Jogar em casa é sempre bom, independente de qual seja seu esporte. Para as preparadoras alemãs, a “casa” é o Salão de Frankfurt. Se a maioria das fabricantes de automóveis decidiram lançar seus novos modelos em Genebra ou Detroit, as companhias alemãs especializadas em tornar carros velozes mais velozes ainda brilharam em seus estandes. Vamos dar uma olhada no que há de mais impressionante por lá?
Alpina
A fabricante/preparadora especializada em BMW não poderia ficar de fora, não é? E eles levaram dois grandes destaques para Frankfurt. O primeiro é seu tradicional Série 3, o Alpina B3 Biturbo, que estreou um facelift no Salão.
O carro recebeu novos para-choques com elementos aerodinâmicos redesenhados, além de uma grade cromada e faróis com LEDs, que também foram aplicados às lanternas. A traseira recebeu novas ponteiras de escape quádruplas (duas em cada extremidade). Infelizmente, a estonteante perua verde não estava no estande — apenas o sedã que, honestamente, também é muito bonito.
Mecanicamente, porém, não houve alterações: o seis-em-linha biturbo de três litros do “M3 alternativo” continua entregando 410 cv e 61,2 mkgf de torque. Aliado à transmissão automática de oito velocidades, o motor é capaz de levar o B3 Biturbo até os 100 km /h em 4,3 segundos, com máxima de 303 km/h. Não é tão veloz quanto o M3, mas a proposta da Alpina é mais estradeira, afinal, estamos falando do país das autobahnen e para as pistas já temos os BMW da divisão M.
No entanto, se você quer algo realmente rápido e especial, seu negócio então é o B6 Biturbo Edition 50. Feito para marcar 50 anos da Alpina, o carro terá apenas 50 unidades produzidas. Só há um detalhe: todas elas já estão reservadas.
O motor é o V8 biturbo de 4,4 litros encontrado no 650i que, originalmente entrega 449 cv e 61,2 mkgf de torque. A Alpina instalou turbos maiores, novos coletores de admissão e escape e ainda reprogramou a ECU. Resultado: 610 cv e 81,5 mkgf de torque. A transmissão também é a caixa automática de oito marchas da ZF. O conjunto é capaz de levar o carro de 0 a 100 km/h em 4,2 segundos com máxima de 330 km/h. O sistema de escape Akrapovic, feito de titânio, é 17 kg mais leve do que o original e ainda torna o ronco do motor mais encorpado
Os detalhes exclusivos da série especial são acabamentos externos e internos feitos à mão (como as faixas laterais e detalhes do interior), além, obviamente, das rodas estilo “turbina”, de 20 raios, marca registrada da Alpina.
Brabus
A Brabus, conhecida por sua insanidade (conheça a história deles aqui), certamente foi a que levou alguns dos modelos preparados mais desejáveis do Salão de Frankfurt. Como sempre, o visual dos carros mistura luxo e agressividade, e a potência raramente fica abaixo dos 600 cv.
O maior destaque, sem dúvida, é o Mercedes-AMG GT S preparado pelos caras, batizado simplesmente como Brabus 600. Se o modelo original já impressiona com os 510 cv a 6.250 rpm e 66,1 mkgf entre 1.750 e 4.750 rpm, o Brabus 600, como você já deve ter deduzido, passou a entregar 600 cv e 76,5 mkgf de torque.
O segredo é o pacote de preparação PowerXtra B40, que consiste em um aumento na pressão dos turbocompressores, na recalibração do sistema de injeção e na instalação de um sistema de escape de melhor fluxo — além, certamente, de outros pequenos detalhes aqui e ali que, claro, não são revelados. A tubulação do escapamento é feita de titânio, enquanto as saídas de escape duplas são de fibra de carbono e emolduradas pelo novo difusor traseiro.
O sistema de escape conta com uma válvula que se abre e fecha ao toque de um botão no painel. Com ela toda aberta, o ronco do carro fica mais alto e encorpado — um verdadeiro deleite para os fãs dos V8 alemães, especialmente porque, mesmo com os turbos, o ronco do AMG GT S já é bastante selvagem.
As rodas são exclusivas, de 20 polegadas na dianteira e 21 polegadas na traseira. O carro também recebe o tradicional emblema “B” da Brabus, além de componentes aerodinâmicos redesenhados (spoiler dianteiro, o já citado difusor, saias laterais e uma nova asa traseira). Estes podem ser pintados de preto, na cor da carroceria ou, caso se deseje, podem vir sem pintura alguma, com a fibra de carbono exposta. A suspensão também foi retrabalhada, reduzindo a altura do carro em 1,5 cm em relação ao solo e dando um stance mais invocado.
No entanto, se o que você procura é algo maior e mais intimidador, a Brabus preparou dois utilitários (na verdade, um SUV e um crossover) equipados com um insano V12 biturbo de seis litros, e 850 cv.
O primeiro deles é o Brabus G 850, baseado na tradicional Classe G. A verdade é que se trata de uma verdadeira contradição sobre rodas: o Mercedes Classe G foi feito para ser um jipe frugal, porém robusto, e capaz de superar as piores trilhas longe do asfalto. No entanto, os caras da Brabus o transformaram em um SUV de luxo, com direito a interior forrado em couro e Alcantara, sistema multimídia e os bancos traseiros individuais do Mercedes-Benz Classe S.
