com a competição. No Rookie Orientation (orientação para novatos), sessão de treinos para verificar se os estreantes na prova estão aptos para competir, Alonso mostrou a que veio e conseguiu completar as 45 voltas no ritmo exigido, foi parabenizado por Mario Andretti, o chefe da McLaren na Indy, e ganhou o direito de participar dos treinos de classificação. E ele vai largar em quinto lugar, logo na segunda fila.
Conseguir participar dos treinos classificatórios já é um grande feito para um piloto acostumado com um tipo de corrida completamente diferente. Como comentamos antes, o acerto e o controle do carro em circuitos ovais são bem diferentes de um monoposto da Fórmula 1, e a adaptação ao carro e ao circuito é um desafio importante a ser superado.
Os treinos de classificação da Indy 500 duram dois dias – desta vez, aconteceram no último fim de semana, nos dias 20 (sábado) e 21 (domingo). No sábado, todos os 33 pilotos tiveram direito a pelo menos uma sessão de quatro voltas, com a média de velocidade das quatro voltas definindo as posições 10 a 33, e também o grupo de nove pilotos que passaria à etapa seguinte para disputar a pole position e os outro oito lugares da ponta em uma nova sessão de treinos. É o chamado Fast Nine, que foi realizado ontem (22).
Com velocidade média de 230,034 mph (370,203 km/h) no sábado, Alonso estava entre eles, sendo o quinto mais veloz. Nos treinos do domingo o nível da disputa subiu, mas Alonso conseguiu manter sua quinta posição ao cravar a média de 231,300 mph (372,241 km/h). Sua volta mais rápida foi a terceira, quando bateu 231,475 mph (372,522 km/h), enquanto a mais lenta foi a primeira, com 231,113 mph (371,940 km/h). Na segunda volta, Alonso bateu 231,440 mph (372,466 km/h) e na última, 231,171 mph (372,033 km/h).
Alonso diz que o carro o ajudou, mas não foi fácil: o carro começou a apresentar problemas mecânicos e o motor precisou ser trocado às pressas. No dia anterior, o motor já estava soltando uma fumaça estranha depois da primeira sessão de treinos. “Houve um momento na manhã em que não sabíamos se iríamos conseguir participar da classificação porque tivemos que trocar o motor inteiro”, disse Alonso. “Mas a equipe foi incrível. Havia mecânicos de todos os seis carros mexendo no carro #29 só para tornar isto possível. Graças ao trabalho em equipe, consegui participar da sessão”.
Não foi à toa que todos os olhos se voltaram para Alonso durante os treinos. A participação do astro da Fórmula 1 na Indy 500 fez com que muito mais gente prestasse atenção na prova. Para se ter uma ideia, a interação do público nas redes sociais da Indy aumentou 188%. O tráfego no site da IndyCar aumentou 94% neste ano em relação ao mesmo período em 2016, e a audiência das transmissões online dos treinos aumentou nada menos que 1.528% – tudo indica que graças à presença de Alonso.
À frente de Alonso ficaram Scott Dixon (232,164 mph), Ed Carpenter (231,664), o atual vencedor da Indy 500 Alexander Rossi (231,487) e Takuma Sato (231,365). Atrás do piloto espanhol, largarão J.R. Hildebrand (230.889), Tony Kanaan (o único brasileiro entre os nove primeiros, 230,828), Marco Andretti (230,474) e Will Power (230,200).
A 500 Milhas de Indianapolis de 2017 acontece no próximo domingo, 28 de maio, a partir das 12:19 no horário local (13:19 no horário de Brasília).