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Mustang GTD quebra barreira dos sete minutos em Nurburgring
A Ford finalmente divulgou seu melhor tempo com o Mustang GTD em Nurburgring: 6 minutos e 57,685 segundos. Oficialmente agora o Mustang GTD é o carro americano mais rápido no circuito alemão. Supera o Dodge Viper ACR em 4,3 segundos. É também o único carro americano a fazer uma volta abaixo de sete minutos. De acordo com a Ford, é um dos seis carros “de rua” a quebrarem a barreira dos sete minutos.
A volta recorde ocorreu em 7 de agosto; provavelmente estavam tentando melhorá-la até agora: o CEO da Ford, Jim Farley, diz que há tempos melhores ainda possíveis com o carro, e promete voltar à pista em 2025.
O piloto da Multimatic Motorsports, Dirk Muller, estava ao volante do Mustang. A Ford diz que o tempo é o resultado de dois anos de desenvolvimento, testes e trabalho de simulação.
Se você voltou agora de uma viagem de dez anos a Urano, o Mustang GTD é uma tentativa da Ford de estender o pacote do que pode ser um Mustang até a região do supercarro. Tem chassi exclusivo, com metade de seus 1482 kg em cada eixo, graças principalmente ao transeixo de dupla embreagem e oito velocidades montado na traseira. A suspensão é totalmente desenhada como num carro de competição, independente por longos braços nas quatro rodas, e com coilovers acionados por pushrods na traseira. É também o Mustang de produção mais potente de todos os tempos, com um V-8 de 5,2 litros com supercharger, 826 cv, e um torque de 91,8 mkgf.
Parabéns à Ford pelo feito incrível; agora é só parar de usar o nome importante, com significado cada vez mais forte, em SUV elétrico. Aí fica tudo perfeito. (MAO)
Mustang deve vir com câmbio manual ao Brasil em 2025
E falando em Mustang, olha só que boa notícia: a Ford deve trazer o Mustang com câmbio manual para o Brasil em 2025. Esta é uma das melhores notícias que demos este ano: o Mustang GT atual já é um carro sensacional, seu único problema era o slushbox, a caixa automática, aquela onde entra potência por um lado, e decepção e tristeza saem do outro. Não mais! Obrigado, Ford.
O jeito que mostrou isso foi meio estranho, porém; com a nova série da Netflix lembrando todos de nosso maior piloto, por algum motivo a Ford quis colocar ele na parada: mostrou em uma postagem no Instagram uma pedaleira de Mustang com três pedais, e um punta-tacco feito por um cara usando mocassim e meia branca. Mocassim e meia branca? Quem usaria isso? Bem, infelizmente é marca registrada de Ayrton Senna. O cara pilotava pacas como sabemos, mas obviamente não era perfeito. Mocassim? Nem em 1984 isso era aceitável!
A postagem, que carrega a hashtag #SaveTheManuals, declara que ”Até que seja ilegal. Estaremos aqui.” Bacana, mas sabemos que isso não pode ser levado à sério, é só papo para nos alegrar; o verdadeiro seria “enquanto acharmos que vai trazer mais interesse, clientes, boa vontade para com a empresa, e no fim mais grana para a gente, oferecemos”. Mas ok, não estamos reclamando. Trazer Mustang manual cobre quase todos os pecados possíveis.
Não há ainda menção de preço ou disponibilidade; o Mustang hoje está disponível apenas na versão GT Performance, a um preço de R$ 529.000. O chute aqui é apenas o câmbio manual opcional na mesma versão. A custo zero por favor: sabemos que o automático é mais caro, mas não vamos pedir desconto.
Mas na verdade, nada disso importa. O que importa é que o Mustang GT, com seu chassi primoroso, tração traseira, e um V8 aspirado de 488 cv, vai vir com câmbio manual de seis marchas para o Brasil, oficialmente. E os mocassins, graças a Deus, não são obrigatórios. (MAO)
Citroën C4 Cactus é descontinuado no Brasil
Depois de tanta boa notícia, uma triste; ainda que triste somente para quem gosta de carro bom e barato, e não se importa que está “velho” no mercado. A Citroën confirmou ontem ao site Motor1.com Brasil que não está mais oferecendo o C4 Cactus no mercado brasileiro. Em comunicado oficial, a marca disse: “A Stellantis confirma o fim da comercialização do modelo Citroën C4 Cactus no Brasil. O modelo se tornou referência em ousadia, design e performance, e construiu um legado que será continuado pelos SUVs Basalt e Aircross. Ele segue sendo comercializado nos países importadores.”
Com o C4 Cactus, vão embora também os motores 1.6 16V e o famoso “BMW” da época da PSA, o 1.6 THP. O Cactus estava esquecido faz tempo, e isso sempre provoca descontos interessantes. Para quem não se importa que seja somente automático, ou mesmo exige o câmbio automático, um C4 Cactus THP estava com preços ótimos, descontos de praxe no fim de sua vida. Quem aproveitou, aproveitou. O C4 Cactus com o THP tinha 173 cv, e pesava 1213 kg; a versão 1.6 aspirada também não era ruim, com 118 cv.
Medindo 4.170 mm num entre-eixos de 2600 mm, era basicamente um hatch médio, em roupa SUV. O Cactus nasceu como um hatch barato e econômico na Europa, com laterais protegidas por plástico e vidros traseiros das portas basculantes. Cactus aludia à planta desértica que vive com pouquíssima água, como o Citroën faria com combustível. Mas já chegou aqui modificado para o exigente consumidor brasileiro, que não aceita esse tipo de “depenação”. E mesmo na Europa, não foi sucesso.
