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A volta da Spyker

A Spyker, a fabricante holandesa favorita de todo mundo que lembra dela, anunciou que está de volta. Ou, como eles disseram, “liberada para a decolagem”. De acordo com a empresa, o fundador Victor R. Muller conseguiu um acordo que garante todos os direitos de propriedade intelectual da Spyker. “Após anos de desafios, estamos liberados para decolagem”, disse a marca em um comunicado nas redes sociais.
Por “desafios” entenda um longo processo de falência no qual Muller tentou adquirir os direitos de uso ou a propriedade da marca e do logotipo da Spyker — algo que não foi aprovado de imediato pelo administrador judicial da massa falida.

A história da Spyker, que remonta a 1880 quando dois irmãos começaram a fabricar carruagens na Holanda e chegaram a produzir aviões usados na Primeira Guerra Mundial, inclui falências, reestruturações financeiras e a conturbada parceria com a Saab. Mas tudo isso parece ter ficado para trás.
O acordo que encerra a “longa disputa judicial” libera integralmente todas as marcas e patentes da Spyker, permitindo que Muller e sua equipe voltem a produzir carros. Caso você não lembre deles, não se aflija: poucos viram um Spyker de verdade — a marca passou mais tempo nos tribunais e prometendo carros, do que produzindo carros de fato, desde que voltou dos mortos em 1999 (a Spyker original foi fundada em 1895 e faliu em 1920).

A expectativa é que a marca volte a fabricar carros com design de inspiração aeronáutica e aquelas cabines aero-artísticas. A marca encerrou o comunicado com seu lema: “Para o tenaz, nenhuma estrada é intransponível.”
O lema que soa heróico e altivo, mas… será que eles conseguirão transpor a estrada da indústria automobilística desta segunda metade dos anos 20 — um cenário muito diferente e bem mais difícil do que aquele onde a Spyker se meteu em todos estes problemas? Ou será que ela vai ser mais uma marca genérica de supercarros elétricos?
Renault começa a venda do Boreal – preços partem de R$ 180.000

A Renault começou a vender o Boreal, seu novo SUV médio, posicionado acima do Duster. Modelo chega em três versões — evolution, techno e iconic; escritas assim, em minúsculas mesmo — , com preços que vão de R$ 179.990 a R$ 214.990. Durante essa fase de “pré-venda”, os “pré-compradores” que “pré-oferecerem” seu carro usado na negociação podem receber um “pré-bônus” de valorização que chegam a R$ 12.000, dependendo da versão.
Todas as versões compartilham o mesmo motor 1.3 TCe Turbo Flex, capaz de gerar 163 cv com etanol e 156 cv com gasolina, acoplado ao câmbio automatizado de dupla embreagem úmida de seis marchas. O SUV também se destaca pelo tamanho, com 4,56 metros de comprimento, 1,84 m de largura, 2,70 m de distância entre-eixos e 21,3 cm de altura em relação ao solo, garantindo conforto interno e bom desempenho em diferentes terrenos.

A versão de entrada, evolution, custa R$ 179.990 e traz faróis LED, rodas de liga leve de 18”, quadro de instrumentos digital de 7”, sistema multimídia com tela de 10”, ar-condicionado digital de duas zonas, carregador por indução, freio de estacionamento eletrônico com função auto hold, paddle shift, bancos de couro, sistema de som Arkamys com seis alto-falantes, seis airbags, sensores de chuva e crepuscular e 13 sistemas avançados de assistência ao motorista (ADAS).
A intermediária techno, de R$ 199.990 adiciona ao pacote da evolution faróis de neblina, rodas de 18” com acabamento preto, quadro de instrumentos digital de 10”, sistema multimídia com Google integrado, conectividade com app MyRenault, cinco modos de condução, iluminação ambiente com 48 opções de cores, retrovisor interno eletrocrômico, bancos com ajustes elétricos e ADAS com 19 funções.

