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Sportbike chinesa: a CFMoto 675SS
Para quem não se lembra, é legal aqui lembrar de como os japoneses vieram a dominar o mercado mundial de motocicletas. Começaram com motos pequenas e baratas, e com o tempo foram subindo a qualidade e a sua ambição, até que não existisse mais espaço para ninguém mais: os japoneses faziam melhor, e mais barato, em toda faixa de preço.
O maior ícone desta virada foi a Honda CB 750 de 1969, com quatro cilindros em linha. Não só acabou com as motos grandes inglesas e alemãs, mas também criou uma nova categoria de motocicleta. Trouxe o exótico motor quatro em linha para o mainstream, e tornou todo resto obsoleto, da noite para o dia.
50 anos de Honda CB750: como nasceu a primeira superbike da história
Esta moto aqui não é nem de perto uma revolução do tamanho de uma CB 750. Mas é sim uma indicação de que a história está se repetindo bem em frente de nossos olhos. É uma sportbike média de primeira linha, vinda da China. E, como era praxe dos japoneses no passado, oferece mais por menos.
É a CFMoto 675SS, que chega ao mercado americano agora. É a primeira moto de três cilindros da CFMoto e a máquina mais esportiva que já surgiu da empresa. Não foi feita para concorrer exatamente com o topo da espécie (a CBR600RR da Honda ou a Ninja ZX-6R da Kawasaki), mas colocando a mira firmemente nas CBR650R, a Daytona 660 da Triumph e a GSX-8R da Suzuki, logo abaixo. E custa a partir de US$ 7999 nos EUA, quando essas outras saem por mais de US$ 9000; no caso da Honda praticamente dez mil dólares.
O motor é totalmente novo, parte de uma família modular que começou com bicilíndricos paralelos de 450 cm³. Com o mesmo diâmetro de 72 mm e curso de 55,2 mm, o três em linha ganha outro cilindro e 225 cm³ extras. A potência quase dobrou, chegando a 95 cv (a 450SS produz 50 cv) e o torque aumentou para 7,2 mkgf. A potência máxima chega a 11.000 rpm, mas a linha vermelha não aparece até 12.300 rpm, sugerindo que pode haver mais desempenho esperando para ser desbloqueado no futuro. A transmissão é convencional de seis velocidades.
O quadro é de aço cromo-molibdênio que combina seções fundidas ao redor do braço oscilante e tubos para as longarinas principais. Na parte traseira, um braço oscilante de alumínio se arqueia sobre o escapamento inferior, com coilover KYB que oferece vários níveis de ajuste. O garfo invertido é ajustável para pré-carga, compressão e amortecimento de retorno, enquanto a suspensão traseira é ajustável para pré-carga e amortecimento de retorno. Há também controle de tração ajustável, acessado por meio de um painel TFT colorido de 5 polegadas que oferece conectividade Bluetooth e até mesmo atualizações de software sem fio. Com todos os fluidos, inclusive 15 litros de gasolina, a moto pesa 185 kg.
E parece que essa moto é só o começo. A CFMoto confirmou recentemente que está desenvolvendo uma superbike V-4 de um litro e mais de 200 cv. Se meu sobrenome fosse Honda, estaria preocupado. (MAO)
Lotus com problemas. Sim, de novo.
Para surpresa de ninguém, a estratégia da Lotus de eletrificação e foco em mega-potentes carros elétricos de luxo parece que não está funcionando. Como sabemos, a empresa foi criada e sempre existiu como provedora de carros esporte leves, ágeis e com estabilidade invejável; nos últimos anos mudou totalmente para sedãs, peruas e supercarros elétricos de potência, preço e luxo estratosféricos, e de fabricação chinesa. Permanece apenas o Emira, um Lotus tradicional, em produção na Inglaterra.
Embora os resultados financeiros do primeiro semestre de 2024 mostrem um grande aumento nas vendas em relação ao ano passado, a empresa revisou para baixo sua previsão de vendas deste ano em mais de 50%. A Lotus Technology, empresa de capital aberto derivada do Lotus Group responsável pela produção e venda de carros, esperava entregar cerca de 26.000 carros este ano, mas agora diz que serão apenas 12.000.
A empresa vendeu 4.873 carros globalmente até agora neste ano, um aumento de 239% em relação a 2023, o que mostra apenas que não tinha muito o que vender ano passado. O seu único produto alinhado com sua história, o carro esporte a gasolina Emira, foi grande parte deste aumento de vendas: a Lotus vendeu 2.484 unidades em 2024 até agora, ante apenas 568 carros no ano anterior. Claro: só agora pode vender nos EUA, após certificação de emissões.
