Acabou a espera: hoje a Land Rover finalmente revelou a nova geração de seu modelo mais emblemático, o jipe que começou tudo – o Land Rover Defender. Já tínhamos uma boa noção de como ele seria, mas é sempre bom ver imagens em alta resolução. E agora temos o dossiê completo sobre o Defender renascido.
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Resumindo: ele ficou bem mais refinado, com um visual bem mais moderno. A semelhança com a geração passada é mais filosófica do que estética; o interior completamente espartano é coisa do passado, mas ele ainda é mais rústico (ou menos sofisticado) que o Discovery, por exemplo; e a fabricante promete que sua capacidade off-road permanece a mesma, quiçá melhor do que antes.
Mas vamos guardar as opiniões para depois, e seguir direto aos fatos.
Uma das marcas do Land Rover Defender era a carroceria de alumínio, e isto (felizmente) não muda. Na verdade, ficou ainda melhor: a Land Rover adotou um monobloco de alumínio, parte da plataforma D7X, que é baseada no Discovery, porém foi adaptada para uso mais severo. De acordo com a Land Rover, a plataforma é três vezes mais rígida do que uma estrutura de carroceria sobre chassi, e o resultado é o Defender mais resistente da história. Ele também perdeu os tradicionais eixos rígidos, e agora é equipado com sistemas independentes nas quatro rodas: braços triangulares assimétricos na frente, e eixo multilink atrás.
A fabricante diz que o jipe passou por 62.000 testes, incluindo uma sessão de repetidos impactos “muito mais severos que os padrões normais para um SUV” – o chamado Extreme Event Test. O Defender também foi testado nas locações mais remotas e hostis do planeta. E, como último teste, fez uma viagem de mais de 6.400 km entre o Cazaquistão e o estande no Salão de Frankfurt.
De acordo com a Land Rover, a ideia por trás do design era pegar inspiração no Defender clássico, sem ficar preso a ele. Assim, as proporções originais foram mantidas, com uma postura vertical, capô curto e balanços mínimos – sendo que estes, além do propósito estético, também servem para melhorar os ângulos de ataque e saída. Na dianteira, o formato dos faróis emula a moldura e as lentes redondas do clássico, enquanto a grade traz uma leve conexão com os outros modelos da família, sem abrir mão da identidade própria.
O perfil clássico é quebrado por uma área lisa nas colunas “C”, cuja função é amplificar a robustez visual e, opcionalmente, acomodar bagageiros externos extras (falaremos mais a respeito adiante). A linha da traseira é praticamente uma reta vertical.
Falando na traseira, ela também acena sutilmente ao último Defender, com o vigia traseiro pequeno e centralizado (mas sem as janelinhas dos lados) e o estepe na tampa – que, claro, abre para o lado. As lanternas são pequenas quadradas, duas de cada lado, empilhadas na vertical. É tudo moderno e atual, mas o link com o passado está evidente. Temos certeza de que muitos gostariam de algo mais retrô (como o último Classe G, por exemplo) e menos conceitual, mas não dá para dizer que ficou feio. Quer dizer, este tipo de coisa é subjetiva, claro.
Mas vamos para dentro. A Land Rover ressalta que a principal marca do interior é o caráter old school e utilitário, com elementos estruturais descobertos. Contudo, é inegável que o habitáculo, acompanhando a carroceria, ficou mais sofisticado – o quadro de instrumentos é uma tela digital de 12,3 polegadas, e há outra com a mesma medida para a central multimídia. É possível dividir informações entre as duas telas, por exemplo, com motorista usando navegador por GPS com mapas 3D e o passageiro trocando as músicas usando a touchscreen do painel. É evidente, também, que o design trouxe tendências mais modernas, como o console central bastante discreto e horizontalizado.
Isto posto, a Land Rover afirma que não deixou o interior requintado a ponto de desencorajar o uso off-road. De fato, por trás da aparente sofisticação, revela-se uma cabine minimalista, com a lata visível nos revestimentos de porta, superfícies limpas e um design essencialmente utilitário. E o assoalho é lavável, revestido de borracha, para facilitar a limpeza.
