Nestes dois dias de cobertura do Salão do Automóvel você viu o Camaro SS, um Mustang de 1.000 cv, o Audi RS4 e os esportivos da AMG. Você também certamente lembra que nosso Guia publicado na sexta-feira (2) mencionava uma pequena reunião de supercarros que seria lançados/apresentados ao público pela primeira vez no Salão. Pois chegou a hora de falar deles: a Ferrari 488 Pista, o Lamborghini Huracán Performante e o McLaren Senna.
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Começando pelo McLaren Senna, o modelo já está com todas as unidades vendidas — e três delas foram compradas por brasileiros. Isso significa que o mais recente supercarro de pista da McLaren veio ao Salão apenas como um show car, uma homenagem sobre rodas a Ayrton Senna em sua cidade natal e ao público que ajudou a construir a imagem heróica do ídolo brasileiro.
O exemplar trazido não é nenhum dos modelos vendidos aos brasileiros, e sim um protótipo de validação do McLaren Senna — a dica está no código VP736-P15 estampado na lateral — que foi usado nas apresentações e test drives da imprensa europeia e americana, além do Goodwood Festival of Speed e pertence à própria McLaren. Sua função, agora que o desenvolvimento terminou, é justamente essa: rodar o mundo para ser visto pelos fãs e potenciais compradores em eventos privados.
Como você deve saber a essa altura, o McLaren Senna foi desenvolvido com foco total na aerodinâmica de forma que cada elemento de sua carroceria tenha a função prática de direcionar o vento para se beneficiar com seu movimento. Com o carro exposto pudemos conhecer melhor esses detalhes, caso do escape voltado para o alto, soprando os gases quentes sob a asa:
… ou das tomadas que levam ar para os radiadores e para o cofre do motor…
… e os respiros por onde o ar destas tomadas sai depois de aquecido…
… a complexidade da asa traseira e sua afixação suspensa, que a torna ainda mais impressionante, afinal, ela é responsável por boa parte dos 800 kg de downforce produzidos pelo carro…
Os escoadores aerodinâmicos da dianteira…
… o splitter frontal e as complexas aletas que direcionam o fluxo para os freios e para a lateral do carro…
O motor é o mesmo V8 4.0 biturbo usado no 720S e, provavelmente, no Speedtail, porém configurado para produzir 800 cv.
Se você reparou na primeira imagem do Senna, ele estava acompanhado de um McLaren MP4/6, o carro usado por Senna na temporada de 1991 da F1. O modelo é uma réplica, porém fabricada pela própria equipe, o que explica seu nível insano de detalhes:
Depois vem a Ferrari 488 Pista, a versão de… pista (e do que mais?) da 488 GTB, equipada com o V8 mais potente já produzido pela Ferrari, um 3.9 biturbo de 720 cv, capaz de levá-la aos 100 km/h em 2,85 segundos, aos 200 km/h em 7,6 segundos e continuar acelerando até os 340 km/h.
O modelo está sendo mostrado ao público brasileiro pela primeira vez e, diferentemente do Senna, ainda pode ser adquirida por R$ 3,7 milhões.
Por esse preço, além do V8 mais potente da Ferrari, ela também entrega um projeto aerodinâmico mais radical que o da 488 GTB, com dutos de escoamento na dianteira, e canais de direcionamento do ar na traseira, bem como um pacote eletrônico de última geração, com diferencial eletrônico, controle de tração, suspensão ativa magneto-reológica e um sistema de ajuste eletrônico da pressão nas pinças de freios.
É claro que também aproveitamos a oportunidade para conhecer de perto os detalhes do modelo. Veja por exemplo as tomadas de ar dianteiras. Além da aleta “canina”, ela tem um canal quase imperceptível sob o detalhe de carbono, por onde passa a faixa prateada, algo que não se percebe nas tradicionais fotos de divulgação:
Outro detalhe quase invisível: os respiros nas laterais do para-choques, que contribuem para a redução da turbulência das rodas. Note também os discos de carbono cerâmica:
Os pneus Pirelli Trofeo R e, novamente, os discos de carbono cerâmica:
A tomada de ar do cofre do motor, subdividida em três partes para direcionar o ar para o cofre e para a porção traseira da carroceria…
… ele depois sairá por estes canais ao lado das lanternas:
Junto dela veio a Ferrari Portofino, que também estreia no Brasil durante o Salão. Como você também deve saber, ela é a sucessora da California T e segue equipada com o V8 biturbo de 3,9 litros da antecessora. Agora, porém, a potência subiu para 600 cv.
Apesar de ser exibida somente no Salão, a Portofino já começou a ser vendida em setembro passado. Como modelo de entrada da Ferrari, ela é razoavelmente mais barata que a 488 Pista: R$ 2,4 milhões.
Outro modelo que estreou no Brasil neste ano é a 812 Superfast, o atual gran turismo da marca, sucessora da F12berlinetta. Com um V12 de 6,5 litros e 800 cv, ela está a venda por R$ 3,95 milhões.
A Via Italia, importadora da Ferrari no Brasil, também trouxe um exemplar da 488 GTS
A empresa também é representante da Lamborghini no Brasil, e trouxe um exemplar do Huracán Performante Spyder.
Esqueça por um instante que ele é um dos cinco carros de rua “sub-7” em Nürburgring e concentre-se nos detalhes como a impressionante textura das peças de fibra de carbono aplicadas à carroceria e ao interior.
Sim: parece mármore, mas na verdade trata-se de “fibra de carbono forjada” como a Lamborghini chama. O processo já foi usado pela BMW em protótipos e consiste na prensagem a quente de fragmentos de fibra de carbono com resina, que formam esta textura irregular e estonteante:
O material é usado no difusor traseiro, na asa traseira (note abaixo parte do sistema ALA)…
… e também no topo do cluster de instrumentos: