Parece que foi ontem que o Honda Civic chegou à sua nona e atual geração, não é? Na verdade, porém, ela já está por aí desde 2011, completando cinco anos em 2016 — o que significa que, como é tradição para o modelo, a Honda já está preparando o lançamento da décima geração, que chega no terceiro trimestre aos EUA. E como ela vai ser? A resposta está no cara verde limão aí em cima, que foi apresentado ontem (1) no Salão de Nova York. Que tal?
A Honda está chamando a décima geração de “a mais esportiva na história do Civic” e, a julgar pelo conceito, eles parecem estar falando sério. Com uma dianteira agressiva, perfil esguio, caimento de teto digno de um fastback e uma lanterna traseira pornográfica, o conceito é uma prévia do Civic cupê, mas também será a base para o sedã, carro-chefe da família.
Chamado simplesmente de Honda Civic Concept, o carro foi projetado pela equipe de design da marca nos EUA, e tem uma postura mais agressiva, entre-eixos mais longo e carroceria mais larga e baixa. A Honda garante que estas características estarão no modelo de produção, que será apresentado ainda neste ano.
O carro tem um capô mais longo, cabine recuada e traseira mais curta, características que, segundo a Honda, dão ao Civic uma aparência “mais atlética e a impressão de que ele está ‘em movimento'”, o que, apesar de ser o maior clichê dos últimos dez anos, faz sentido aqui.
O conceito ainda traz uma nova dianteira, em dia com a atual “face” dos modelos Honda — a “grade flutuante” e os faróis alongados (que, no conceito, trazem LEDs) —, e para-lamas mais pronunciados. Os para-choques, tanto o dianteiro quanto o traseiro, trazem entradas de ar e difusores enormes, e ainda há a bela lanterna formada por uma linha fina que percorre toda a largura traseira do carro. Adoraríamos descobrir, daqui a alguns meses, que este elemento sobreviveu ao processo de transformação de conceito em carro de produção.
Há uma boa razão para a Honda ter colocado design o conceito sob responsabilidade de sua divisão americana: pela primeira vez em toda a sua história, o Civic será um carro global. Até então, o Civic europeu costumava ser diferente daquele vendido na maioria dos mercados. A oitava geração (aquela que costumamos chamar de New Civic), por exemplo, era vendida como sedã e cupê na Ásia, Paquistão, Rússia, Austrália e América. Na Europa, porém, o Civic era um hatch com design próprio e suspensão traseira com barra de torção no lugar do sistema multilink.
Agora, a maioria dos mercados — incluindo o europeu — receberá o sedã, o cupê e o hatchback com o mesmo estilo visual. A Honda dos EUA, com sede em Los Angeles ficará responsável pelo desenvolvimento do sedã e do cupê — ainda não há detalhes sobre o hatchback, mas é provável que ele continue a ser desenvolvido e produzido no Reino Unido.
Turbo VTEC
A Honda também anunciou que a próxima geração do Civic terá um inédito motor 1.5 turbo com injeção direta e comando variável de válvulas VTEC. A unidade faz parte da nova família de motores turbo que estreou no Civic Type R 2015 e aos poucos chegará aos demais modelos da marca. Não há detalhes sobre torque e potência do motor, mas o 1.5 turbo deverá ter potência semelhante à do atual 2.4 aspirado (que tem entre 190 e 225 cv) porém com torque maior e disponível em rotações mais baixas, além de melhores respostas e maior economia de combustível.
E já que falamos no Type R, a Honda deixou claro que o esportivo chegará à nova geração (mais adiante, obviamente, visto que o novo Type R acabou de ser lançado) e que ele, pela primeira vez na história, também será vendido nos EUA. Por mais que dificilmente o Type R chegue ao Brasil de forma oficial, ficamos felizes em saber que a Honda pretende continuar com a versão mais nervosa do Civic nos próximos anos.