Agora, as medidas. Como já havia sido dito antes, foram mantidas as carrocerias 90 e 110, com duas e quatro portas, respectivamente. O Land Rover Defender 90 tem 4.583 mm de comprimento (contando com o estepe), 2.105 mm de largura e 2.587 mm de entre-eixos. A altura varia com o tipo de suspensão – a ar ou com molas helicoidais. No primeiro caso, são 1.969 mm, enquanto no segundo são 1.974 mm. Já o Defender 110 tem 5.018 mm de comprimento, 2.105 mm de largura, 1.967 de altura e 3.022 mm de entre-eixos.
O Land Rover Defender 90 pesa entre 2.130 e 2.270 kg, dependendo da versão e do número de lugares, que pode ser cinco ou seis – graças à alavanca de câmbio no painel, é possível optar por um assento dianteiro central removível. Já o Defender 110 tem entre 2.180 e 2.420 kg, também dependendo do número de lugares, que pode ser cinco, seis ou sete.
Em um utilitário como o Land Rover Defender, os ângulos de ataque, saída e transposição também são cruciais. No caso do Defender 90, estes ângulos são 31,5°, 35,5° e 25,5° respectivamente. No Defender 110, são 38°; 40° e 28°, respectivamente. Ambos podem mergulhar por terrenos alagados com até 900 mm de profundidade. O vão livre máximo é de 291 mm em relação ao solo, com ambos os tipos de suspensão.
O novo Defender será oferecido com quatro opções de motor, sendo dois deles a gasolina e dois a diesel. Os motores a gasolina são o P300, 2.0 turbo com 300 cv a 5.500 rpm e 40,8 kgfm de torque entre 1.500 e 4.000 rpm; e P400 MHEV (híbrido leve), um seis-em-linha de três litros que, junto com um sistema de recuperação de energia cinética (KERS) de 48V, entrega 400 cv a 5.500 rpm e 56 kgfm de torque entre 2.000 e 5.000 rpm. Já os motores a diesel são sempre biturbo, com dois litros e quatro cilindros – o D200, com 200 cv a 4.000 rpm; e D240, com 240 cv à mesma rotação. Ambos têm 43,8 kgfm de torque a 1.400 rpm. A transmissão é sempre automática de oito marchas com reduzida.
A força, obviamente, é levada para as quatro rodas. A Land Rover anuncia como novidade a chegada do sistema Terrain Response 2, que conta com blocante nos diferenciais central e traseiro, acionado ao toque de um botão. É possível configurar as definições individualmente entre os eixos, ou deixar no automático. O sistema também traz um modo otimizado para cruzar terrenos alagados, o Wade Mode.
Inicialmente serão oferecidas cinco versões: S, SE, HSE, First Edition e X, sendo que esta última é a topo de linha. No entanto, o que realmente vai diferenciar cada defender no uso serão os quatro pacotes de acessórios – Adventure, Country, Explorer e Urban. Segundo a Land Rover, cada pacote dá ao Defender uma personalidade distinta.
O pacote Adventure traz um reservatório de água de 6,5 litros, compressor de ar, compartimentos de carga externos (Gear Carrier), mud flaps na dianteira e na traseira, protetor de estepe, portetores nos para-choques e uma bolsa de 20 litros no porta-malas. O pacote Country traz para-barros internos, protetores nos para-choques, mud flaps, mangueira para lavar o interior e porta-malas com partições internas.
O Defender Explorer é o mais apropriado para trilhas, com tomada de admissão elevada, rack de teto com 170 kg de capacidade, compartimentos de carga externos, mud flaps, para-barros internos, protetor de estepe, peito de aço, escada para o teto e side steps fixos. Além disso, a Land Rover oferece um catálogo de 170 acessórios avulsos, incluindo o reservatório de água, guincho automático com uma corda de 40 metros para rebocar até 4.500 kg e snorkel, entre outros.
A Land Rover já confirmou a chegada do Land Rover Defender ao Brasil em 2020, mas ainda não definiu datas exatas, versões e nem preços. Nós vamos ficar de olho.
Até lá, diz aí: o que você achou do novo Land Rover Defender?