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Zero a 300

Lancia lembra do HPE | Scout em competição | O Ferrari de McQueen e mais!

Bom dia, caros leitores! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa rica mistura das principais notícias automotivas do Brasil e de todo o mundo. Assim, você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere conosco.

 

Lancia mostra novo conceito: o Lancia Pu+Ra HPE

A Stellantis parece mesmo decidida a reviver a praticamente morta Lancia, ainda que os fãs da marca tradicionais não parecem estar festejando muito este retorno: será uma marca 100% elétrica. Agora, a empresa mostra mais um conceito arrojado, que pretende prever sua linguagem futura.

O carro de rua mais maluco da história: Stratos Zero

A história deste conceito começa no início deste esforço de ressussitamento. No afã de reviver a marca, a nova direção vasculha a história dela e descobre que o mais radical e maravilhosamente louco Lancia já mostrado ao público certamente tinha sido o Lancia Stratos Zero de 1970. Um conceito não só mostrado estaticamente, mas também solto no meio das ruas feito uma nave alienígena pousada.

Lancia Pu+Ra Zero

Resolveram que parte do “DNA” (urgh) da empresa é o radicalismo conceitual zerístico. Daí vem o sabonete-escultura mostrado em novembro do ano passado, chamado de Pu+Ra Zero. Agora este tema estilístico é destilado para um pouco mais próximo da realidade, e misturado com outro clássico alguns anos na frente do Stratos Zero, em mais um conceito. Pelo menos, é um carro com 4 rodas agora.

Lancia HPE VX, 1981

O clássico em questão é o Lancia Beta HPE, uma interessante variante do Lancia Beta lançado em 1975, que juntava as duas portas maiores do cupê no assoalho maior do sedã, e uma traseira tipo perua, para fazer o que alguns chamam de shooting brake. O Beta era um carro de motor transversal e tração dianteira; no início dos anos 1980, o HPE virou modelo e não versão, uma perua esportiva com o Fiat “Lampredi” DOHC 2.0 (o mesmo dos primeiro Tempra aqui), em versão aspirada, e com compressor, “VX”. Um desenho e carro interessante, bem lembrado pelos entusiastas, mas que não fez muito sucesso de vendas.

Este, inspirado por ele, é o Pu+Ra HPE Concept. É claramente inspirado no sex toy sabonete anterior, mas também claramente é inspirado no HPE. HPE era “High Performance Estate” (perua de alta performance) em 1975, mas hoje, claro, é High Performance Eletric.

É talvez, também, uma dica do que virá adiante: parece que o nome Beta será usado novamente como um modelo de produção da marca, mas não se sabe quando ou como. A Lancia não dá muitos detalhes sobre o powertrain elétrico do conceito, mas diz que foi concebido para oferecer mais de 700 km de autonomia. Diz também que é a visão de design da empresa para os próximos 10 anos.

O que se sabe é que a marca planeja um sedã premium e um hatchback com o nome Delta, ambos baseados na plataforma modular EV Stellantis STLA, para o final desta década. Então espere um fluxo constante deste tipo de coisa retrofuturista até lá, para nos acostumarmos com a ideia feito sapos numa panela que esquenta lentamente.

O futuro imediato da Lancia é bem menos ambicioso e mais pragmático: o Ypsilon, seu tradicional pequeno urbano “para mulheres” que é a única oferta hoje da marca, receberá uma nova geração, em versão elétrica e híbrido plug-in, compartilhando plataforma com o atual Fiat 500. (MAO)

 

Scout Motors patrocina carro de corrida “vintage”

Numa das mais bizarras notícias de apropriação cultural automobilística dos últimos tempos, ano passado soubemos que a VW comprou os direitos da marca Scout, e pretendia reviver a marca com jipes elétricos, principalmente para o mercado americano. Scout nem era marca: era um modelo da International Harvester para concorrer com o Jeep CJ e o Ford Bronco original, corrente de 1961 até 1980.

O International Harvester Scout original, de 1961

Agora vem a notícia que a nova Scout Motors vai retornar às corridas de deserto na Baja Califórnia, marcando a primeira vez que um Scout de fábrica correrá em Baja em mais de 40 anos. A marca teuto-americana vai apoiar a Anything Scout Vintage Racing Team para competir com um International Harvester Scout Terra de 1976 no NORRA Mexican 1000 em 4 de maio.

De acordo com o CEO da Scout Motors, herr Scott Keogh, a ideia por trás de apoiar oficialmente uma equipe de corrida em Baja este ano é “abraçar a herança de sua marca, para que possa ser injetada em futuros modelos elétricos.” Sei. “Criar notícia e lembrar o povo que existiu um carro chamado Scout num passado remoto” soaria cínico demais, provavelmente.

Independentemente do discurso empresarial, o caro que vai competir é sensacional. É um International Harvester Scout Terra de 1976, totalmente restaurado por Anything Scout, de Ames, Iowa.

As únicas modificações foram feitas para lidar com os rigores da famosa corrida no deserto, suspensão de maior curso com amortecedores off-road, eixos Dana 44 de alumínio, pneus General Grabber X3 de 33 polegadas. O motor, pasmem, será o original quatro em linha de 3,2 litros e apenas 93 cv, o “International Harvester Comanche”, com uma caixa manual de quatro marchas close ratio. Bom, os Scout nunca foram conhecidos por alta potência, mesmo.