Era um carro interessante e bem-posicionado, teve relativo sucesso; no seu fim, era realmente um bom negócio. Mas nada é para sempre, e este é o seu fim. (MAO)
Carlos Tavares: Hemi-killer
Bastou Carlos Tavares deixar de ser o CEO da Stellantis e, começaram as histórias de seu tempo na empresa. A primeira é impressionante: uma fonte disse à CNBC americana que todo mundo dentro do braço americano da empresa não queria descontinuar o V8 Hemi: a culpa do fim seria exclusiva da vontade de Carlos Tavares.
Vamos lá: sim, dá para acreditar nisso. Mas também, depois que o chefe foi embora é natural colocar toda culpa nele; no frigir dos ovos toda culpa é dele mesmo, por ser a autoridade máxima. Mas não dá para deixar de imaginar aquele monte de gente que tratava bem e concordava com tudo que ele dizia, e impunha as vontades dele a seus subalternos, dizendo agora que não tem nada a ver com o erro. Agora, todo mundo está com as costas na parede, certamente.
Culpa exclusiva de Tavares ou não, o fato é que foi um erro claro. E reconhecer que foi um erro, como parece estar acontecendo, é o primeiro passo para resolver as consequências dele. A reportagem da CNBC indica que havia uma desconexão entre se a Stellantis era um conglomerado europeu ou americano, com o CEO tratando-a mais como a primeira. Como resultado, houve um esforço relacionado para “limpar as emissões da Stellantis”, o que significou matar o Hemi V-8 e avançar rapidamente para a eletrificação.
Esperamos ansiosos os próximos acontecimentos na empresa. Tim Kuniskis, um executivo que abandonou a empresa por causa das políticas de Tavares, está de volta, outra indicação de mudança de curso. Será que o V8 volta? Se eu fosse um cara de apostar… (MAO)
Este é o Aston Martin Valhalla
Finalmente, ele está aqui. O Aston Martin Valhalla apareceu ao público pela primeira vez em 2019, como o conceito AM-RB 003. Quase seis anos depois, finalmente o carro foi lançado. O início da produção será no segundo trimestre de 2025
É basicamente um Aston Martin que, seguindo no vácuo do Valkyrie, vai ser um competidor dos supercarros italianos “de produção normal”, como o Lamborghini Revuelto e o Ferrari SF90 Stradale.
Atrás do piloto está um V8 biturbo de 4,0 litros de 828 cv; além disso, três motores elétricos, um na transmissão e dois no eixo dianteiro, completam a potência de 1079 cv e 112 mkgf. O carro é um Plug-in Hybrid (primeira vez num Aston), então as baterias podem ser recarregadas em casa, pela rede.
O V8 é novo: virabrequim plano, cárter seco, mas a base é o V8 da Aston, o que significa AMG. Novos comandos e coletores de escape também fazem parte das modificações, e os turbos são maiores do que os encontrados no DBX707. O transeixo é também novo: um DCT de oito velocidades. A Aston diz que o carro fará o 0-100 km/h em 2,5 segundos e chegará a 350 km/h.
Incorporar um trio de motores elétricos permitiu que a Aston Martin desse ao Valhalla vetorização de torque no eixo dianteiro, enquanto um diferencial eletrônico de deslizamento limitado ajuda na traseira. A assistência elétrica também atenua qualquer lag perceptível do turbo, e a energia perdida pode ser capturada durante a frenagem. O Valhalla pode até mesmo dirigir puramente com energia elétrica por até 14 km, embora a velocidade máxima seja limitada a 140 km/h.
Como o Valkyrie, o Valhalla prioriza a aerodinâmica. A 240 km/h, ele produz mais de 600 kg de downforce e, conforme a velocidade aumenta, peças aerodinâmicas ativas são usadas para diminuir o excesso de downforce das asas dianteiras e traseiras, e permitir menos arrasto.
O chassi do veículo, incluindo a suspensão, a frenagem, a direção, a aerodinâmica ativa e o trem de força, são otimizados por um sistema Integrated Vehicle Dynamics Control (IVC), permitindo o ajuste fino dos principais parâmetros. O IVC também garante que os eixos dianteiro e traseiro possam se comunicar entre si, pois não há conexão física entre eles.
O Valhalla é construído em torno de um monocoque de fibra de carbono; subchassis de alumínio são então fixadas na parte dianteira e traseira. A suspensão dianteira atua por pushrods com molas e amortecedores internos, e na traseira há amortecedores adaptativos Bilstein DTX. A frenagem é controlada por discos de carbono cerâmica em todos os quatro cantos, 16,1 polegadas na frente e 11,4 polegadas na traseira.
Por dentro, como o Valkyrie, a posição de dirigir é meio que… ginecológica, vamos dizer assim; os pés estão mais altos que a sua busanfa. Os bancos são de fibra de carbono de uma só peça. Um volante de fibra de carbono com parte superior e inferior planas chama a atenção, assim como um grande painel de instrumentos digital e uma grande tela de infoentretenimento. A equipe da Aston Martin também criou gráficos especiais para esses displays.
Assim como outros modelos Aston Martin, aqueles que comprarem um Valhalla receberão “infinitas possibilidades de personalização e sob medida” por meio da divisão Q by Aston Martin. Não há informações sobre quanto o Valhalla custará, mas será limitado a apenas 999 exemplares no mundo todo. (MAO)