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Incentivo para fabricação no Norte/Nordeste/Centro-Oeste é controverso
Na reforma tributária em discussão hoje no Senado brasileiro, um item polêmico: benefícios fiscais para as fabricantes no Norte, Nordeste e Centro-Oeste prorrogados até 2032. General Motors, Toyota e Volkswagen vieram a público pedindo a exclusão desta parte do projeto; consideram injusta.
As três fabricantes enviaram uma carta aberta publicada como anúncio em diversos jornais no Brasil, criticando a nova medida. Dizem que “representa um retrocesso do ponto de vista tecnológico e ambiental, além de uma renúncia fiscal prejudicial ao desenvolvimento do país.”
O incentivo não é novo: foi criado no final dos anos 1990 para atrair novos empresas para essas regiões do país, incentivado pela Ford, e seu plano de se instalar em Camaçari (BA). Outros aproveitaram a chance: Grupo Caoa (Hyundai e Caoa Chery em Anápolis, GO) e HPE Automotores (Mitsubishi e Suzuki em Catalão, GO). O incentivo iria até 2010, depois foi estendido até 2020 e, depois, até 2025 como parte do programa Rota 2030. Alguém tem dúvida que será estendido de novo?
A Stellantis, porém, é o maior beneficiário hoje. A empresa tem importante fábrica em Goiana (PE), onde faz Fiat Toro, Ram Rampage e os Jeeps Renegade, Compass e Commander. O esquema permite a Stellantis pagar somente 2% do ICMS, contra os 12% normalmente cobrados, e fica isento dos 11,6% do IPI. Um negocião.
Claro que é injusto para as outras empresas instaladas em outras regiões; mas parece que não é algo que deve mudar. Enquanto isso, uma discussão séria do que queremos para o futuro da indústria automobilística no Brasil, permanece calada.
Aquela discussão, para decidir se realmente que seremos produtores, como a China decidiu e planejou, ou desistimos e passamos somente a importar, com impostos mais baixos, como a Austrália, por exemplo. Como está hoje, é ruim para a indústria, e ruim para o consumidor. Mas não parece que ninguém está realmente interessado em discutir isso; há dinheiro a ser ganho aqui, para indivíduos na indústria e governo. Então, como sempre, vamos continuar assim aos trancos e barrancos, ad infinitum. (MAO)
A nova Royal Enfield Himalayan 452
As ofertas retrô da Royal Enfield são atualmente a maior atração para uma empresa que tem crescido cada vez mais nos últimos anos, mas até agora a marca não tinha uma moto genuinamente moderna. Com a nova Himalayan, essa lacuna foi preenchida.
O motor é um novo monocilíndrico DOHC com quatro válvulas e arrefecimento líquido, com acelerador eletrônico e acoplado a uma transmissão de seis velocidades. É uma moto diferente da que conhecemos hoje, arrefecida à ar. Embora a sua posição na gama seja a mesma da versão original, a nova moto não partilha nada com o modelo anterior, exceto a forma geral e o a forma e missão aventureira.
A moto anterior (ainda à venda aqui) é SOHC de duas válvulas com 411 cm³ arrefecido a ar, e dá 24 cv a 6.500 rpm. O novo motor, chamado “Sherpa 450” para continuar no tema montanhês-oriental-himalaio, tem 452 cm³, taxa de 11,5:1 (9,5:1 no antigo) e é bem mais potente: 40 cv a 8.000 rpm, e 4,1 mkgf de torque chegando a 5.500 rpm.
Este novo e moderno propulsor vem com um novo quadro também, moderno “Twin-Spar”, de longarina dupla. A suspensão, também, é muito mais moderna. Na frente, um garfo Showa invertido de 43 mm substitui a versão estreita de 41 mm da moto anterior, e na parte traseira há um braço oscilante de alumínio que é conectado a um monoamortecedor Showa. É um design que mais do que compensa a massa extra do motor e do radiador, reduzindo o peso total da moto de 199 kg para 195 kg, incluindo um tanque de combustível 90% cheio. É um tanque de combustível maior também: 17 litros.
A moto já foi lançada nos mercados de primeiro mundo; ainda não se sabe quando, e se chgará ao Brasil. (MAO)
Suzuki Jimny em Cosplay de Mercedes-Benz G-class 1980
O Jimny está fazendo grande sucesso mundial não somente como Jimny; várias companhias se dedicam a fazer ele parecido com outros off-roaders “quadrados” mais caros. Até a filial brasileira da Suzuki entrou nessa com a versão de luxo 4Style recentemente: lembra um pouco os novos Mercedes-Benz G-class.
Mas esta é ainda mais legal. Também é inspirada no G-class, mas não o atual, cheio de para-choques modernos na cor do carro feito um Diplomata 1992 austríaco fora-de-estrada. Não, faz o Jimny atual ficar a imagem perfeita de um dos G-class originais dos anos 1980. Não ficou genial?
O kit, criado pela empresa japonesa Damd, é composto por 10 peças. Há uma nova grade e molduras dos faróis na frente. O para-choque é redesenhado e são instalados faróis de neblina retangulares âmbar abaixo das luzes principais. O capô revisado adiciona pequenas luzes nos cantos, e eles têm suas próprias capas protetoras.
O Jimny de Damd usa um enorme conjunto de espelhos laterais, e novas molduras inferiores. A única mudança na traseira é um novo para-choque. Não há alteração na mecânica do Jimny.
Do jeito que aparece nas fotos, as modificações da empresa custam algo próximo à R$ 15.000, no Japão. Não é muito para um G-class original, ainda que cosplay de um. Ainda mais pensando que pode ser instalado em carro usado também. (MAO)
Morgan fará novo carro com Pininfarina
A tradicionalíssima Morgan Motor Company inglesa anunciou que está trabalhando com a Pininfarina em um futuro projeto de veículo colaborativo, ainda a ser divulgado.
Segundo a empresa, será um veículo em série limitada, por meio de encomendas individuais, e “combinará a filosofia de construção de carroçarias do século XXI da Morgan com o legado de pureza e elegância no design da Pininfarina.” Mais detalhes serão divulgados em 2024, durante o 115º aniversário da Morgan.
Diz Massimo Fumarola, CEO, Morgan Motor Company: “A construção de carrocerias vai até a essência da criação de um carro e é algo que nutrimos e protegemos na Morgan. Descobrimos que fabricar à mão e não através da automação, e deixar o coração do criador moldar uma linha ou um objeto, é o que permite que o espírito da nossa empresa brilhe.” Sei. O que mais impressiona aqui é que uma empresa antes familiar e profundamente inglesa, cujos presidentes se chamavam H.F.S. Morgan, Peter Morgan e Charles Morgan, agora é liderada por um cara chamado Massimo Fumarola. De que parte de Worcester veio esta família?
Mas enfim, a curiosidade nossa foi devidamente atiçada pela notícia. A Morgan, afinal de contas, existe até hoje por ser uma empresa que NÃO investia em design; o carro nesse ponto era sempre o mesmo, mecânica evoluindo. Recentemente, um departamento de design extremamente ativo da empresa nos deu várias coisas interessantes, ainda ligadas aos valores tradicionais da marca, como o off-road Plus Four CXT, e o novo três-rodas Super 3. O que diabos a Pininfarina pode fazer pela empresa? Vamos ver! (MAO)