O Citroën DS3 está naquela fase esquisita — não é um lançamento, visto que começou a ser importado em 2012, mas continua com cheiro de novidade. E não deixou de ser um dos hatchbacks mais legais à venda no Brasil hoje, mesmo sendo um modelo de nicho. Agora, a Citroën deu uma leve atualizada nele para não nos deixar esquecer disso. Mas o que mudou?
A boa notícia: não foi o motor, que continua sendo o 1.6 THP, quatro-cilindros turbinado desenvolvido em parceria pela BMW e pelo grupo PSA (Peugeot e Citroën), e que também está presente debaixo do capô de vários modelos das duas companhias, incluindo Mini Cooper, Peugeot 308 e BMW Série 1.
Se você não lembra porque gostamos tanto dele, aí vai um refresco: com 1,6 litro, cabeçote de 16 válvulas com comando duplo variável, turbo e injeção direta, ele produz 165 cv a 6.000 rpm e 26,5 mkgf já aos 1.400 rpm. O câmbio também não mudou — continua manual com seis marchas. Com este conjunto mecânico, o DS3 acelera até os 100 km/h em 7,3 segundos, com velocidade máxima de 219 km/h.
As novidades são estéticas e funcionais. Por fora, ficam por conta dos faróis — ou melhor, a “nova assinatura luminosa” segundo a fabricante. O DS3 estreia a identidade visual renovada apresentada nos conceitos Citroën Numéro 9 e DS Wild Rubis, de 2012 e 2013, respectivamente.
Segundo a marca, eles foram inspirados em “diamantes em um estojo” — provavelmente em referência aos elementos separados dentro da carcaça, que usam LEDs em três módulos menores e bi-xenon nos módulos principais, maiores.
A Citroën diz que os novos faróis proporcionam uma economia de energia de até 35% em luz baixa e 75% em luz alta, além de durar até 20.000 horas — uma vida útil até 20 vezes maior que a das lâmpadas halógenas tradicionais. As lanternas traseiras também ganharam LEDs que, acesos, dão um efeito tridimensional, e o logotipo “DS” com uma trama prata em relevo.
Os outros elementos da carroceria continuam os mesmos — faróis auxiliares e luzes diurnas de LEDs, a característica coluna C em formato de barbatana de tubarão que faz o teto parecer um elemento suspenso — com exceção das rodas com acabamento diamantado e novo desenho. Há, também, novas combinações de cores: Gris Aluminium (metalizado) e Bleu Infini, Bleu Encre (azul marinho metalizado) e Blanc Opale, Blanc Nacré (perolizado) e Bleu Infini e Whisper (metalizado) e Blanc Opale.
O interior ganhou um sistema multimídia com tela sensível ao toque, navegação por satélite e câmera de ré — algo já presente nos modelos vendidos lá fora, mas que aqui dava lugar a um sistema de som convencional. Os outros elementos estéticos foram mantidos — o quadro de instrumentos com três mostradores separados, o volante de diâmetro pequeno e boa pegada, boa ergonomia com todos os instrumentos ao alcance da mão, bancos envolventes e posição de dirigir mais do que correta.
A suspensão bem acertada, uma das razões para o bom comportamento dinâmico do DS3, permanece igual: um sistema idêntico ao do C3 — McPherson com braços inferiores triangulares na dianteira, barra de torção com molas helicoidais na traseira e barras estabilizadoras —, porém com calibragem exclusiva.
As novidades não fizeram o preço do DS3 subir — na verdade, houve uma redução de R$ 7.090 e agora, o modelo básico custa R$ 79.900 (eram R$ 86.990). Com todos os opcionais equipados, porém, o valor sobe para R$ 89.880. Isto só foi possível porque o DS3 também perdeu alguns itens de série — apoio de braço central dianteiro, retrovisores com rebatimento elétrico, sensor de chuva e acendimento automático dos faróis, por exemplo.
Para nós, o DS3 continua sendo uma ótima compra para quem quer um hot hatch divertido, compacto e que não passe despercebido — nada mais justo para aquele que foi um dos precursores da atual onda de hot hatches presente no mercado brasieiro, cujo mais recente representante é o Suzuki Swift Sport.