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Conheça o Ford Territory 2026
O Ford territory vendido por aqui é um carro produzido pela Ford através da joint venture JMC-Ford na China desde 2018. Lançado na China em 2018 como um Yusheng S330, foi rebatizado e modificado para vestir o oval azul, mas ainda produzido pela JMC, parceira da Ford.
Coisa de um ano atrás, recebeu uma nova geração na China, e é esta que chega agora, também, ao Brasil. Agora que não temos mais Ka ou Fiesta, Focus ou Ecosport, o Territory é o mais barato dos Ford no Brasil; custa a partir de R$ 215 mil. O carro é novo, mas mantém a mesma mecânica do anterior.
O estilo no geral parece menos genérico adaptado e mais Ford agora; é um carro mais coeso, parece pelas fotos. O Territory 2026 cresceu 55 mm, e agora mede 4.685 mm nos mesmos 2.726 mm de entre-eixos, e vem com novas rodas de 19 polegadas. O porta malas é capaz de receber 448 litros de bagagem.
O interior recebe novas cores em seu acabamento, duas telas de 12,3″ com novos layouts, e um sistema de som com efeito 3D. A luz ambiente em LEDs tem 26 opções de cores, o que cansa só de imaginar: parece que ninguém tem mais coragem de decidir nada, e deixa tudo para o cliente. Lembra a piada do mineiro e os porcos… conhece?
O carro vem também com aquela imensa lista de equipamentos esperados pelos compradores deste tipo de coisa: assistente de permanência e centralização de faixas, monitor de ponto-cego e frenagem automática de emergência, teto-solar panorâmico, chave presencial com partida remota, bancos dianteiros elétricos, ar-condicionado de duas zonas e porta-malas com acionamento elétrico. O aplicativo FordPass permite localização do carro para quem o perdeu, partida remota, abertura de portas para quem esqueceu chave dentro ou perdeu e verificação de itens de manutenção, inclusive agendamento de revisões. Provavelmente lembra você de levar casaquinho também, pois pode fazer, frio e aí, Deus nos livre, você pode ficar resfriadinho.
Mecanicamente não há novidade: é o mesmo 1.5 turbo de 169 cv a 5.500 rpm e 25,5 mkgf a 3.500 rpm, montado transversalmente na dianteira e acoplado a um transeixo automático DCT banhado à óleo de sete marchas, e tração dianteira. A versão híbrida disponível na China não deve vir, segundo a Ford.
O 0-100 km/h se dá em 10,3 segundos e a velocidade máxima é limitada a apenas 180 km/h. O consumo urbano homologado é de 8,8 km/litro e, na estrada, 11,2 km/litro, apenas com gasolina. Agora, no seu concessionário Ford mais próximo. (MAO)
Land Rover Freelander de volta
O Freelander original de 1997 marcou um monte de “primeira vez” para a Land Rover; é talvez a primeira vez que Land Rover foi vista realmente como uma marca. Antes era… bem, Rover, só que para a terra. Um Land-Rover, né?
Antes do Freelander todo Land Rover tinha chassi separado. Como era baseado na arquitetura de tração dianteira, a segunda geração do modelo, o Freelander 2, a partir de 2010 ofereceu também o que antes era impensável num Land Rover: tração somente nas duas rodas dianteiras! Ah, povo tolinho, que achava que marca significava algo… De lá para cá aprendemos que vale tudo, e, consequência inevitável, nenhuma marca vale nada por si só.
Mas isso é o passado e hoje não existe mais Freelander, desde que foi substituído pelo Evoque e parou de ser feito em 2015. Agora, o nome Freelander vai voltar, porém. Segundo a revista Autocar (citando fontes chinesas), o primeiro modelo da nova linha Freelander da JLR será um SUV elétrico de grande porte, com tecnologia de ponta, que será lançado no segundo semestre de 2026.
A JLR exibiu o logotipo da renovada marca Freelander em uma apresentação recente para investidores, na qual explicou como a empresa está retomando seus negócios na China com uma joint venture com a Chery.
A empresa chinesa está desenvolvendo a linha eletrificada Freelander usando uma plataforma “flexível”, disse Qing Pan, chefe da JLR China, aos investidores. A JLR, por sua vez, é responsável pelo design dos novos carros. A Autocar diz que a plataforma será o T1X da Chery, também utilizado pelas marcas Jaecoo, Omoda e Chery. O primeiro modelo será um híbrido plug-in com um design que combina elementos visuais off-road com um formato cupê estilo Porsche Macan.
A linha Freelander será lançada primeiro na China, com “potencial para expansão global”, segundo Qing. O carro dará à joint venture da JLR um substituto para modelos fabricados na China, incluindo o Land Rover Discovery Sport e o Range Rover Evoque, cuja produção será encerrada este ano.
A JLR afirmou que o Freelander será vendido em uma rede própria de concessionárias Chery, e então será provavelmente uma submarca separada na China. O Freelander não se enquadra, portanto, na linha atual da JLR mundo afora; mesmo agora com tudo sendo marca lá, segundo a estratégia “House of brands”: aparentemente Jaguar, Defender, Discovery e Range Rover serão marcas, e não modelos agora. Confuso? Entre na fila.
