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Motor T270 da Jeep menos potente para 2025
Desde a virada deste ano, 2025, já está em vigor a nova fase das regulamentações de emissão brasileiras, o Proconve L8. As regras mais restritivas, em alguns casos, trazem consigo redução de potência, embora nenhum fabricante tenha vontade de propagandear isso, por motivos óbvios.
Um exemplo é a Jeep: no seu site, a marca discretamente reduziu a potência do motor T270 que usa no Renegade, Compass e Commander. Ano passado, o 1.3 turbo-flex dava 185 cv de potência com etanol ou 180 cv com gasolina, a 5750 rpm. O torque era de 27,5 mkgf a partir de 1750 rpm.
Pois bem: para o novo ano de 2025, agora o motor dá 176 cv, tanto faz se a gasolina ou etanol. Uma queda de 9 cv com etanol e de 4 cv para a gasolina. O torque permaneceu o mesmo, porém. Não se sabe se mudaram as rotações onde esses valores aparecem, mas nosso chute é que permanecem iguais.
Não é pequena a diferença, e uma tristeza: normalmente o carro mais novo teria que ser melhor que o antigo, não? Pelo menos, costumava ser. Pelo menos a versão com o 2.0 turbo a gasolina, o chamado “Hurricane 4”, continua inalterado: 272 cv e 40,8 mkgf de torque. Não dá para deixar de notar: para quem pode pagar mais caro, de novo nada muda. O preço desse futuro mais limpo é pago de formas diferentes: quanto mais caro o carro, menor o efeito da legislação. Pelo menos, é o que parece, daqui de onde posso enxergar… (MAO)
O Suzuki Jimny com Supercharger
Todo mundo com a cabeça no lugar adora o Suzuki Jimny. É meio como um Miata do fora-de-estrada: troca força bruta por baixo peso, sofisticação e luxo por eficiência e foco numa função só. E com isso, nessa função (aqui, o fora-de-estrada) é tão bom quanto enormes opções mais caras e sofisticadas, por um preço bem menor. Para que um Jeep de 400 cv, quando um Jimny de 100 cv faz o mesmo, por muito menos dinheiro?
Mas ao contrário do Miata, que na minha opinião tem potência suficiente para ser tudo que um carro desses pode ser, no caso do Jimny, me parece que um pouco mais de força no motor seria bem-vinda. Não muito: afinal de contas é um carro alto e de pequenas bitolas e entre-eixos, e em algo assim, muita potência é uma temeridade. Mas algo a mais, para dar alguma alegria extra na forma que se movimenta.
Turbocompressores parecem um pouco demais aqui, e sua natureza de retardo na entrada de ação (lag), incongruente com o espírito dos jipes. O ideal seria um motor um pouco maior, mas uma empresa australiana de preparação parece ter uma ideia mais simples e teoricamente mais barata que uma troca de motor: um compressor mecânico.
A Harrop Engineering está oferecendo um kit de supercharger para o Jimny. Aqui no Brasil o motor aspirado de 1,5 litro do Suzuki é declarado como tendo 108 cv e 14,1mKgf. Na Australia, são 102 cv e 13,2 mKgf. Partindo do carro australiano, a Harrop informa que com o seu kit instalado, o carro passa a fornecer 136 cv e 15,2 mKgf. Um número que parece perfeito para o carro, que pesa apenas 1135 kg.
O kit consiste num compressor Eaton TVS 900, uma unidade de quatro lóbulos “torcidos” a 160° em dois rotores. Há no kit também um intercooler intercooler água-ar, recalibração da injeção, uma caixa de ar de fibra de carbono personalizada com uma entrada de 2,5 polegadas e uma válvula de alívio que melhora a eficiência em rotações mais baixas.
Se você adicionar o snorkel da empresa (que funciona como um cold-air induction) e um escapamento menos restritivo opcional, consegue ainda mais potência: 144 cv e 17 mKgf! Existem kit Turbo para o Jimny capazes de mais potência, mas este esquema de compressor mecânico parece perfeito para ele.
