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No começo do mês a Polícia Federal apreendeu seis carros do empresário Eike Batista como parte do bloqueio de bens para garantir o pagamento de futuras indenizações. Entre os seis carros estavam o famoso Lamborghini Aventador branco, que Eike guardava na sala de sua mansão, e um Porsche Cayenne também branco. Acontece que na manhã de hoje (24), a defesa de Eike Bastista fez uma descoberta bombástica: o juiz federal responsável pelo caso, Flávio Roberto de Souza, foi flagrado dirigindo o SUV a caminho da sede da 3ª Vara Criminal Federal, no Centro do Rio de Janeiro.
Segundo os advogados de defesa de Eike o uso do carro por parte do juiz é irregular. O juiz, contudo, se defendeu em declaração à revista Veja. Segundo o magistrado, no pátio da Justiça Federal não havia vagas suficientes para todos os carros e, por isso, ele solicitou autorização para que os carros passassem a ser usados pela Justiça Federal. De acordo com a apuração do portal G1, o Detran acatou a solicitação feita para a transferência provisória para a Justiça Federal. O juiz então guardou os carros em vagas cobertas em seu prédio para preservá-los da deterioração causada pela exposição à chuva e ao sol. O comunicado foi enviado no dia 11 de fevereiro e, desde então, eles não foram usados.
Mas hoje pela manhã o juiz foi visto dirigindo o carro pelo centro do Rio de Janeiro. Os carros (o Cayenne e um Toyota Hilux) seriam levados de volta ao pátio pelo motorista da Vara Federal, onde ficariam expostos até o leilão marcado para quinta-feira (26), mas devido a uma pane o Hilux precisou ser rebocado, o que exigiu o acompanhamento do motorista — que deveria retornar ao prédio do juiz para buscar o Cayenne. O juiz então se ofereceu para conduzir o Cayenne até o prédio da Justiça Federal, onde acabou flagrado às 10:30 da manhã de hoje.
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O problema é que o Porsche Cayenne em questão não estava relacionado entre os veículos do leilão desta semana e o uso de bens apreendidos configura improbidade administrativa. Com isso, a Corregedoria Regional da Justiça Federal instaurou hoje um processo de sindicância para apurar a conduta do juiz. Já os advogados de defesa de Eike Batista entraram com um mandado de segurança para impedir o leilão. O pedido foi atendido com uma liminar que suspendeu o leilão até o julgamento do mandado de segurança pelos desembargadores.
Além do Cayenne do Hilux — descritos no comunicado enviado do Detran pelo juiz — o jornal Folha de S. Paulo apurou que ainda há um Range Rover de Thor Batista guardado no prédio do juiz.
Foto: Folha de S. Paulo
Agora, resta saber onde ficarão os dois carros, uma vez que não há vagas no pátio da Justiça Federal.