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Zero a 300

Nissan promete novos SUV no Brasil | Icon Suburban | Rádio AM é de lei e mais!

Bom dia, caros leitores! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa rica mistura das principais notícias automotivas do Brasil e de todo o mundo. Assim, você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere com a gente!

 

Nissan anuncia investimento no Brasil, e “dois novos SUV”

A Nissan anunciou um investimento importante de R$ 2,8 bilhões no país. O dinheiro irá para a fábrica em Resende, RJ, para a produção de novos… SUVs, claro. Quatro novos fornecedores estarão dentro do parque de Resende e a produção será ampliada para que o complexo sirva como polo de exportação para toda a América Latina. A meta é chegar aos 7% de participação na região até 2026.

O anúncio veio depois que o CEO global da Nissan, Makoto Uchida, participou de um encontro com o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin, onde confirmou o plano de lançar dois SUVs no Brasil.

E quais serão esses dois SUVs? O primeiro, muito provavelmente, será um novo Kicks, carro lançado aqui em 2016, e que ainda vende relativamente bem. Este novo carro deve usar também um motor turbo, para se adequar aos gostos atuais dos clientes desta faixa.

Renault Kardian

O motor turbo muito provavelmente será o mesmo usado no Renault Kardian; lembremos que as empresas, embora tenham operações separadas aqui, são na verdade parte de uma aliança, e usar outro motor seria no mínimo uma estratégia duvidosa, e no máximo, meter os pés pelas mãos.

O 1.0 turbo do Kardian tem 125 cv e 22,4 mkgf; hoje o Kicks tem um quatro em linha aspirado bem bom na verdade, com 116 cv e 15,5 mkgf, mas obviamente, menos satisfatório especialmente em torque em baixa comparado aos turbos modernos.

O segundo SUV? Este, ninguém sabe, na realidade. Um chute comentado por aí diz que seria uma reformulação geral no Kicks atual, que criaria um carro ainda mais barato, mantendo as características ainda bem interessantes do carro atual. Seria ótimo; mas difícil imaginar alguém querendo fazer carro barato hoje em dia. Toda a história de SUV é vender o mesmo, por mais; não tem mais espaço interno, nem custam mais para fazer, que os hatches que derivam, mas são muito mais caros.

Mas enfim, o fato é que qualquer investimento aqui no Brasil é bem-vindo; significa mais dinheiro, empregos e alegria financeira para os funcionários da empresa. Parabéns a Nissan, e obrigado por acreditarem no Brasil. (MAO)

 

Rimac Nevera de marcha a ré: recorde a mais de 275 km/h

Parece piada, mas não é. O Rimac Nevera, supercarro elétrico croata, bateu o recorde mundial de velocidade em marcha-à-ré: nada menos que 275,745 km/h. Isso significa que o Rimac é mais veloz de marcha à ré que, por exemplo, todo e qualquer carro fabricado no Brasil andando para frente. Ou mesmo, mais rápido que um Mustang GT V8 em uma reta infinita. Barrabás.

O recorde anterior era de um Caterham 7 Fireblade em 2003, que atingiu então bem mais discretos (mas ainda assim assustadores de ré) 165 km/h. O Nevera conseguiu estabelecer o recorde graças a própria natureza do elétrico.

Explico: o motor elétrico dispensa várias marchas, agindo direto na roda ou, como no Nevera, uma relação só, fixa. Também tem a mesma força e potência para qualquer lado que o motor gire. Assim, um elétrico tem que normalmente ser limitado em velocidade de ré. Só não tem a mesma velocidade final andando de ré por causa de aerodinâmica; a potência é igual!

Neste caso, os quatro motores, um por cada roda, somam nada menos que 1940 cv e 240 mkgf desde zero rpm. Força mega séria, difícil de compreender até. Para a frente, o carro acelera de 0-96 km/h em 1,74 segundos, e chega a 415 km/h. Alguém na empresa disse: ei, podemos bater o recorde de ré; é de apenas 165 km/h. Foi o que bastou.

O que não se sabia era quão estável seria. Goran Drndak, piloto de testes da Rimac, disse que “demorou um pouco para se acostumar” à experiência de dirigir para trás (jura?), mas o carro se portou bem. Ele disse que teve cuidado para não perturbar o equilíbrio do carro, movendo suavemente o volante para permanecer no curso e observando o ponto de frenagem durante a tentativa. Nervos de aço, ein, Mister Drndkrak… gdrkne…. dgrugshdgh… Seo Goran!

O recorde foi quebrado no familiar campo de provas da ATP em Papenburg, Alemanha. O fabricante estabeleceu 23 recordes de aceleração no início deste ano, no mesmo lugar. Depois de ser o carro que mais acelera de zero até todas as velocidades incrementais até 400 Km/h, e ser o elétrico mais veloz no Nurburgring, o que faltava para o Nevera? Bater recorde discosta! Seo Creisson ficaria orgulhoso! (MAO)

 

Icon faz um Reformer em cima de Suburban 1970

Quem não conhece as criações da Icon 4×4 da Califórnia precisa conhecer. Jonathan Ward é um ex-ator mirim cuja paixão é o desenho automotivo, e que aprendeu seu ofício de criador de automóveis especiais restaurando, e depois modificando, Toyota Land Cruiser FJ. Sim, o nosso Bandeirante; ele inclusive visitou várias vezes o Brasil para comprar carros e carrocerias novas.

