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Project Cars Project Cars #349

Fiat Cinquecento “T-jet”: a história do Project Cars #349

Olá, pessoal do Flatout, me chamo Luis Fernando Cardoso, 28 anos, Designer de São Paulo e hoje irei contar um pouco da minha história e de como eu adquiri o meu Fiat Cinquecento 1994.

Meu contato com a gasolina veio muito cedo. Meu pai é colecionador de carros clássicos a 50 anos. Comprou seu primeiro carro com 13 anos e desde então vem colecionando vários tipos de brinquedos. Tratores, jipes, carros, motos e por aí vai. Nascendo no meio dos carros foi inevitável o meu interesse por motores e tudo que se movia pela combustão! Aprendi a dirigir com seis anos de idade em um Jipe Willys, e desde lá não parei mais!

Há três anos a coleção de carros do meu pai estava em uma chácara, abandonada, suja, com pneus vazios e carros sem funcionar. Aquilo me dava uma agonia e também deixava meu pai frustrado por não conseguir curtir seus brinquedos. Foi aí que tivemos a idéia de construir galpões, com uma infra-estrutura legal para cuidar dos carros dele, e junto com isto, cuidar de carros de clientes também. Ele me perguntou se eu tocava o projeto junto com a minha madrasta e topei na hora! Até que enfim eu iria sair de um escritório cinza, corporativo, pra ter um dos melhores empregos do mundo no meio de mais de 300 carros antigos! Assim nasceu a Box54, o maior complexo de carros antigos da América Latina que hoje conta com loja de carros clássicos, museu, carina (marina de carros) e driving experience (sim, você pode guiar um Mustang 68 na castelo branco!).

carroscegonha

Carros chegando da chácara para a Box54


Alguns carros do nosso museu

Nunca gostei de seguir a boiada. Tudo o que eu comprava eu customizava para me diferenciar da maioria, mesmo que fosse fazendo algo ridículo, mas me sentia bem não sendo apenas mais um na multidão. Foi assim que adquiri meu primeiro carro antigo (para desgosto do meu pai), um Fusca 1968 Volksrod com bancos de charrete, pintura estragada, sem farois, todo ferrado, ou seja… perfeito!

FUSCARAT

Cadeira elétrica para a revista fusca & cia

De lá pra cá adquiri gosto por comprar umas jabiracas e fazer projetos malucos. Customizei uma CG 125 1980 na oficina da Box54, tudo com peças e restos de carros antigos, banco de mobilete, escape serrado, pedal de bike na partida e inclusive um farol de milha de carro clássico da década de 50 que estava jogado por aqui.

CG Antes e Depois

Antes e depois da CG

CG-FINAL

CGzinha pronta pra curtir

Sou fissurado em carros minúsculos. Desde pequeno minha paixão é o Austin mini, ou mini cooper classic. A 4 anos atrás meu pai chegou com o carro na garagem. Um Austin mini 1978, automatico, volante na direita… Meu deus! Nem acreditei quando vi, e logo ja peguei pra arrumar algumas coisas e “roubei” o carro pra mim, que virou o carro que venho trabalhar pelo menos 2 vezes por semana. Acho legal usar um carro deste tipo tendo 1,90m. Tem muitos carros antigos que despertam certa inveja, como os Rolls Royces, ou muscle cars Americanos. O mais legal dos carrinhos pequenos é que por mais caro que sejam, você só vê sorrisos por onde passa. Ainda mais quando me vêem saindo do carro, tipo um urso de circo andando em uma bicicletinha.

MINI-COOPER-2

Mini Cooper 1978

Continuando a saga dos pequenos brinquedos comprei uma Garelli Katia e coloquei motor de Biz 100cc.

GARELLI-KATIA

Garelli Katia

 

O dia em que encontrei o Cinquecento

Tempos atrás comprei um Fusca 1968 para fazer um projeto cal-look. Em oito meses concluí o projeto e estava navegando no facebook, quando vejo o mesmo cara que eu comprei o Fusca anunciando o Cinquecento. Limpei os olhos para ver se era miragem e realmente era verdade! CAR#@* pensei! É a minha chance de ter um mini carro com motor potente, coisa que eu já havia pensado em fazer no meu Mini, como colocar um motor Vtec (muito comum na Europa) mas não tive coragem de “estragá-lo”.

