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Ford Everest chega na Argentina com 300 cv
A Ford acaba de lançar, na Argentina, uma variante perua da sua picape de chassi separado, a Ranger. Chama-se Everest, e vem importada da Tailândia. É um rival da Toyota SW4. E da Trailblazer. Lembra da Trailblazer? Não fique triste: ninguém lembra.
Uma novidade da perua Argentina é o motor: é um propulsor a gasolina; lembre-se que diesel é o mais comum nesses carros. Na Everest é um quatro em linha de 2,3 litros turbo, o que na Ford significa que leva o nome-fantasia Ecoboost. É o mesmo motor do Mustang básico nos EUA; dá na Everest argentina 300 cv e 45,4 mkgf; vem com câmbio automático de 10 marchas, 4×4 selecionável, reduzida e bloqueio de diferencial.
Sim, um motor a gasolina. Tanto a SW4, quanto a Trailblazer tem motores turbodiesel de quatro cilindros. Mas o motor a gasolina moderno da Ford parece ser vantajoso: além de forte pacas (a pesada Everest ainda assim faz 0 a 100 km/h em 8,6 segundos), é um motor econômico relativamente a sua potência e o tamanho do carro: 8,3 km/h na cidade e 12,9 km/l na estrada.
Como as outras peruas do segmento, a Everest troca os feixes de mola traseiros da picape por um eixo rígido 5-link com molas helicoidais. Criado para menos carga, pode assim oferecer mais controle e estabilidade, além de conforto, já que é um carro de passeio.
O Everest será vendido em versão única Titanium, como um carro de luxo que é, completo com teto panorâmico, tampa do porta-malas com abertura elétrica, bancos rebatíveis da terceira fila sob o piso do porta-malas e 7 lugares, rodas de 20 polegadas, faróis e lanternas full-LED, e muito mais.
Na Argentina, as encomendas começam em março e preços serão divulgados na ocasião. Virá para o Brasil também? A Ford não confirma nada, mas é difícil vir para cá nesse modelo, importada e cara. O mercado aqui disso não é grande, e só a Toyota vende algum volume nele. Lembra da Trailblazer? Pois é. (MAO)
Mercedes-Benz Classe C 2025 chega ao Brasil
A Mercedes-Benz anunciou o início das vendas no Brasil da linha classe C ano/modelo 2025. O carro é disponível nas versões C 200 AMG Line e C 300 AMG Line; a venda de Mercedes-Benz sem um “AMG” no nome parecendo algo impossível hoje em dia.
O pacote AMG aqui é tão-somente aparência: para-choques, spoilers laterais e rodas de 19″. Não há alteração nos motores: vem com quatro em linha híbrido de dois litros turbo e 204 cv e 30,6 mkgf no C200, e 258 cv e 40.8 mkgf no C300. O sistema híbrido é leve: gerador/motor de partida integrado e sistema elétrico de 48 volts. A transmissão é automática de 9 velocidades, e a tração traseira.
O C200 pesa 1650 kg, faz 0-100 km/h em 7,3 segundos e chega a 246 km/h. O C300 pesa um pouco mais aos 1675 kg, faz 0-100 km/h em seis segundos cravados, e chega a 250 km/h limitados. São carros pesados e relativamente grandes aos 4751 mm de comprimento.
A versão C300 AMG Line, vem com equipamentos a mais também: bancos em couro Nappa, sistema de luzes ambientes, Head-Up Display e o sistema de som premium Burmester® Surround 3D com 15 alto falantes e 710 watts. Ambas as versões são equipadas com o pacote de conectividade Digital Extras.
A Mercedes fala muito desse extenso pacote de Digital Extras, que inclui chamada de emergência, diagnóstico remoto, atualização automática, dados de trânsito em tempo real, e outras funções. Mas sinceramente, um celular espelhado faz a maioria desas funções usadas no dia a dia, e a real utilidade nos escapa.
A linha 2025 dos novos Classe C já está disponível; custa de R$ 384.900 (C 200) até R$ 445.900 (C 300). (MAO)
Honda com dificuldades de definir um “Type R elétrico”
Um Honda Type R movido a motores elétricos. Já pensou? Tenho certeza de que você, como a gente, afasta esses pensamentos ruins antes de dormir. Recomendo ave-maria em sequência até dormir, ou um mantra hindu qualquer que tira pensamentos ruins da cachola. OOOummmmmmmmmmm….
