Os adeptos do tradicional console da Sony se orgulham de ter jogado todos os games da franquia Gran Turismo desde os anos 1990, com o PlayStation 1. No entanto, não dá para dizer que Forza Motorsport é um novato: o a série de corrida nº 1 do XBox já está em seu sexto game em dez anos — isto sem contar os spin-offs Forza Horizon e Forza Horizon 2.
Neste tempo, já dá para dizer que Forza se tornou uma franquia madura, que conhece bem seus pontos fortes e sabe como contornar os pontos fracos. Não é à toa que, para alguns gamers, Forza é a razão para não trocar a caixa da Microsoft pela estação da Sony.
O lançamento de Forza 6 está marcado para o dia 15 de setembro. A gente não jogou ainda, mas alguns sites já o fizeram com uma versão de pré-avaliação disponibilizada pela Microsoft. A impressão geral? “Compre este jogo”.
Foi exatamente isto o que o site americano The Verge colocou como subtítulo de sua avaliação: “just buy it”. É tão bom assim? Veja bem, a opinião não é unânime e outros sites apontaram algumas falhas, mas todos concordam que as melhorias em relação a Forza 5 são impressionantes. Ainda mais porque Forza 5 foi lançado em novembro de 2013, e o anúncio da sequência veio em janeiro deste ano — pouco mais de doze meses depois. Fica fácil entender o que isto significa ao ler este trecho, escrito por Chris Ziegler, do Verge:
Parece que Forza 5 saiu ontem, não é? De fato, o fim de 2013 é ontem para uma grande franquia dos games, mas Forza 5 deixou muito espaço para melhorias. Tanto espaço, na verdade, que Forza 5 parecia mais uma demo feita para mostrar o poderio do XBox One do que um título completo: não havia mudanças climáticas, o tempo não passava, alguns menus mostravam itens como “em breve” e haviam buracos estranhos na seleção de pistas (acima de tudo, Nürburgring, que só foi adicionado depois, com uma atualiazação. E, por melhor que fosse seu visual, havia alguns detalhes no sistema de anti-aliasing (bordas serrilhadas) que comprometiam a aparência dos carros, especialmente nas tomadas em câmera lenta. Colocando na balança, Forza 5 acabou passando a impressão de ser um games menos completo que o magnífico Forza 4, do XBox 360.
Dá para compreender perfeitamente: na ânsia de não passar pela mesma situação da Polyphony Digital, que decidiu manter Gran Turismo 6 no PS3 mesmo depois do lançamento do PS4, os caras da Turn 10 acabaram lançando um game às pressas. A janela de 14 meses entre Forza 5 e Forza 6 (com direito ao lançamento de Forza Horizon 2 no meio do caminho) deu ao estúdio a possibilidade de consertar as falhas e explorar todo o potencial de Forza no XBox One.
Para começar, são 460 carros — o que parece pouco perto dos 1.197 carros de GT6, mas é preciso lembrar que todos os carros de Forza foram modelados especialmente para o game. Todos eles podem ser vistos por dentro (apenas os carros “premium” de GT6 possuem cockpit view) e examinados em detalhes no modo Forzavista.
Em termos de física, não há uma revolução. O game continua apostando no equilíbrio entre arcade e simulador — nem muito técnico, para não espantar gamer casuais, e nem muito fácil, para quem gosta, ao menos, de frear, trocar marchas e virar o volante na hora certa. Contudo, Forza 6 teve tempo de adicionar elementos que acabam refinando a experiência — pequenos detalhes que fazem a diferença.
Primeiro, todos os reviews que encontramos elogiaram a ligeira, porém perceptível, melhora na interação do carro com a pista e na sensação de transferência de peso nas curvas. Ao passar com as rodas de um dos lados do carro sobre uma poça d’água no asfalto, você vai sentir a resistência oferecida pela água e o desequilíbrio dinâmico causado por ela. Quando um pneu estoura, é bem difícil manter o controle do carro enquanto pedaços de borracha voam por todos os lados.
O detalhe é que tudo isto acontece de forma estonteante. Ainda que seja superado, graficamente, por títulos como Project CARS, Assetto Corsa e Driveclub, Forza 6 impressiona com cenários realistas, rajadas de vento que levantam poeira em Laguna Seca, gramados verdejantes em Nordschleife, pássaros voando ao longe e pancadas de chuva que espirram água por todos os cantos e se acumulam abaixo dos limpadores de para-brisa de forma muito convincente.
Alguns entusiastas fazem piada com o fato de as desenvolvedoras de games de corrida se preocuparem com o visual de uma poça d’água na pista, mas a verdade é que o resultado estético vale a pena.
Vale lembrar que, durante uma corrida, é possível colocar até 24 carros simultaneamente na pista. Nesta hora, a capacidade de processamento gráfico do XOne brilha, e toda a ação acontece a 60 fps sem qualquer soluço. O lado ruim disto é que os replays rolam aos tradicionais 30 fps — e isto acaba cortando um pouco a magia da coisa.
Este é um dos poucos defeitos apontados pela imprensa especializada. Outro é a linearidade do modo Carreira — não é difícil vencer várias corridas paralelas, ganhar muitos créditos e comprar os melhores carros. No entanto, se você “quiser” terminar o jogo, verá-se forçado a vencer corrida atrás de corrida, campeonato atrás de campeonato, sem a possibilidade de pular um evento que você não está muito a fim de correr naquela hora. Além disso, como bem observa o IGN, fez falta um circuito que possibilitasse uma corrida noturna na chuva.
Dito isso, Forza Motorsport 6 é, atualmente, um dos melhores games e mais completos games de corrida para consoles. Se você já jogou a demo e for comprar o seu nos próximos dias, não deixe de postar suas impressões (e expectativas) nos comentários!