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Mercado e Indústria

Governo prevê injeção de R$ 5 bilhões para estimular financiamento de carros

Há pouco mais de um mês vimos que o governo estava preparando medidas para estimular as vendas de automóveis. A atual queda do volume de vendas desde começo de ano se deu, principalmente, devido à restrição de crédito para financiamento de carros por parte dos bancos, que obviamente temem inadimplência dos empréstimos.

Agora, a Folha de S. Paulo apurou que o governo prepara uma injeção de R$ 5 bilhões de reais para financiar a compra de carros e esvaziar os pátios das fabricantes, evitando cortes de produção e possíveis demissões. Esse dinheiro contudo, não sairia dos impostos pagos pela população, como muitos imaginam, mas do Depósito Compulsório dos grandes bancos no Banco Central.

O Depósito Compulsório é um percentual do dinheiro movimentado nos bancos que é enviado diariamente ao Banco Central. Assim o governo consegue controlar a oferta de crédito e também assegurar os correntistas contra a eventual quebra de um banco.

A ideia do governo é liberar parte desse dinheiro para criar um fundo que comprará os financiamentos dos bancos dos fabricantes. Com a injeção do dinheiro da compra a Carteira de Crédito dos fabricantes (os empréstimos concedidos), eles poderiam aumentar a oferta de crédito. Os clientes continuariam pagando as prestações aos bancos dos fabricantes, que por sua vez repassariam o valor das prestações ao fundo dos grandes bancos. O pacote prevê a liberação de até R$ 1 bilhão do fundo por mês durante cinco meses, o que aumentaria o crédito em 13%.

A vantagem em fazer isso, para os grandes bancos, é que se o dinheiro permanecesse depositado no Banco Central, ele teria rendimento baseado na taxa Selic, mas usando-o para comprar a Carteira de Crédito (os financiamentos) dos bancos dos fabricantes, a rentabilidade é a taxa Selic mais 1% ao ano. Para os fabricantes, o dinheiro da quitação entra imediatamente, em vez de em longo prazo, além, é claro, de estimular o volume de vendas.

Parece uma solução ideal, mas ela ainda precisa da aprovação do Banco Central, que resiste em dar o aval pois a liberação dos compulsórios aumenta a circulação de dinheiro, o que poderia causar aumento da inflação que já está em seu limite.

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Além da injeção dos R$ 5 bilhões, o pacote do governo prevê a permissão da redução de reserva de capital exigida dos demais bancos para financiar veículos. A reserva de capital é o dinheiro dos próprios acionistas dos bancos, que não pode ser emprestado para evitar uma quebra da carteira. Atualmente os bancos precisam, em média, de 8,5% do valor dos empréstimos em capital. A proposta é reduzir a média de reserva mínima para 5,5%.

[ Fotos: Agoravale.com.br (abertura), Divulgação GM/Fabio Gonzalez (feirão) ]