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Slate já tem 100.000 encomendas
Parece incrível como a Slate, uma startup com apoio do fundador da Amazon, Jeff Bezos, chamou a atenção com sua picape elétrica barata e excessivamente espartana. Mostra como design e marketing bem feitos podem colocar adiante uma agenda esquecida hoje: a dos carros baratos de verdade.
Ok, não é barato de verdade por ser elétrico, e significar um investimento monstro numa fábrica e um veículo totalmente novos. Mas o objetivo é esse, claro como a água: criar coisas que todos podem comprar, de novo. Já não é sem tempo: o automóvel está virando artigo de luxo, não só por legislação, mas também por motivos mercadológicos.
Veja o Kwid por exemplo: mostra que um carro de menos de 800 kg é possível com a legislação moderna. Apenas seu design e package o impedem de grandeza, talvez. O fato é que parece haver um espaço, ainda inexplorado, para carros muito mais inerentemente espartanos do que existe hoje disponível. O Slate, com suas manivelas para subir vidro e painel sem tela de infotainment, só suporte para celular, prova isso.
Prova por não parecer pobre. Por design e marketing, já tem imagem de moderno e criativo, e não de pão-durice e pobreza. E parece que vai andar adiante como empresa e produto: esta semana a empresa revelou que garantiu mais de 100.000 reservas para sua picape. As reservas reembolsáveis custam US$ 50 cada, o que significa que a Slate arrecadou mais de US$ 5 milhões somente em taxas de reserva.
OK: 50 dólares é barato o suficiente para que esse povo pague sem real plano de um dia pagar o resto. Mas é um bom indício, e uma forma a mais de financiar o início da companhia. O custo disso, uma nova companhia, é estratosférico.
“Estamos realmente honrados com a resposta dos Estados Unidos ao lançamento da marca Slate e ao lançamento da nossa picape”, disse Jeremy Snyder, diretor comercial da Slate, ao TechCrunch. “Estamos animados com o que o futuro nos reserva.” Neste caso, nós também, seo Jeremy.
A Slate afirma que sua fábrica em Indiana terá capacidade para produzir até 150.000 veículos por ano a partir de 2027. A produção da picape da Slate está prevista para começar no próximo ano. O configurador já está no site da empresa, e mostra um conceito muito legal. Torcemos para dar certo, e que faça mais disso aparecer. Como uma versão realmente barata: com um simples motor aspirado de 4 cilindros e câmbio manual. (MAO)
Nissan para desenvolvimento de novos veículos
Se você não notou ou não entendeu, deixe-me ser completamente claro. A Nissan está morrendo. Ainda pode ser salva, claro: it ain’t over till it’s over. Mas o corpo sofrido da pessoa jurídica já começou a ser amputado nas extremidades para tentar salvar o resto.
No ano fiscal de 2024, o lucro operacional caiu 87,7% devido ao “menor volume, mix mais fraco, pressão sobre os preços e aumento de custos”, segundo o diretor financeiro da Nissan, Jeremie Papin. O aumento de custos foi o principal fator, com US$ 405 milhões destinados a custos de reestruturação. No final do dia, a Nissan registrou um prejuízo líquido de US$ 4,5 bilhões. Sim, bilhões com “B”. Difícil, ein, seo Jeremie?
Agora a empresa anunciou que está cortando nada menos que algo em torno de 20.000 empregos e fechando sete fábricas. Pare um pouco para pensar nesses números. Para conter a perda de dinheiro, a empresa sediada em Yokohama tomou uma medida incomum, clássica de desespero: interrompeu o desenvolvimento de carros novos.
Sem revelar quais veículos são afetados, a Nissan afirma que o trabalho em “atividades avançadas e de produtos pós-AF26” foi suspenso. Para referência, o ano fiscal de 2026 do Japão vai de 1º de abril de 2026 a 31 de março de 2027. Durante essa pausa, aproximadamente 3.000 pessoas da equipe de P&D foram realocadas para “se concentrar em iniciativas de redução de custos”. Barrabás.
Ironicamente, as vendas da Nissan não foram tão ruins. Cairam apenas 2,8% globalmente, lideradas pela China, onde as vendas caíram 12,2%. Na América do Norte, as vendas subiram 3,3%. A receita da empresa ficou praticamente estável em relação ao ano anterior, caindo menos de meio ponto percentual. Mas a Nissan está afundando em custos. E o remédio, parar desenvolvimento futuro, uma bomba-relógio a estourar em algum ponto antes de 2030. Se a empresa durar até lá. Veremos! (MAO)
ABT faz restomod de Audi Quattro original
Demorou, mas aconteceu. A existência do motor cinco em linha moderno do Audi RS3 pede para alguém fazer um restomod do primeiro Audi Quattro com ele. E agora, aconteceu: este alguém é a famosa casa alemã de preparação de Audis e similares: a ABT.
