FlatOut!
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Zero a 300

McLaren vence em Goodwood | O adeus a Reeves Callaway | O Cybertruck, finalmente e mais!

Bom dia, caros leitores! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa rica mistura das principais notícias automotivas do Brasil e de todo o mundo. Assim, você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere com a gente!

 

McLaren Solus GT é o mais rápido do Goodwood FoS 2023

O McLaren Solus GT é o carro mais rápido no hillclimb do Goodwood Festival of Speed 2023. O monoposto da Mclaren realizou a prova em 45,34 segundos. É o terceiro melhor tempo da história do circuito para um carro de produção, atrás do McMurtry Speirling (39,08) e do Nio EP9 (44,32), ambos elétricos. Há de se ressaltar que nenhum desses carros pode ser emplacado para uso normal.

Foi um segundo mais rápido que o segundo colocado, o sensacional Subaru GL Family Huckster de Travis Pastrana, que terminou a subida em 46.37 segundos. O terceiro melhor tempo em 2023 foi de um Fórmula 1 do passado: o McLaren M26 dos anos 1970, famoso como o carro de James Hunt.

Com um motor V10 de 5,2 litros, 840 cv e 66 mkgf (baseado num motor Judd de competição), num carro que se declara pesar exatamente 1000 kg, o Solus GT é algo realmente fora do normal: a McLaren diz que é capaz de fazer o 0-96 km/h em 2,5 segundos e chegar a 321 km/h. A carroceria, ainda segundo a empresa inglesa, é capaz de gerar mais de 1200 kg de downforce.

É, também, a encarnação real de um carro antes virtual. Apareceu pela primeira vez em 2017, no jogo Gran Turismo apenas, com o nome de McLaren Vision Gran Turismo. Agora, para os milionários fãs de videogame que ficaram animados com ele, se tornou um carro real que pode ser comprado. Ainda que seu uso seja restrito só as pistas: não atende legislações de carro de rua, e não pode ser emplacado.

Obviamente é claro e exclusivo: custa £ 2,5 milhões (R$ 15.725.000) na Inglaterra, e apenas 25 carros serão fabricados. Além do carro, cada proprietário do Solus receberá um treinamento de pilotagem, um traje de corrida homologado pela FIA, um capacete especial e um dispositivo HANS sob medida. (MAO)

 

Reeves Callaway falece aos 75 anos de idade

Reeves Callaway ficou famoso pelos Corvettes que modificou a partir de 1987: seu Corvette Callaway Twin-Turbo foi uma conversão oficial da GM, oferecido como opcional em toda concessionária Chevrolet americana da época. Dobrava o preço do Corvette, mas fazia um carro de 230 cv e 240 km/h um de 390 cv e 300 km/h.

Mais em seguida, se tornou mais famoso ainda com “The Sledgehammer” (A Marreta), um Callaway Twin Turbo Corvette que se tornaria o carro mais rápido da Terra no final dos anos 1980. Este, ainda com o mesmo motor V8 de 5,7 litros biturbo, dava 880 cv, e chegou a 410 km/h. Sua carreira ficou intimamente ligada a Corvettes desde então.

Callaway e o Corvette C4 Twin-turbo: como tudo aconteceu

Mas Reeves Callaway era mais que isso: depois de fazer fama turbinando BMW série 3 nos anos 1970, criou motores de corrida, uma incrível conversão de duplo turbo para o Alfa Romeo GTV6 que também foi aprovada pela Alfa. Foi um pioneiro fornecedor de peças de fibra de carbono para a indústria americana, e sua consultoria de engenharia era famosa e respeitada, sendo contratada pela Fiat, Land Rover, Aston Martin, Mazda, entre outras. Como já contamos várias vezes no FlatOut.  

Callaway Turbo, ano/modelo 1928: O Stutz-Callaway-Ruger

Callaway era um dos nossos, e certamente deixará saudade. Ely Reeves Callaway III veio a falecer no último dia 11 de julho, aos 75 anos de idade. A causa da morte foram “ferimentos causados por uma queda”.

Seu filho, Peter Callaway, é hoje o presidente da empresa. Segundo ele, seu pai era “A true gentleman, e dedicado pai de quatro filhos e avô de dois netos.” Descanse em paz, Mr. Callaway. (MAO)

 

Primeiro Cybertruck já foi produzido no Texas

Você lembra do Tesla Roadster de segunda geração? Mostrado pela primeira vez em 2014, a empresa começou a captar pedidos, mediante depósito de US$ 50.000 (R$ 240.000), ¼ do preço do veículo, em 2017. Os carros eram para ser entregue em 2020.

Depois de atrasos sucessivos, o prazo para estes felizardos receberem seus carros é 2024. Voce poderia imaginar que os depositantes à esta altura processariam; não, estão felizes em jogar dinheiro no colo da mais valiosa empresa do mundo voluntariamente. Estranho pacas; mas real.

O Roadster: esqueceram dele?

Então você tem que entender o ceticismo de todos (menos os inexplicavelmente fiéis muskies, claro) a respeito do Cibertruck. O carro parece tudo menos algo factível, um Renha Formigão reinterpretado que não é bonito nem revolucionário, apenas diferente por ser diferente. Todo mundo achou que era apenas viagem da imaginação do homem mais rico do planeta.