Fusca 1968 call look

Entrei em contato com ele e ofereci uma Kombi corujinha 1974 que eu havia comprador no interior de SP pra fazer uma mini Kombi (que dó), ou seja, serrar ela no meio e deixá-la minúscula. Ele aceitou, devolvi uma parte em dinheiro e pronto. Negócio fechado! A pintura dele estava com flake, massa nas portas, para choque quebrado… zoado do jeitinho que eu gosto!

Kombi-Coruja

Bye bye kombi

Cinquecento_primeirafoto

Eu me achando o tal no dia que o carro chegou! Hello Cinquecento

Comecei a pesquisar muito. O que poderia ser feito neste mini-Uno de 750kg e um motor de 899cc mais fraco que meu liquidificador. A idéia inicial era de colocar um motor de moto em posição central com tração traseira. Comecei a pesquisar e não estava com vontade de trocar um rim por este projeto então comecei a pesquisar alternativas. Foi aí que vi que os motores T-jet eram comumente adaptados nos Cinquecento na Europa. Meus problemas acabaram. Pensei. Mal sabia que eles estavam apenas começando!

A caça do motor foi uma novela. Todos os motores parciais que eu encontrava em São Paulo, estavam valendo uma fortuna. Fiquei meses pesquisando, e enchendo o saco de auto-peças e desmanches. Até que achei um anúncio no OLX do Mato Grosso de um Punto T-jet 2014 capotado. Conversa vai, conversa vem, e na crise que estamos, consegui fechar um dos melhores negócios que fiz. O motor completo com todos os periféricos (intercooler, turbina chicote, radiador etc) + frete foi mais barato que o motor parcial que encontrei aqui. Como a auto-peças era bem longe, apenas me certifiquei que ela existisse através do Google Maps, fechei os olhos, depositei a grana e duas semanas depois o motor estava na minha garagem.

Quando ele chegou eu pensei. Meu deus, o que foi que eu fiz? Como este motor vai caber aqui?! Estou realmente fod*$%#!

MOTOR

Foi quando falei com meu amigo Teco Caliendo. Customizador/preparador já conhecido no pedaço, que me deixou tranquilo quanto ao tamanho e adaptação da brincadeira, já que este tipo de adaptação já é feita na Europa sem muitos problemas (isto é o que a gente acha).

Com o motor na oficina, comecei a pesquisar muito sobre quais são os problemas crônicos dele, o que eu precisaria trocar de imediato, quais itens precisariam de uma manutenção mais minuciosa. Foi aí que encontrei o grupo do facebook “T-jet Motorsports”. Dei uma bela pesquisada por lá e pedi para ser adicionado no grupo de whatsapp. Aprendi muita coisa mesmo com o pessoal. Todo dia à noite eu lia as mais de 400 mensagens que o grupo tinha e fui descobrindo e pedindo opiniões da galera sobre o que fazer no motor. Problemas crônicos deste motor, dentre outras coisas, é principalmente trincar o coletor e turbina. Comprei um coletor novo Beep Turbo que diz ser mais reforçado, e comecei a procura por uma turbina nova.

Foi aí que achei uma pessoa vendendo um kit completo que ia fazer a minha alegria. Neste Kit já continha a Fueltech FT400 com chicote completo para punto + downpipe com flange + bicos injetores 60lbs + turbina Garret GT 1446.  Com esta configuração o carro chega a atingir 235cv rodando no àlcool. O que vai deixar meu carro com uma relação de 3kg/cv. Aí sim! Também comprei correia dentada, tensor e velas novas, como me foi aconselhado pelos parceiros do T-jet Motorsports.

Neste exato momento o motor 1.4 T-jet está sendo preparado com os itens novos, e o motor do Cinquecento está sendo retirado do cofre do motor. E aí que a brincadeira de verdade começa!

No próximo post irei falar sobre quais bancos escolhi para o projeto, suspensão, pneus e fotos do processo de colocar o motor no cofre! Aguardem cenas dos próximos capítulos em breve! Grande abraço! Insta e snapchat para acompanhar ao vivo: @loobas

Por Luis Fernando Cardoso, Project Cars #349

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