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GTE, GTD, R, Alltrack: as versões mais bacanas do Golf Mk7 que não temos no Brasil

Na edição 2018 do Wörthersee Treffen a VW apresentou o conceito Golf GTI TCR, prenúncio da próxima edição especial do hot hatch. Falamos a respeito aqui, mas não custa relembrar: o hot hatch, que começará a ser fabricado em sua versão de rua no fim deste ano, terá uma versão de 290 cv do motor 2.o TSI, que também contará com 37,7 mkgf de torque. A força será levada para as rodas dianteiras através de um diferencial com autoblocante e uma caixa de embreagem dupla de sete marchas.

E tem mais: o Golf TCR terá um sistema de escape Akrapovic opcional, suspensão 20 mm mais baixa que o Golf GTI “comum”, rodas de 19 polegadas exclusivas e sistema Dynamic Chassis Control de série. Além disso, sua velocidade máxima será limitada em 250 km/h, mas o limitador poderá ser removido para que o hot hatch alcance impresionantes 264 km/h.

Por fora, ele terá para-choques exclusivos da versão, enquanto o interior trará brancos e portas revestidos com microfibra, com acabamento contrastante em preto e vermelho.

A Volks não disse quantas unidades serão feitas, mas uma coisa é quase certa: o Golf GTI TCR não será vendido no Brasil, como uma porção de outras versões bacanas que o Golf tem ou já teve – como o Golf duas-portas, em qualquer versão, cujo visual é bem mais harmônico e esportivo.

Para sofrer um pouco, decidimos compilar as versões mais legais que o Golf Mk7 não tem por aqui, às quais o TCR irá se juntar em alguns meses.

 

Golf GTI Clubsport/Clubsport S

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Tecnicamente o Golf TCR será a versão mais potente do GTI, mas a margem é bem pequena. Isto porque em 2015 foi apresentado o GTI Clubsport, versão especial voltada para entusiastas de track days, com uma versão de até 290 cv do motor 2.0 TSI. “Até 290 cv” porque na maioria do tempo o hot hatch entrega 265 cv —  35 cv a mais do que o GTI “comum” equipado com o Performance Package. Os 290 cv aparecem quando você aciona a função boost com um golpe certeiro no pedal do acelerador. Graças a um sensor, o turbo eleva sua pressão de trabalho temporariamente de 1,8 bar para 2 bar, gerando potência extra.

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Como no GTI convencional, há duas opções de transmissão: manual de seis marchas, com direito a manopla em formato de bola de golfe, ou DSG com dupla embreagem e também de seis marchas. Equipado com câmbio manual, o GTI Clubsport chega aos 100 km/h em seis segundos cravados. A transmissão de dupla embreagem reduz este tempo para 5,9 segundos. Curiosamente, a velocidade máxima do GTI Clubsport com câmbio manual é de 250 km/h, enquanto a verão DSG tem máxima de 249 km/h.

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O visual do Golf Clubsport trazia como diferenciais as rodas de 18”’ (19” opcionais) com desenho exclusivo e uma faixa preta na parte inferior das laterais, remetendo ao Golf GTI de 1976. Por dentro, bancos do tipo concha com revestimento mais discreto, com padrão “favo de mel” bordado em alto relevo.

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Não satisfeita, em 2016 a VW apresentou o Golf GTI Clubsport S, com uma nova bomba de combustível, central eletrônica reprogramada e escape esportivo. Com isto, a potência passa a 310 cv e o torque, a 38,7 mkgf. Feito para comemorar os 40 anos do Golf GTI, o Clubsport S teve apenas 400 unidades feitas, todas com câmbio manual de seis marchas.

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Golf GTE

Você teria um Golf esportivo híbrido? Esta versão está disponível apenas na Europa e na Ásia, talvez por uma questão de demanda – deste lado do Atlântico, de norte a sul, pode rolar certa resistência por parte do público a um hot hatch eletrificado.