Mas, claro, nada é perfeito neste mundo. Primeiro, a conversão só é possível em carros automáticos; aparentemente o câmbio manual do carro não aguenta o torque extra. Depois há o preço: AU$ 10.990, ou R$ 41.652 no câmbio de hoje, lá na Austrália. Cadê aquele kit Turbo “de padaria” que vi anunciado ainda ontem…? (MAO)
Quer salvar a Jaguar? Comece salvando um Jaguar
Depois da catastrófica propaganda de “ressuscitação” da Jaguar ano passado, e a revelação do design básico de seu novo sedã elétrico, todo mundo parece ter uma opinião de como ressuscitar a famosa empresa britânica. Em comum, esses planos só tem uma coisa: não é o curso atual de se tornar mais uma Bentley/Rolls-Royce elétrica.
Bom, para nós, que sabemos que a Jaguar morreu já há muito tempo atrás, junto com seu fundador, o late, great Sir William Lyons, é bem mais fácil: sabemos que para a empresa, não há mais retorno, a não ser que o espírito dele renasça e se mude para Coventry. Não há, hoje, uma forma de reviver a glória da Jaguar, a época que foi de sua fundação até aproximadamente 1974.
Não, pera. Há uma forma sim de ressuscitar a glória da Jaguar em 2025, se você sente que tem que fazer algo a respeito disso. Esta semana no site americano Bring a Trailer apareceu a venda o Jaguar das fotos desta nota.
Trata-se de um E-Type do modelo exportado para o mercado americano desde novo, então chamado de XK-E. Reside hoje em Merrillville, Indiana, rodou pela última vez por volta do final dos anos 1990. Foi comprado pelo vendedor neste estado em 2024. Se queremos mesmo ressuscitar a Jaguar, só há uma maneira: um E-type de cada vez.
O carro parece completo, e num interessante tom de branco-creme. Mas absolutamente tudo parece precisar ser desmontado, reformado ou trocado. As rodas raiadas principalmente, não se recomenda reformar: melhor conseguir reproduções novas de qualidade. O lendário um seis em linha XK tinha 4,2 litros, três carburadores SU e 265 cv quando o carro era novo. Não há informações sobre quando o motor foi usado pela última vez ou quando foi revisado mais recentemente; certamente precisa ser todo refeito.
O interior está horrível: alguém roubou o carpete da casa da vó e tacou no pobre Jaguar. Vai ter que ser todo refeito. O carro aparece nas fotos com aqueles macacos individuais de roda para movimentação: provavelmente todos os freios estão travados. Sim: não é para os de coração fraco.
Mas ainda assim, possível. O que não pode ser dito sobre a empresa que antes conhecíamos pelo nome de Jaguar. (MAO)
Porsche 911 Carrera S perde opção de câmbio manual mas ganha potência
A Porsche anunciou o novo 911 Carrera S para 2025, em versões Coupe e Cabriolet. Na linha atual, o modelo fica entre o Carrera básico e os novos modelos GTS, híbridos. A má notícia é que, infelizmente, o Carrera S perde sua transmissão manual de sete velocidades. Somente dupla embreagem de oito velocidades está agora disponível para a versão. Com isso, apenas o Carrera T e o GT3 permanecem na linha 911 com transmissão manual.
O Carrera S ganha potência, no entanto. A Porsche fez revisões no seis cilindros biturbo de 3,0 litros, aumentando a potência para 480 cv e 54 mKgf. A potência agora é a mesma do antigo GTS, e aproximadamente 30 cv a mais que antes. A Porsche diz que o motor ganha novos turbocompressores e intercoolers completamente revisados, os quais ajudam a aumentar o desempenho e diminuir as emissões. Com o pacote opcional Sport Chrono, a Porsche diz que o 0-96 km/h se dá em 3,1 segundos, uma melhoria de 0,2 segundos em relação ao modelo anterior. O escapamento esportivo agora é equipamento básico.
O carro recebe agora os freios maiores do antigo GTS, com discos de 408 mm na frente, discos de 380 mm atrás. A suspensão é ajustada, com novos amortecedores, que a Porsche diz serem mais confortáveis. Opcional como sempre, são uma suspensão esportiva mais baixa e firme, direção nas rodas traseiras e freios de carbono-cerâmica. Todo 911 Carrera S vem com um diferencial autoblocante e rodas de 20/21 polegadas.
O ano/modelo 2025 já está disponível para encomendas inclusive aqui no Brasil; custa R$ 1.080.000, ou, se você prefere espaço infinito para a cabeça, R$ 1.130.000. (MAO)