Mas parece que vai acontecer de verdade. Mostrado pela primeira vez em 2019, antes de uma pandemia e quatro anos atrás, agora tudo indica que se tornará realidade. A Tesla acaba de anunciar que a primeira picape elétrica Cybertruck foi construída na Gigafactory Texas.

Obviamente o anúncio veio no Twitter: “Primeiro Cybertruck construído na Giga Texas!”, diz a Tesla.  Na foto, operários entusiasmados posando para a câmera com o primeiro Cybertruck de produção no meio deles. Elon Musk retweetou o tweet em seu perfil, escrevendo “Parabéns Tesla Team!”

Em maio, Elon Musk estimou que a Tesla poderia vender entre 250.000 e 500.000 Cybertrucks por ano, quando a produção atingir o ritmo máximo. “Faremos quantos quiserem e puderem pagar”, disse o CEO da Tesla, acrescentando que será difícil tornar o carro acessível. O que é praxe na Tesla, mas aqui ainda mais: tem exoesqueleto de aço inoxidável, uma inovação que compartilha com o De Lorean 1980, e que obviamente fará dele algo caro.

Junte isso e um desenho realmente polarizador, e este carro seria um fracasso completo se qualquer empresa fora a Tesla tentasse vende-lo. Como é um Tesla, melhor não tentar prever nada. Vinte anos atrás quem imaginaria que a empresa seria a mais valiosa do mundo? Observadores independentes dizem que existem 1,6 milhão de pre-orders do Cybertruck. É mole?

Elon Musk disse em abril que o evento de entrega do Cybertruck ocorreria “no final do terceiro trimestre”, o que provavelmente significa setembro de 2023. (MAO)

 

Conheça o Ferrari KC23

No Goodwood FoS pudemos ver também um novo carro único especial da Ferrari: O KC23. É mais um carro exclusivo para pistas, sem possibilidade de emplacamento.  E como o McLaren Solus GT, é inspirado em um carro de videogame Vision Gran Turismo.

É Baseado no 488 GT3, mas a carroceria é praticamente toda nova, incluindo a aerodinâmica ativa obtida com painéis laterais da carroceria motorizados para abrir as entradas de ar. A pintura chamada Gold Mercury, com “metal líquido embutido na pintura de quatro camadas” é o que os mortais chamariam de “prata”. Encomendado por “um cliente muito imaginativo, apaixonado e exigente”, o KC23 apresenta uma asa traseira gigante que pode ser opcionalmente removida para dar uma aparência mais suave à traseira.

As rodas são de 18 polegadas com pneus slick, mas também há um conjunto “de exposição”, com pneus normais de rua e rodas  21 polegadas na frente e 22 polegadas na traseira.

A Ferrari não diz se o V8 biturbo de 3,9 litros permaneceu inalterado em comparação com o carro de corrida. No 488 GT3 Evo lançado para a temporada de 2020, o motor produz 600 cv a 7.000 rpm e 71 mkgf a 6.000 rpm. O carro permanecerá único, sem cópias planejadas, mas pode ser um arauto do que estar por vir de Maranello. (MAO)

 

Citroën C3 zera no LatinNCAP

O LatinNCAP continua numa situação controversa aqui no Brasil: enquanto algumas empresas se curvam aos seus protocolos independentes, mais rígidos que a legislação, outras simplesmente os ignoram. Como as vendas de carros não parecem ser afetadas pelo número de estrelas dos carros (o Onix anterior, por exemplo, bateu recorde de vendas no mês seguinte de chegar a zero estrelas) por aqui, atender ou não estes protocolos durante o projeto dos veículos parece mais uma questão de imagem.

O mais novo resultado publicado é o do Citroën C3, que zerou nos testes da entidade. Desta vez o carro parece realmente um nível inferior de outros que já zeraram: foi mal no teste frontal 64 km/h contra barreira deformável 40% da frente do carro. O que mostra uma falha no protocolo: tem gente que vai muito bem neste teste mais importante, mas zera por não ter previsão para teste de impacto lateral ou de poste. Todos são zero, mas alguns são mais zero que outros, se é que me entendem.

O resultado para Pedestre no C3: bater a cabeça nas áreas verdes, ok, nas vermelhas, ruim.

No teste lateral, mesmo sem airbags laterais o resultado foi bom; a pior região, o peito, ficou na graduação “adequada”. O teste lateral de poste não foi realizado por não haver necessidade: este teste mira o poste na cabeça do ocupante, e se não há um airbag para proteger a cabeça, o zero é inevitável. A proteção ao pedestre, basicamente impactos de cabeça no capô, também não teve bons resultados, mostrando que o carro não foi projetado para atender este critério.

Como sempre, devemos evitar sensacionalismos: os testes da entidade são acima da legislação, então não há crime nem carro inseguro aqui. Os testes da LatinNCAP tem que ser considerados como baliza de comparação de performance de segurança; todos tem segurança básica garantida por lei. A resposta da Citroën é a de sempre para esses casos, e lembra todos disso: “atendemos todas as legislações vigentes”. (MAO)