Mas hoje sua empresa é um fabricante de carro de alto nível sob encomenda, que usa os números de chassi e desenho básico de carros antigos para fugir de legislação. Três modelos “de série”: Toyota FJ, Ford Bronco, e Picape Chevrolet 1948-1950. Mas o mais legal são os seus projetos únicos, especiais e individuais: Derelict, quando a pátina original da carroceria é preservada, e Reformer, quando não. Este é um Reformer.

Trata-se de um Chevrolet Suburban 1970, muito cinza de verdade, totalmente alterado e modificado; os números mais impressionantes são 1000 cv, e um custo de US$ 1,1 milhão. Mas como sempre em seus carros, são os detalhes que impressionam.

Normalmente um carro desse seria feito para off-road; neste caso o dono pediu um carro baixo para alta velocidade em estrada. Se nota de cara que é algo especial porque é um quatro portas. Em 1970, a Chevy oferecia apenas três portas – duas portas para passageiros e uma para o motorista. Uma porta foi criada do zero, e integrada à uma carroceria que nunca a teve.

A grade levou 50 horas para ser usinada em alumínio, e Ward criou um design “inspirado no arquiteto Mies van der Rohe”. Toda as maçanetas das portas, painel, volante e quase todos os acabamentos foram redesenhadas e usinadas a partir de tarugos sólidos de metal. As rodas são peças personalizadas da HRE.

O cliente queria alta potência também. O motor vem da Nelson Racing Engines, que criou um V8 baseado nos LS GM com dois turbos e sete litros, para chegar aos desejados 1000 cv na roda.  A potência vai para o eixo traseiro Dana 60 através de uma caixa GM automática de quatro marchas. O chassi, especial de Art Morrison, vem com suspensão independente nas quatro rodas. Os freios são Brembo, com auxílio hidráulico hidroboost, e pinças de seis pistões na frente e atrás.

O interior recebe a mesma atenção. Os assentos usam espuma tipo Tempur-Pedic com couro italiano na parte superior. O proprietário é um audiófilo e está enviando o SUV para uma loja separada para instalar todos os alto-falantes. Ao todo, como todo carro desta empresa, uma obra de arte individual e única; por um preço, claro. (MAO)

 

Receptor de Rádio AM pode ser obrigatório nos carros, nos EUA. Sério!

Tem gente que ainda não entendeu que é basicamente regulamentação estatal que suga toda a liberdade e inventividade do projeto de automóveis, impedindo quase tudo e caminhando para veículos burocraticamente projetados segundo especificações governamentais.

Olha isso: rádio AM. Parece claro que ninguém ouve muito rádio mais, e quando ouve, é FM. E mais: se realmente quiseres ouvir rádio, pode-se fazer isso via internet, e ouvir no carro conectando seu celular nele, não? Não há necessidade de se manter receptor de rádio no carro hoje. Se sou eu o presidente do fabricante XPTO, mandava parar de fazer e boa. Mas entendo o medo de alguns: o máximo que fizeram foi retirar a faixa AM do rádio.

Novidade da Tesla: rádio AM!

Foi o que algumas marcas fizeram nos EUA. Tesla, Rivian, VW, Volvo, Polestar, BMW e Ford pararam totalmente de oferecer rádio AM. Mas isso, claro, não ficou impune. Decidiram algo sem o governo! Bastou o anúncio deste movimento, para que funcionários do governo afirmassem que a rádio AM é uma importante ferramenta de comunicação durante emergências de grande escala e é vital nas zonas mais rurais do país!

Que saudade da época em que carro vinha sem som nenhum, e a gente escolhia e comprava ele fora. Ou não! Mas enfim… Tal é a convicção do governo americano, que os senadores apresentaram um projeto de lei bipartidário para obrigar a inclusão de receptores AM em novos veículos.

A indústria reclamou: aparentemente os veículos elétricos exigem medidas extras para evitar interferência com as ondas de rádio AM, e este foi o real motivo de abandonarem a faixa. As medidas para melhorar a recepção AM nos elétricos incluem blindagem extra para cabos de rádio, filtros EMI e cancelamento de ruído. A indústria estima de 70 a 50 dólares de custo por carro (e aproximadamente 1 a 2 kg de peso), o que entre 2023 e 2030 poderá custar 3,8 bilhões de dólares no total. É mole?

Ou seja, um fardo significativo, que quem pagará, claro, não serão os políticos nem os fabricantes: será pago, como sempre, por nós, que compramos automóveis. Com um lucro embutido pelo trabalho realizado, claro.

Cabe agora ao Senado americano decidir a questão. Minha aposta? Vão obrigar a colocar. Não vai custar nada para eles, e ganharão votos de cidadãos da área rural na faixa de idade de 70 a 99 anos, que ainda ouvem o equivalente americano da “Rádio Caipira Raiz AM de Cabrobró do Norte”. Certeza. (MAO)