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Ele é movido por uma versão de 150 cv do motor 1.4 TSI, acoplado a um motor elétrico de 75 kW. De acordo com a Volkswagen os dois motores geram, juntos, 204 cv. A autonomia combinada, em tese, pode chegar a 933 km com um tanque cheio (40 litros) e uma carga completa na bateria de íon de lítio de 8,8 kWh. De acordo com a marca, a bateria leva três horas e meia para ser totalmente carregada e pesa 120 kg, levando o peso total do Golf GTE a 1.520 kg.

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A toda capacidade, usando o motor elétrico e o motor a gasolina, o Golf GTE é capaz de ir de zero a 100 km/h em 6,3 segundos, com máxima de 222 km/h. Parte disto se deve a todo o torque em baixa – 35,7 mkgf de torque já a 1.600 rpm, sendo que o motor a gasolina responde por 25,5 mkgf do torque total. O motor 1.4 TSI é muito parecido com aquele usado pelo Golf e pelo Jetta no Brasil, com pressão que varia entre 0,6 e 0,8 bar no turbo. O motor é acoplado a uma caixa de dupla embreagem e seis marchas que leva a força para as rodas dianteiras. Não há a opção por câmbio manual, como acontece com o GTI. A transmissão do Golf GTE foi desenvolvida especialmente para veículos híbridos. O motor elétrico é integrado à carcaça do câmbio, que também abriga os componentes eletrônicos e o carregador.

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Suspensão de freios são, de acordo com a Volks, exatamente iguais aos do Golf GTI, com apenas algumas diferenças na calibragem para compensar o fato de que o GTE pesa 130 kg a mais. Isto quer dizer que o Golf GTE tem suspensão 1 cm mais baixa que um Golf comum, além do sistema DCC (Dynamic Chassis Control), com diferentes modos de condução. Isto dito, o Golf GTE não tem o Performance Package opcional – que, na versão GTI, inclui um aumento de 10 cv na potência e a adição de um diferencial de deslizamento limitado.

Esteticamente o Golf GTE tem visual semelhante ao do GTI, porém com detalhes azuis (afinal, é a nova cor dos carros “verdes”) em vez de vermelhos. Isto inclui os frisos da carroceria e as costuras e acentos do interior. O Golf GTE tem para-choques parecidos com os encontrados no GTI, mas o para-choque dianteiro possui um friso iluminado com LEDs que não está presente no hot hatch tradicional a gasolina.

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Correm há algum tempo boatos de que o Golf GTE está marcado para chegar ao Brasil – desde o fim de 2016, na verdade –  e, de fato, o carro já foi flagrado em testes na América do Sul. Nada foi confirmado oficialmente, contudo.

Golf GTD

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A outra versão esportiva “verde” do Golf é o GTD, que como o nome indica usa um motor a diesel – algo que o faz não ser visto com bons olhos por uma quantidade considerável de pessoas, especialmente na Europa e nos EUA, como consequência do ainda recente escândalo do Dieselgate – no qual a Volks foi acusada de fraudes nos testes de emissões de poluentes de modelos movidos a diesel, e condenada a pagar multa e realizar reparos em mais de 1,1 milhão de veículos.

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Apesar disto, o Golf GTD é um carro que os entusiastas aprovam, pois usa um motor de combustão interna tradicional com um ronco interessante, bastante torque em baixa e muito contido no consumo de combustível. Agora é a hora em que paramos para lamentar a proibição de carros de passeio com motor a diesel no Brasil.

Continuando: o Golf GTD usa um motor de 1.968 cm³ (diâmetro x curso de 81×95,5 mm), com um turbo cuja pressão de trabalho varia entre 1,3 e 1,6 bar, dependendo da situação. O motor entrega 184 cv entre 3.500 e 4.000 rpm, com generosos 38,7 mkgf de torque entre 1.750 e 3.250 rpm.  O câmbio pode ser manual ou de dupla embreagem, em ambos os casos com seis marchas. Com isto, o Golf GTD vai de zero a 100 km/h em 7,5 segundos, com velocidade máxima de 230 km/h.

