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Car Culture

Já pensou em assistir “Velozes e Furiosos” só com ronco de motor?

“Velozes e Furiosos” completa vinte anos em 2021 – sim, todos nós estamos ficando velhos. Mas é incrível como sempre é possível enxergar as coisas sob uma nova óptica. Ou, neste caso, ouvir: você já pensou em assistir aos filmes da saga só com o ronco dos motores?

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Pois é quase isto que a gente encontra neste canal do Youtube, chamado “Rydsei”. Quer dizer, há vários tipos de vídeos feitos pelos caras, como alguns clipes de games de corrida e simuladores editados para parecerem vídeos feitos em VHS. Saca só:

Mas o que realmente chamou nossa atenção foi sua série de vídeos com cenas dos filmes da franquia “Velozes e Furiosos” com os roncos dos motores isolados. Além de deixar as cenas com uma atmosfera mais “mundo real”, a edição dá margem para algumas observações e constatações bem  interessantes.

Um bom exemplo é a cena da Race Wars, a competição de arrancada do primeiro filme. Por mais que fosse uma cena de cinema com script em um ambiente controlado, os produtores quiseram uma atmosfera bem autêntica nessa parte. Por isso, os donos de carros convidados a participar foram encorajados a disputar pegas de verdade e a interagir uns com os outros. O clima geral de encontro no estacionamento se dá porque, de fato, o evento foi meio que um grande encontro no estacionamento – exceto que a locação escolhida foi o Aeroporto Internacional de San Bernardino, na Califórnia. Mais de 1.000 carros modificados estavam presentes.

É fato conhecido que a captação de áudio dos principais roncos é feita separadamente, muitas vezes por um carro completamente diferente. Aos 00:29, por exemplo, o ronco do Nissan Silvia não parece muito o de um RX-7? Já aos 1:11, por exemplo, é possível ver o Honda CRX (o carro azul e branco com capô preto) que forneceu sua voz para o Mitsubishi Eclipse do Brian na maioria das cenas. Por outro lado, no caso do Honda S2000 de Johnny Tran, o ronco é genuíno. Honestamente, o F20 do S2000 sequer precisa de preparação para roncar bonito. E ele simplesmente engole o Jetta do coitado do Jesse – não apenas na corrida, mas também no departamento sonoro.

No vídeo abaixo é possível ouvir o ronco isolado do Eclipse – ou melhor, do Honda CR-X:

O ronco do Toyota Supra, por outro lado, é completamente genuíno: o que se ouve é mesmo o 2JZ do hero car. Como detalhamos neste post, ele teve o deslocamento ampliado para 3,1 litros e recebeu uma vasta seleção de componentes aftermarket – como turbocompressor Turbonetics T-66 roletado, wastegate Turbonetics Delta II,  blowoff APEXi, downpipe AEBS, diversos componentes da GReddy (intercooler, radiador de óleo, coletor de admissão e vários mostradores) e ECU HKS.

Já o Charger de Dom Toretto…

… de fato roncava como um Hemi big block. Mas como conta Craig Lieberman, coordenador de veículos dos primeiros filmes, o ronco foi gravado de um Hemi 426, mas de um motor naturalmente aspirado. O barulho do supercharger trabalhando era tão fake quanto o próprio supercharger.

Estranho mesmo, porém, é o ronco do RX-7 que Dom usa no começo do filme. O carro em si é equipado com um Wankel 13B de 255 cv totalmente stock, mas os produtores preferiram reaproveitar alguns dos roncos do Toyota Supra. A partir do 1:30 do vídeo, aliás, dá para perceber que o mesmo clipe de áudio do 2JZ foi reaproveitado várias vezes – mas só porque o ronco está isolado. Quando você coloca os demais canais de áudio, fica fácil disfarçar a artimanha.

Em “+ Velozes + Furiosos” (2 Fast 2 Furious, 2004) os produtores tiveram mais cuidado com a verossimilhança de algumas cenas – como na perseguição entre o Chevrolet Camaro e o Dodge Challenger. Os roncos dos V8 parecem genuínos e são muito melhor sincronizados do que no primeiro filme, e por isso não há momentos de silêncio como nas cenas do primeiro “Velozes”:

Por outro lado, em “Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio” (The Fast and the Furious: Tokyo Drift, 2006), os produtores optaram por captar o áudio dos motores que estavam nos carros. Há duas cenas icônicas que tiveram o ronco dos motores isolado – a cena com o Mazda RX-7 de Han Lue e o pega final nas montanhas entre o Mustang com motor RB26 e o Nissan 350Z. De acordo com Rydsei, os roncos do terceiro “Velozes” não estão em um canal de áudio separado como nos dois primeiros filmes – e é por isso que as cenas com o ronco isolado também têm um pouco de música e diálogo.

Note que o RX-7 de Han tem, de fato, ronco de Wankel…

… e que o Mustang com motor RB26 soa mesmo como um RB26:

O motor usado para captar o áudio foi, de fato, um RB26, porém o setup com dois turbos foi substituído por um sistema com um único turbocompressor, que se acomodava melhor no cofre do Mustang. Contudo, para as cenas de ação, os Mustang utilizados tinham todos os seus motores V8 originais. Apenas nas cenas em que o motor aparece é que o Mustang com swap entra em cena.