Tudo isso deve mudar em breve, claro, nos novos Scout elétricos da VW. A única coisa que será trazida do Scout original é a inspiração do design,  e o nome. Será mais um luxuoso, caro, e mega-potente SUV elétrico moderno. Admirável, este mundo novo. (MAO)

 

Delta 4×4 oferece eixos-portal para o Suzuki Jimny

A gente as vezes esquece que tamanho pequeno e baixo peso são características desejáveis em todo tipo de veículo, e não somente nos carros esporte. Um carro mais leve pode ser mais rápido e econômico, usando motores pequenos, e a baixa inércia permite também uma facilidade de mudar de direção maior, e agilidade maior.

São características também desejáveis, por exemplo, em off-road. Sexta passada falamos do lançamento do gigantesco Chevrolet Silverado HD ZR2, que pesa, em curb, mais de 3500 kg, e mede bem mais de seis metros de comprimento. Na verdade, exatos 6351 mm. Barrabás.

Sua capacidade de carga, mesmo na mais pesada Bison Diesel, é de até 1275 kg. O que significa que é possível colocar um Suzuki Jimny na caçamba como estepe para aquelas viagens off-road pesadas. Um Jimny pesa 1095 kg em ordem de marcha…

A verdade é que, como uma ferramenta de transporte fora de estrada, o pequeno Jimny é muito melhor que o gigante Silverado HD. Da mesma forma que numa pista, um Caterham Seven é uma ferramenta muito mais eficiente que o maior e muito mais potente Audi RS6, por exemplo. E agora, uma empresa chamada Delta 4×4 achou que poderia melhorá-lo. Para fazer isso, eles desenvolveram eixos de portal para o Jimny.

O eixo-portal, para quem nunca viu, é um que permite que a entrada de força via eixo, na roda, não precise necessariamente ficar no centro da roda. Por meio de uma engrenagem no cubo de roda, permite que a entrada fique mais alta, e assim, o vão livre aumenta consideravelmente, liberado da presença de eixos ou semi-eixos.

Nestes novos eixos portais da Delta 4×4 para o Jimny, eles contribuem para 120 mm de distância ao solo extras; adicione a isto mais 50 mm obtidos por molas mais altas, e se tem algo realmente capaz.

E os upgrades da empresa alemã não param por aí. Por exemplo, rodas de 18 polegadas com pneus medindo 265/80 nos quatro cantos, o que necessitou alargadores de paralamas. Também ostenta coberturas dos faróis e faróis de neblina, um snorkel e um guincho elétrico para recuperação se tudo der errado.

Não foi divulgado preço da conversão ainda, mas certamente não será barato. Nada que é realmente bom é barato, infelizmente. Mas certamente o pequeno carro ficará quase imbatível no fora de estrada com isso. Um Seven 420R para o mato. (MAO)

 

Ferrari 275 GTB/4 de Steve McQueen será leiloado

Goste ou não de Steve McQueen, seja este McQueen a lenda do “King of Cool”, o ator famoso, ou o ser humano, não há como negar que seu gosto para automóveis era impecável. E seu bolso, cheio o suficiente para que pudesse exercitá-lo. Vários carros seus viraram lendas em Los Angeles dos anos 1960 e 1970; coisas como um Jaguar XK-SS com motor de D-type que apavorava os Porsches nas corridas de rua ilegais nas montanhas próximas da cidade.

Agora, mais um de seus carros lendários apareceu à venda, num leilão a ser realizado pela RM Sotheby’s durante a próxima Monterey Car Week. É um raríssimo e belíssimo Ferrari 275 GTB/4.

McQueen comprou este carro zero km em 1967, supostamente recebendo o carro em San Francisco durante as filmagens do filme “Bullitt”, de 1968. O veículo permaneceu em sua posse até o início dos anos 70, quando foi vendido a vários proprietários, inclusive um que modificou o carro removendo o teto e mudando sua cor para amarelo. Felizmente, o departamento Ferrari Classic concluiu um extenso programa de restauração entre 2010 e 2013, devolvendo o carro às suas especificações originais.

O 275 GTB tinha muito do 250 GTO em seu desenho e intenção, mas era um carro de série para a Ferrari, criado bem depois dele. Diferente do GTO, tinha um transeixo em cima do eixo traseiro, e suspensão traseira independente. O 275 era o deslocamento individual de cada cilindro do Colombo V12, para um total aqui de 3,3 litros. O “/4” no final denota sua última evolução, que tinha cabeçotes DOHC e 300 cv. Pesava 1250 kg.

Mas estas especificações não contam como o carro é bonito, o seu barulho, ou seu comportamento impecável. É um clássico italiano só superado por seu sucessor imediato, o 365 GTB “Daytona”. Mas há quem prefira este, por acha-lo mais bonito, mais feminino, e menos brutal em estilo que o 365.

De acordo com a RM Sotheby’s, o valor atual de um Ferrari 275 GTB/4 neste estado é entre US$ 5-7 milhões. Junte à isso o dono famoso, e quem pode saber por quanto este será vendido? O leilão acontecerá no fim de semana de 18 a 19 de agosto em Monterey, Califórnia. (MAO)