Mas a Honda, nesses tempos modernos, tem que considerar isso. Afinal de contas, num mundo onde combustão interna é proibida ainda está em pauta; pelo menos investigar, ela precisa. Mas parece que não está tendo bons resultados. No que respondo: jura?
A empresa está, aparentemente, achando difícil traduzir a sensação de entusiasmo que um Type R gera para um carro elétrico. Esta notícia vem por meio de uma reportagem da Auto Express, na qual Toshihiro Akiwa, chefe de desenvolvimento de elétricos da Honda, fala sobre alguns dos problemas que a Honda enfrentou.
“Uma bateria e um motor têm características diferentes, então não podemos criar algo exatamente igual ao que éramos antes”, diz Akiwa. “Num EV, como podemos proporcionar a alegria de dirigir? Não desistimos, é claro, mas não se trata apenas de potência, mas de som, vibração, aceleração e experiência humana. Essas são as alegrias de dirigir.”
É um problema conhecido; quando até Mate Rimac diz que seus clientes não querem mais supercarros elétricos por não terem as sensações que tanto prezam em supercarros, a gente entende o tamanho do problema. Proponho que seja um problema insolúvel: tentar câmbio, barulho e vibração artificial é ainda pior; todo mundo percebe e refuta.
O que torna o Type R atual especial não é sua aceleração em linha reta; é o chassi brilhante, o desempenho fantástico na pista, a caixa de câmbio manual perfeita e as qualidades que Akiwa mencionou — som, vibração, etc. Certamente são capazes de fazer um Type R elétrico rápido; mas não é só isso que a gente procura.
Até agora, não parece haver nenhum cronograma definido para o primeiro Type R elétrico; a empresa apenas está investigando possibilidades, claro. Sinceramente, no tal futuro elétrico, se chegar, não há lugar para carros assim. Para isso, vamos nos virar com carro usado. (MAO)
Ford quer ser a “Porsche do Off-Road”
Quando uma empresa diz que não quer mais fazer “boring cars”, a gente tem que tomar a afirmação com algum cuidado. Por um lado, há possibilidade de fazerem coisas legais mesmo, o que é sempre bom, e bem vindo. Mas na maioria das vezes, querem dizer de verdade é que querem mais margem, menos volume. Passe o “no more boring cars!’ no tradutor corporativo, e a mensagem em português que sai traduzida é: “vamos vender carros mais caros e sofisticados, com maior margem, e nada de carro barato com margem apertada.”
Pois bem, o CEO da Ford, Chris Jim Farley, disse recentemente que não vai mais fazer boring cars. Disse que que a missão da Ford é entregar veículos “icônicos” que entusiasmem e inspirem os entusiastas.
Como o dinheiro da Ford hoje vem mesmo de seus carros off-road, que segundo Farley representaram 20% das 2 milhões de vendas globais da empresa em 2024, ele agora foi mais específico: disse que quer que a Ford se torne “a Porsche do off-road”.
Deixa ver se entendi. Vamos ter agora 281736428736 versões diferentes dos Raptors, todas essencialmente iguais mas reguladas de forma diferente, e com preços as vezes 3 ou 4 vezes maiores que os das versões básicas, e em séries limitadas vendidas só para amigos da marca? Vai criar uma quantidade imensa de opcionais caríssimos e dizer que escolhê-los é “personalização”? Todo Raptor vai ser pintado numa cor exclusiva criada a partir de uma amostra de sei lá, cortina da sala? Carlo Rampazzi encomendou algum Raptor laranja-sofá já?
Tá bom, parei com as maldades. Na verdade, o que ele disse foi “A Ford quer ser a marca off-road indiscutívelmente número 1 do mundo. Queremos ser o Porsche do off-road.” É um impulso sério da marca, claro: no Rally Dakar deste ano, os Raptor T1+ de competição garantiu o terceiro e quarto lugar na classificação geral. Prepare-se para mais Raptors então: há boatos inclusive de um Mustang Raptor, no espírito dos 911 Dakar, por exemplo, está para acontecer. Sério!
Mas esta vontade de ser o Porsche do off-road esquece de lembrar que a Porsche também vende veículos off-road; na verdade a maioria dos Porsches vendidos hoje são peruas 4×4. Assim como todo o resto da indústria. E a Porsche já ganhou o Dakar Rally, não apenas resolveu participar ontem. O único jeito da Ford virar a “Porsche do off-road” é se a própria Porsche contratar a empresa para produzir seus Cayenne.
A “Porsche do off-road” existe. Se chama “Porsche”.(MAO)