O carro é equipado com diferencial eletrônico de deslizamento limitado de série. A suspensão usa molas e amortecedores 15 mm mais baixos que um Golf comum, porém com calibragem ligeiramente mais macia que a do Golf GTI. Os freios são iguais aos da versão esportiva a gasolina, porém como o Golf GTD pesa 31 kg a mais, eles não apresentam a mesma eficiência e rapidez na atuação.

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Em tempo: apesar de não parecer, o Golf de duas portas tem o mesmo entre-eixos da versão quatro-portas, com 2.637 mm

O visual do Golf GTD é parecido com o que se vê no Golf GTI, o que inclui o body kit e o revestimento xadrez nos bancos. Dito isto, o friso na grade e nos faróis, vermelho no GTI, é cromado no GTD, enquanto os bancos trazem detalhes cinza em vez de vermelhos.

 

Golf R

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O Golf R ainda é a versão mais potente do hatch da VW: na Europa, seu motor 2.0 TSI com injeção direta e eletrônica multiponto entrega 310 cv entre 5.500 e 6.200 rpm, com 38,7 mkgf de torque entre 1.800 e 5.500 rpm. Comparado ao motor do GTI comum, o motor do Golf R tem cabeçote retrabalhado, novas válvulas e molas, e intercooler e turbo maiores. Os carros com câmbio DSG de sete marchas possuem um radiador dedicado ao câmbio no cofre – de série, porém, o hot hatch é equipado com câmbio manual de seis marchas. O Golf R é capaz de ir de zero a 100 km/h em 4,9 segundos, com velocidade máxima limitada em 250 km/h.

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Um parêntese: nos EUA, o Golf R tem 292 cv, porque o motor não é equipado com injeção multiponto, vindo apenas com o sistema de injeção direta. Em ambos os casos, o turbo opera a por volta de 1,25 bar.

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A principal diferença do Golf R em relação às outras versões, porém, é o sistema Haldex de tração nas quatro rodas sob demanda. Em condições normais a força toda vai para as rodas da frente, mas quando o carro é levado para o circuito e começa a ser guiado de forma mais selvagem, o sistema acopla automaticamente o eixo traseiro em frações de segundo, e pode levar até 50% da força do motor para as rodas de trás caso seja necessário, medindo a necessidade através de sensores nas quatro rodas. O Golf R não tem diferenciais de deslizamento limitado, mas simula sua atuação aplicando os freios automaticamente, e de forma individual, às rodas quando detecta qualquer perda de aderência.

O Golf R tem suspensão 20 mm mais baixa do que a de um Golf comum, e também possui o sistema DCC como opcional. Além disso, os freios do Golf R têm discos ventilados maiores, de 340 mm na dianteira e 315 mm na traseira – os mesmos que são inclusos no Performance Package do Golf GTI. E um detalhe meio chato: o Golf R também está disponível como perua, o que é duplamente triste para nós.

 

Golf Alltrack

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Falando em perua… eis aqui um Golf que poderia nos salvar dos SUVs e crossovers compactos: o Alltrack. Ele pode parecer uma versão anabolizada da Spacecross, mas você precisa ser um verdadeiro detrator dos Volkswagen para se apegar a isto. O Golf Alltrack tem suspensão elevada em 1,5 cm, molduras plásticas nos para-lamas e o sistema de tração 4Motion com diferencial do tipo Haldex.

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Há a opção pelo câmbio manual ou automático de seis marchas, com um detalhe: enquanto o modelo com câmbio automático tem 27,5 mkgf, o Golf Alltrack com câmbio manual tem 25,4 mkgf. Em ambos os casos a potência é de 172 cv entre 4.800 e 6.200 rpm. O Golf Alltrack é capaz de ir de zero a 100 km/h em 7,5 segundos, com máxima limitada em 207 km/h. Há também uma versão com motor 2.0 TDI de 150 cv.