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Na Holanda dos anos 1970, a polícia andava de Porsche 911 – e este aqui está à venda!

Quando se pensa em carros de polícia bacanas, logo vêm à mente as viaturas de Dubai, que vão de BMW M5 a Bugatti Veyron, ou os clássicos Police Interceptor americanos. Mas que tal algo mais clássico, como um Porsche 911 de primeira geração, por exemplo? Pois era exatamente este o caso da polícia rodoviária holandesa, que na década de 1970 usava o 911 Targa para patrulhar as vias expressas do país. Trabalho ruim, este, hein?

OK, o Porsche 911 não era o único carro que a chamada Rijkspolitie, a Polícia Nacional holandesa, utilizava em suas patrulhas. Eles também tinham sedãs mais comuns, furgões e utilitários. E, na verdade, o Nine-Eleven era usado apenas por uma divisão rodoviária especial criada em 1962, Algemene Verkeers Dienst, ou AVD (Departamento Geral de Tráfego).

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“Então eles usavam o 911 para perseguir rachadores e criminosos em fuga? Animal!” Bem, talvez isto acontecesse de vez em quando, mas a razão era outra. Em seu primeiro ano de atuação, a AVD encomendou à Porsche alguns exemplares do Porsche 356, adotando o 911 Targa alguns anos depois. Os carros sem teto eram usados para oferecer maior visibilidade aos agentes, além de permitir que um dos policiais ficasse em pé dentro do carro e dar instruções a outros motoristas.

Não é de se estranhar, vindo de uma organização policial que mantém ursos de pelúcia em cada uma de suas viaturas, caso precisem atender a uma ocorrência com uma criança (é sério).

E é claro que eles poderiam usar outros conversíveis, mas talvez gostassem mais do 911 — tanto que o esportivo alemão continuou sendo usado pela AVD até 1993, tornando-se um símbolo da polícia rodoviária holandesa.

Os carros, naturalmente, eram modificados para uso pela polícia. O sistema elétrico recebia fios extras para a instalação de equipamentos de comunicação, um alto-falante era posicionado sob a tampa do motor e um giroflex azul era instalado na coluna central. Os carros também recebiam faróis auxiliares, luz de neblina na traseira e dois retrovisores extras — um interno e um externo, do lado do passageiro (o 911 não vinha de série equipado com um).

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No lugar do banco traseiro havia uma caixa de madeira com vários equipamentos utilizados pelos policiais: um par de algemas, luzes de emergência, etilômetro, uma câmera fotográfica, marcadores brancos (como aqueles usados para demarcar a cena de um crime) e uma placa de “PARE”. Também encontravam-se ali dentro triângulos de sinalização, extintor de incêndio, itens de primeiros socorros, algumas lâmpadas extras, chave de roda e folhetos educativos.

foto antiga

O carro em questão foi entregue à AVD em novembro de 1974 e, como todo Porsche 911 de polícia, era branco com interior de couro preto. A “Certidão de Nascimento” (que é como a Porsche chama o documento que acompanha todo carro que sai da linha de montagem) diz também que o carro tinha um flat-6 de 2,7 litros e 150 cv, e que foi equipado com o espelho retrovisor opcional do lado do passageiro, barras estabilizadoras dianteira e traseira (de 20 mm e 18 mm, respectivamente), faróis auxiliares amarelos e luz de neblina. Quando era usado pela polícia, o Porsche 911 era chamado pelo código “Alex 12.85”.

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Não se sabe quanto tempo durou sua carreira a serviço da lei, mas o fato é que, depois de aposentado, o carro teve todos os seus acessórios removidos foi vendido a um civil. Não há registros a respeito do que aconteceu com o carro desde então (não publicamente, ao menos). No entanto, em 2015, “Alex 12.85” passou por uma restauração completa, que incluiu não apenas a recuperação mecânica, mas também seu retorno às especificações policiais usando componentes NOS (new old stock).

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Entre 1962 e 1993, cerca de 500 Porsche 911 foram comprados pela Polícia Nacional da Holanda, sendo que apenas umas poucas dezenas sobrevivem até hoje, aposentadas. E apenas cinco exemplares foram entregues em 1974, fazendo de “Alex 12.85” um carro bastante raro. No próximo dia 9 de outubro ele será leiloado pela Bonhams durante o evento “The Zoute Sale”, em Bruxelas, na Bélgica. A casa de leilões espera arrecadar algo entre € 95-145 mil, ou cerca de R$ 430-650 mil em conversão direta.