Vai ser vendido fora da China? Ainda é cedo para saber; tudo dependerá de seu sucesso, ou falta dele. Veremos. (MAO)
Porsche Cayenne elétrico e Richard Hammond
Porsche achou um jeito bem inteligente de gerar algum interesse num carro que será em breve lançado, mas que francamente, há pouco interesse gerado até agora. O novo Cayenne 100% elétrico.
E esse jeito foi a forma que isso é feito hoje em dia: dá-se o carro para um sujeito famoso, para que ele faça algumas atividades pré-combinadas, e tudo saia em vídeo no YouTube. Antigamente as empresas tinham que sofrer o sério escrutínio das publicações especializadas para que alguém soubesse da existência de algo; agora basta fazer este tipo de propaganda. Muito mais fácil; críticas não aparecem, normalmente.
O famoso neste caso é Richard Hammond, ex-Top Gear, ex-The Grand Tour. Hammond reboca o seu magnifico Lagonda M45 dos anos 1930 com o Cayenne, falando que ele nem sente o “pesado carro antigo”. Algumas vezes reforça que o tal carro antigo é pesado, o que me faz pensar: pera aí, o Cayenne elétrico certamente pesa mais que o dobro do antigo Lagonda.
Vamos fazer as contas. O Lagonda M45 1934 pesava entre 1600 e 1800 kg, dependendo da carroceria. O peso do novo Cayenne elétrico não foi divulgado ainda, mas um Cayenne normal pesa hoje 2500 kg em sua versão mais completa. É, 3 toneladas não é impossível neste novo leviatã 100% elétrico. Então rebocar o Lagonda não deve ser difícil, por mais que Hammond estresse o quanto a Porsche teve que trabalhar para que isso acontecesse (elétricos não rebocam muito peso). Mais difícil seria o Lagonda rebocar o Cayenne. Mas quer saber? Aposto que ele consegue; seu motor de 4,5 litros é torcudo como caminhão, e o carro, bem, tem chassi separado como caminhão. Ele aguenta.
Mas enfim. O grande feito neste video não é esse, e sim, repetir o recorde do Cayenne original na tradicionalíssima prova de subida de montanha de Shelsley Walsh. Pera aí; Hammond numa subida de montanha com um elétrico superpotente?
Se você esqueceu, em junho de 2017, Richard Hammond bateu um Rimac Concept One durante uma prova de subida de montanha na Suíça. O hipercarro elétrico explodiu em chamas e caiu morro abaixo momentos depois que ele saiu dos destroços. Por isso, não deixaram Hammond dirigir o carro na tentativa de recorde; um piloto profissional (Gabriela Jilkova) o fez. Lame.
O carro certamente será potente e veloz, porém; a Porsche promete mais que os atuais 730 cv do mais potente Cayenne V8. E agora, é o SUV mais rápido no morro de Shelsley Walsh. O recorde mais inútil da história? Ora, não seja maldoso. De qualquer forma, muito mais legal seria ver Hammond subir o morro no Lagonda, e deixar o trabalho de reboque apenas para este leviatã moderno. Mas não tem ninguém para patrocinar isso. (MAO)
Dodge em situação crítica nos EUA
A situação na Dodge americana está realmente muito ruim. Este ano, a empresa vendeu apenas 47.481 veículos, uma queda de 49% em relação aos 92.735 vendidos entre janeiro e junho de 2024. O segundo trimestre também foi ruim, com as vendas despencando 48%, de 49.787 para apenas 25.747 unidades.
O principal motivo para esse declínio é a decisão da Dodge de descontinuar os antigos Charger e Challenger, movidos a combustão. No primeiro semestre de 2024, a Dodge vendeu 26.876 Chargers e 21.217 Challengers. Este ano, vendeu apenas 1.630 Chargers e 1.501 Challengers que ainda estavam em estoque. A novidade no mercado é o Charger Daytona EV, mas ele está se mostrando muito menos popular do que seus antecessores a combustão.
Nos primeiros seis meses, a Dodge vendeu apenas 4.299 Chargers EVs. Além disso, as vendas do Dodge Hornet caíram 52%, para 5.647 unidades neste ano, em comparação com 11.718 no primeiro semestre de 2024. A única boa notícia para a Dodge é que as vendas do Durango, único veículo de sua linha ainda com um V8 Hemi, aumentaram 4% neste ano e 16% no segundo trimestre. A mensagem aí é clara como água, e nem vale comentar muito.
E este nem é o único problema da Stellantis nos EUA. A Alfa Romeo também enfrenta dificuldades. As vendas acumuladas no ano caíram 34%. As vendas do segundo trimestre despencaram 51%. No primeiro semestre, vendeu apenas 882 Giulias (-32%), 1.126 Stelvios (-40%) e 1.156 Tonales (-28%). A marca Chrysler, reduzida somente ao modelo Pacifica, também está em declínio de vendas.
Algo precisa ser feito para virar o jogo, e este algo está acontecendo. Com a saída de Carlos Tavares, aparentemente Antonio Filosa, que assumiu o cargo de CEO do grupo em junho, vinha comandando as operações americanas discretamente nos últimos meses, e como sabemos, está tentando reviver o braço americano da Stellantis. Esperamos que tenha sucesso; parece uma situação deveras periclitante. (MAO)