No topo, a iconic, de R$ 214.990, reúne todos os equipamentos das versões anteriores e acrescenta rodas de liga leve diamantadas de 19”, pintura de dois tons com teto preto (batizada pela Renault com o horroroso nome “biton”), interior com acabamento premium “deep blue”, sistema de som Harman Kardon, porta-malas com abertura elétrica, teto solar panorâmico elétrico, banco do motorista massageadores, e pacote ADAS com 24 funções.
O Renault Boreal 2026 será oferecido nas cores Branco Glacier, Prata Étoile, Cinza Cassiopée, Preto Nacré, Vermelho de Feu e Azul Mercure.
Jetta GLI chega em novembro por R$ 270.000

Uma boa notícia para quem não teve um GTI/GLI, nem quer pagar R$ 400.000 no Golf GTI ou ficar na fila de espera: o Jetta GLI 2026 finalmente ganhou uma data de lançamento e preço no Brasil. Ele chega dia 8 de novembro por R$ 269.990.
Por esse preço, temos o novo visual do carro, alinhado à nova identidade da Volkswagen — com faróis mais estreitos, grade com um aplique que “estende” visualmente o capô, um friso vermelho no para-choques dianteiro, novo arranjo interno das lanternas traseiras (agora com uma barra conectando as duas), e novas rodas de 18 polegadas. O motor é o mesmo de antes e pouca coisa menos potente que o Golf GTI: são 231 cv e 35,7 kgfm contra 245 cv e 37,7 kgfm do hatchback. O câmbio é o mesmo DSG de sete marchas.

Por dentro o Jetta GLI também mudou: o sistema multimídia com tela de 10 polegadas agora está mais alto, no topo do painel como no T-Cross e o pacote de segurança e assistências tem seis airbags, assistente de permanência em faixa, cruise control adaptativo, detecção de pedestres e monitoramento de pontos cegos.

Ok, o Golf ainda é mais potente e tem a aura de ser um hot hatch. Mas com o Jetta GLI custando um Nivus GTS a menos que o GTI, faz algum sentido escolher o Golf? Não é mais atraente ter dois esportivos pelo preço de um?
Preço médio dos carros passa dos US$ 50.000 pela primeira vez nos EUA

O carro brasileiro é caro demais, mas saiba que não estamos sozinhos nessa: o fenômeno é global. Nos EUA, onde o automóvel sempre foi um bem historicamente acessível, o preço médio dos carros novos acaba que quebrar um recorde indesejado: a barreira dos US$ 50.000 — algo em torno de R$ 275.000.
Segundo dados da Kelley Blue Book (KBB), os compradores americanos pagaram em média US$ 50.080 pelos carros novos em setembro deste ano — um aumento de 2,1% em relação a agosto e 3,6% comparado ao mesmo período do ano anterior.
O valor médio de tabela também quebrou recordes, chegando a US$ 52.183, alta de 4,2% em um ano. De acordo com a KBB, a escalada dos preços vem se acelerando nos últimos meses, impulsionada por dois fatores: o crescimento das vendas de veículos elétricos e a forte demanda por modelos de luxo. É o mesmo movimento observado no mercado brasileiro: os carros mais caros continuam vendendo, enquanto a oferta de modelos de entrada diminui — algo que foi previsto há mais de cinco anos.
Os elétricos responderam por 11,6% das vendas em setembro — o maior percentual já registrado —, com preço médio de US$ 58.124 por unidade. Esse salto reflete o efeito das isenções fiscais que estimularam a procura por EV, embora analistas prevejam uma desaceleração após o fim do crédito tributário para este tipo de carro. Ainda assim, fabricantes vêm compensando a perda de incentivo com descontos diretos e promoções agressivas.
Na Europa, os preços de carros novos também seguem em alta, com valor médio estimado em €32.000 em 2024. Entre 2018 e 2024, os segmentos B (equivalente aos nossos hatches compactos) e C1 (nossos hatches médios) tiveram aumentos de 34% a 36%, e SUVs C1 (os nossos SUV médio-compactos) subiram cerca de €10.100. O fenômeno de “migração de preços” mostra que modelos menores agora custam o mesmo que variantes maiores anos atrás, refletindo pressões de custos causada pelas normas de segurança e emissões, eletrificação e demanda por SUVs.