A preparadora revelou o novo restomod no evento “Amigos da ABT” da ABT, na Alemanha, onde 25 unidades foram vendidas em apenas três horas. A demanda foi tão grande que a ABT aumentou a produção para 30 unidades para satisfazer seus clientes.

O CEO do Grupo ABT, Hans-Jurgen Abt, compartilhou o valor sentimental que o Ur-Quattro tem para ele. Quando assumiu o negócio de tuning de seu pai, herdou o carro e imediatamente começou a modificá-lo. Suas atualizações incluíram para-lamas alargados, rodas de liga de magnésio e peças do Sport Quattro, como a grade e os faróis.
O Quattro de produção limitada segue a mesma fórmula. Não é feito a partir do Sport Quattro, com entre-eixos menor; mantém o desenho clássico do cupê. A frente redesenhada é do Sport Quattro, porém.
A nova carroceria é modificada com Kevlar e fibra de carbono e, além dos para-lamas largos e novos para-choques, também apresenta um capô ventilado e uma asa traseira de tamanho considerável. No interior, você encontrará bancos individuais e uma gaiola de proteção. Os proprietários também terão a chance de personalizar a cabine, garantindo que nenhum carro seja exatamente igual ao outro.
Sob o capô, o restmod recebe o moderno motor turbo de 2,5 litros e cinco do RS3. O motor foi calibrado aqui para gerar saudáveis 530 cv, quase três vezes a potência do Ur-Quattro original de 200 cv.
Para lidar com a potência adicional, a ABT equipou o carro com freios ABS, embora a preparadora não tenha divulgado nenhuma informação sobre melhorias na suspensão; obviamente, pneus e bitolas são alargados. O que eles revelaram é que cada uma das 30 unidades terá um chassi exclusivo, garantindo que cada carro pareça personalizado. E sim, ele pode ser registrado como um carro clássico na Alemanha.
A ABT não divulgou detalhes sobre preços, mas certamente, barato não é. E de qualquer forma, todos eles já foram vendidos; se você não é amigo da ABT e estava lá no dia, perdeu. (MAO)
Jeep Avenger será produzido no Brasil
A Jeep confirmou que o Jeep Avenger será produzido no Brasil. O anúncio foi feito durante as comemorações de 10 anos da fábrica de Goiana, e do Renegade. A produção não deve demorar: será a partir de 2026.
Segundo a marca, ” O modelo chegará para completar a gama nacional da Jeep, e vai conviver no mercado ao lado do Renegade, Compass e Commander. Com esses quatro modelos fabricados localmente, a Jeep será ainda mais protagonista do mercado brasileiro nos próximos anos com seus modelos reconhecidos por sua robustez, conforto, tecnologia e espírito aventureiro”. Sim, mas um cara pode ser perdoado em imaginar que o Renegade seja descontinuado. Se fala também numa nova geração dele, mais cara. A ver.
O carro deriva da plataforma CMP, que aqui no Brasil conhecemos nos Peugeot 208 e 2008. Por conta disso, é possível que o Jeep Avenger nacional seja produzido não em Goiana, mas em Porto Real (RJ), onde a Stellantis produz hoje o Peugeot 2008.
Mas como a plataforma small wide que está por baixo dos atuais Renegade, Compass e Commander, é antiga, pode ser que comece uma mudança na fábrica do nordeste. O anúncio, afinal de contas, foi lá. Mas ainda não se sabe com certeza; só que virá.
Sobre que tipo de powertrain virá no novo Jeep “barato”, pode-se apenas especular. É mais provável venha com o conhecido 1.0 turbo de 3 cilindros com até 130 cv /CVT com sete velocidades simuladas. Talvez um sistema híbrido leve como o do Pulse/Fastback para parecer mais moderno e “eletrificado”.
O carro lá fora mede 4084 mm num entre-eixos de 2557 mm, e na versão a gasolina, pesa menos de 1200 kg, e vem com um tricilíndrico turbo de 1,2 litro e 100 cv. Tem uma versão 100% elétrica de 160 cv, mas que pesa 1600 kg para desempenho semelhante; tem autonomia de 408 km no ciclo de teste WLTP. Um carro bem no tamanho e potência que se espera para um SUV pequeno aqui no Brasil, se um com um desenho que não traz nada de novo. Deverá vender bem, daquela forma segura e previsível que hoje é norma. (MAO)