Apesar do aumento das vendas, o prejuízo líquido da Lotus só aumentou. Foram US$ 202 milhões no trimestre, acima dos US$ 193 milhões do ano passado. A empresa diz que o aumento vem de despesas de vendas e marketing relacionadas à sua expansão, de acordo com a Automotive News. Vender mais aumentou prejuízo; nada bom.
O presidente-executivo do Grupo Lotus, 96 year-old Sir Colin Chapman, 1st Lord Hethel Qingfeng Feng, colocou a culpa nos impostos americanos para produtos chineses; disse que “a empresa terá que reposicionar seus produtos nos EUA devido ao aumento de 100% na tarifa de EV chinesa”. Além de diminuir sua previsão de vendas para 2024, a Lotus também reduziu expectativas futuras para 2025: agora espera vender apenas 30.000 veículos no ano que vem, abaixo de sua meta original de 76.000. Na verdade, me preocuparia apenas em chegar aos 12.000 carros este ano; se você notou não chegou nem nos 5000 ainda, e estamos praticamente em setembro. Barrabás. (MAO)
Hot Wheels faz carro sem uma de suas wheels
Hot Wheels sempre foram a respeito das aspirações da juventude; ao brincar com eles se imaginava em uma longa estrada com Lamborghini Countach por exemplo. Então esta nova miniatura da marca é no mínimo inusitada. Se chama ‘Not Wheels”, e reproduz carro velho, mal-cuidado, e parado. Vem completo com rodas incompatíveis, para-brisa rachado, pontos de ferrugem e algumas modificações realmente questionáveis.
O design genérico do sedã não é baseado em nenhum modelo real, mas sim tira “inspiração” de japoneses do início dos anos 90. Claro, ele lembra vagamente um Toyota Corolla ou Honda Accord dos anos 80, mas os faróis estranhos dão a ele aquele visual inconfundível de um carro saído diretamente de um videogame.
As três rodas que ainda estão no carro são todas diferentes. A carroceria ostenta uma mistura de amassados, ferrugem e “consertos amadores” que fariam qualquer entusiasta estremecer. O para-brisa está rachado, as janelas estão cobertas de sujeira e alguém até teve a audácia de rabiscar “Wash Me” no vidro traseiro.
Uma colaboração com o “art collective” MSCHF, o carrinho é na escala normal dos Hot Wheels, 1:64. A embalagem, no entanto, é tão única quanto o próprio carro. O logotipo da Hot Wheels é trocado pelas letras MSCHF, entre outros detalhes divertidos. De acordo com o site da Hot Wheels, o “Not Wheels” estará à venda a partir de hoje, 30 de agosto e custará US$ 30. (MAO)
O novo speedster da Mercedes está quase pronto
Ultimamente vimos uma série de speedsters lançados como se estivéssemos em 1954. De 2018 até agora, a Ferrari lançou as Monza SP1 e SP2, a Aston Martin apareceu com o Speedster V12, enquanto a McLaren lançou o Elva e o Lamborghini, o SC20, — isso sem mencionar o 991 Speedster da Porsche, que está mais para Spider que Speedster. Agora, a Mercedes está preparando um esportivo desse tipo, o Purespeed, que está quase pronto, e deve chegar no início de 2025.
A Mercedes, é bom lembrar, foi quem começou com os Speedsters modernos. A Aston Martin até fez um conceito em 2003, mas ele nunca passou de um show car. Foi a Mercedes que, em 2009, meteu o louco e colocou nas ruas o Mercedes SLR McLaren Stirling Moss, uma homenagem ao 300 SLR original que venceu a Mille Miglia de 1955 com Stirling Moss e Denis Jenkinson (o inventor das notas de navegação).
Agora, passados 15 anos, a Mercedes decidiu lançar um novo speedster, o Purespeed, que será o primeiro da sua nova linha de supercarros “Mythos” — algo semelhante ao que a Ferrari e a McLaren fazem com seus programas Icona e Ultimate Series, respectivamente.
O esportivo é baseado no atual Mercedes-AMG SL, que é o roadster do AMG GT. Isso significa que ele deverá manter o V8 biturbo de 4 litros de 585 cv do SL 63 AMG. O modelo já foi mostrado como conceito em maio deste ano. Na ocasião a Mercedes divulgou os detalhes do “Halo” que protege o cockpit e as referências que o modelo faz ao 300SLR de 1955 e ao Mercedes 2 litros que competiu na Targa Florio usando a cor vermelha — para confundir a torcida italiana, dizem.
De qualquer forma, é bom saber que, apesar da histeria elétrica (e do fiasco do C63), a Mercedes-AMG ainda topou o desafio de lançar algo tão especial e específico em pleno 2025. Vou querer o meu prateado com o número 722. (Leo Contesini)