O monstruoso V12 biturbo de 850 cv e fuckin’ 147,8 mkgf de torque tem a árdua tarefa de puxar mais de 2,5 toneladas de automóvel. Levando a força para as quatro rodas através da caixa automática de sete marchas 7G-Tronic, obviamente a usina não faz feio: são quatro segundos cravados para chegar aos 100 km/h, com máxima limitada eletronicamente a 260 km/h.
Dito isto, talvez você queira este motor em algo mais moderno, confortável e leve. A saída, neste caso, é o Brabus GLE 850 — exatamente o mesmo V12 biturbo de seis litros e 850 cv debaixo do capô de um crossover que lembra um Classe C ou Classe S mais alto.
Além do projeto mais moderno, o GLE pesa 2.350 kg — 150 kg a menos que o Classe G equipado com o mesmo motor. Na prática, isto o torna também mais ágil e rápido: o 0-100 km/h é cumprido em 3,8 segundos e a velocidade máxima, limitada a 320 km/h. A transmissão automática de sete marchas é a mesma usada no Brabus G 850.
Para garantir que a dinâmica não fosse prejudicada, a Brabus também rebaixou a suspensão do crossover em 3,5 cm. As rodas de 21 polegadas podem ser substituídas, opcionalmente, por peças de 22 ou 23 polegadas, de desenho exclusivo. O interior do carro — que, sem dúvida, já é bastante refinado — ganhou ainda mais couro, Alcantara e madeira.
Mansory
A Mansory é conhecida pelo visual, digamos… polêmico de seus carros modificados. Diferentemente da Brabus, a Mansory não se limita a modificar automóveis de uma única marca — existem, rodando por aí, carros da Lamborghini, Ferrari, Maserati e outras fabricantes modificados pela empresa alemã. Para o Salão de Frankfurt em 2015, eles prepararam dois modelos.
Vamos começar pelo mais bonito — na verdade, ele nem parece um Mansory. É o Mercedes-Benz S63 AMG Black Edition, e não é difícil entender seu nome. Tudo nele é preto: carroceria, componentes aerodinâmicos, alargadores de para-lamas, rodas, detalhes de acabamento e máscaras e faróis.
Mecanicamente, o S63 recebeu um belíssimo upgrade no motor: se o V8 biturbo de 5,5 litros entregava 585 cv e 91,7 mkgf de torque, o tratamento da Mansory elevou os números para nada menos que 1000 cv, com impressionantes 142,7 mkgf de torque. Para tal, obviamente que um mero aumento na pressão dos turbos não foi o suficiente.
Diversos componentes do mecânicos (bielas, virabrequim, os próprios turbocompressores, coletores de admissão e escape e outros) também foram substituídos por peças mais resistentes e eficientes — acompanhados, claro, de uma reprogramação eletrônica. O resultado é um carro capaz de chegar aos 100 km/h em 3,2 segundos, com máxima limitada a 300 km/h. Para se ter uma noção, o S 63 original chega aos 100 km/h em quatro segundos cravados.
Por outro lado, se você é daqueles que esperam algo mais extravagante vindo da Mansory, os caras também não decepcionaram: o Mansory Bentley Continental GTC traz tudo o que você espera de um carro deles: cores vibrantes (até demais), acessórios estéticos de gosto discutível e muita fibra de carbono exposta.
Ao menos a mecânica não foi esquecida. Seguindo a mesma filosofia do S 63 AMG Black Edition, a Mansory modificou bastante o motor W12 de seis litros, cuja potência passou de 625 cv para exatos 1.001 cv, enquanto o torque subiu de 81,6 mkgf para 102 mkgf. Com peso aliviado graças à fibra de carbono (a Mansory não especifica quanto dos 2.320 kg o carro perdeu), o Bentley Continental GTC agora chega aos 100 km/h em 3,9 segundos, com máxima de 330 km/h. O carro original leva 4,4 segundos para ir de zero a 100 km/h, enquanto a velocidade máxima fica em 305 km/h.
Por fim, nosso modelo favorito: o Lamborghini Huracán Torofeo (trocadilho com toro e trofeo). O novo baby Lambo recebeu modificações radicais: diversos painéis da carroceria, como para-lamas e portas, foram trocados por componentes de fibra de carbono sem pintura. Os para-lamas são mais largos para acomodar as rodas maiores, de 20×9” na dianteira e 21×12,5” (!) na traseira. Estas são calçadas com pneus de medidas 245/30 e 325/25, respectivamente.
Os para-choques dianteiro e traseiro também foram substituídos, e as novas peças têm visual muito mais agressivo — e aerodinamicamente mais eficientes. No total, o Huracán Torofeo é 30 cm mais largo e 2,5 cm mais baixo do que o original, o que lhe confere um stance simplesmente matador.
Mas nada disso ficaria completo sem uma bela transformação mecânica. O V10 de 5,2 litros recebeu dois turbocompressores e um novo sistema de escape. Resultado? Mais que o dobro da potência — de 610 cv para 1.250 cv. O mais incrível: o torque precisou ser limitado eletronicamente a 102 mkgf (originalmente, são 57,1 mkgf) para evitar desgaste excessivo dos componentes da transmissão e do motor. É mole?