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Motor V10 Ferrari de Fórmula 1 à venda! Onde você o colocaria?

Todo entusiasta planeja, um dia, realizar um engine swap e trocar o motor de um carro (o modelo fica a seu critério) por outro mais potente. A ideia é tão comum que a gente até já fez um guia que pode não ser um manual de instruções passo-a-passo, mas já coloca uma bela luz no caminho. Aproveite e releia, e depois conte as moedas para ver se dá para comprar este motor V10 Ferrari de Fórmula 1 que será leiloado daqui a dois dias em Paris. Onde você vai colocá-lo?

Não vale responder “vou transformar em uma mesinha de centro e colocar na minha sala”. Claro, isto é bacana, mas você pode usar um bloco velho. Não vá fazer isto com um V10 novinho, em pleno estado de funcionamento, do mesmo tipo usado pelo Ferrari F310, monoposto que competiu em 1996 e 1997 (neste último, como F310B) — um bloco trincado já resolve esta questão. De qualquer forma, antes de pensar a respeito do carro que merece este V10, vamos conhecê-lo melhor.

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Trata-se de um motor Ferrari Tipo 046. Este foi o primeiro V10 utilizado pela Ferrari na Fórmula 1 — desde que os turbos foram banidos da Fórmula 1 em 1989, a Scuderia apostava em seus consagrados motores V12, mas ainda não havia conseguido repetir o sucesso que havia tido na virada dos anos 1980, quando a Ferrari ficou com os títulos de construtores de 1979, com a Ferrari 312T e seu flat-12 de três litros e mais de 500 cv; além de  1982 e 1983 — estes, com o 126C e seu V6 turbinado de 1,5 litro e mais de 600 cv.

Com o banimento dos turbos, em 1989, o novo regulamento previa que os motores aspirados poderiam render até 3,5 litros, não importando o número de cilindros Em 1995, o deslocamento ficou ainda menor, reduzido a três litros e a Ferrari decidiu apostar em um V10 em 1996.

Na época, os V12 eram exceção, e as equipes preferiam os motores V10, como os Renault da Williams e Benetton ou o Mercedes da McLaren, que eram capazes de girar a mais de 15.000 rpm.

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O motor tinha comando duplo no cabeçote e quatro válvulas por cilindro, com um ângulo de 75° entre as bancadas, a fim de tornar o motor mais largo, baixando seu centro de gravidade e melhorando o equilíbrio dinâmico. O que era extremamente importante, visto que, calibrado para os treinos de classificação, a potência chegava facilmente aos 750 cv a 15.500 rpm. E o ronco disso, meus amigos? Era assim:

E olha que este vídeo é recente. Que tal a volta de classificação de Michael Schumacher para o GP de Monaco de 1996, onde o alemão conseguiu a pole com 1:20,356? Ok, apenas sete carros cruzaram a linha de chegada naquele dia e Schumi foi um dos que não o fizeram, mas sua volta foi épica. Olha só:

O fato é que a Ferrari F310 (bem como sua evolução, o F310B) não era um carro exatamente confiável — principalmente com o colega de equipe do alemão, Eddie Irvine —, mas seu desempenho que finalmente colocou a Ferrari em evidência novamente acabou levando todas as outras equipes a adotarem a configuração de motor V10, atraídas por sua capacidade de entregar mais potência que um V8, sendo mais compacto e leve que um V12. E soando tão bonito quanto.

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Mas o que você precisa para conseguir um motor desses? Nossa melhor dica: junte pelo menos €50 mil (cerca de R$ 218 mil em conversão direta) e compre uma passagem de emergência para Paris. Isto porque o valor de arremate estimado para este motor fica em algum lugar entre €50 mil e €70 mil, o que dá algo entre R$ 218 mil e R$ 306 mil, em conversão direta, e o leilão promovido pela RM Sotheby’s  acontecerá em Paris no próximo dia 3 de fevereiro, durante o Retromobile.

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Considerando que você consiga fazer isto e ir até Paris para comprar um motor, nos diga, então: que projeto seria merecedor desta bela obra de arte e engenharia?