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Lançamentos

Novo Honda Civic Si 1.5 turbo de 208 cv é lançado. Será que vem para o Brasil?

A Honda revelou na noite desta última quinta-feira (6) a nova geração do Civic Si, posicionada abaixo do Civic Type-R, por meio de um vídeo, e também divulgou muitos detalhes a seu respeito – ainda que tenha deixado algumas perguntas no ar…

Não há como começar a falar do Civic Si de outra forma: pela primeira vez, a versão será equipada com um motor turbo. Não nos surpreende, visto que esta tendência ficou bem clara logo no lançamento da décima geração. Sai o naturalmente aspirado K24, de 2,4 litros, com 206 cv a 7.000 rpm e 23,9 mkgf de torque a 4.000 rpm; e em seu lugar entra o quatro-cilindros turbo de 1,5 litro com 208 cv a 5.700 rpm e 26,5 mkgf de torque entre 2.100 e 5.000 rpm, com duplo comando variável VTEC.

Não são números muito mais altos (especialmente considerando que a Honda prometeu o “Civic Si mais potente da história…) , mas a potência máxima chega 1.300 rpm mais cedo, enquanto o pico de torque aparece 2.300 rpm mais cedo e se sustenta por 70% da faixa de rotações. A transmissão segue manual de seis marchas, e leva a força para as rodas dianteiras através de um diferencial de deslizamento limitado.

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Disponível como sedã e cupê, o Civic Si ficou mais leve e mais rígido do que a geração anterior, e também recebeu um novo sistema de direção com assistência elétrica e dois pinhões com relação variável, amortecedores ativos, molas mais firmes e barras estabilizadoras mais rígidas (30% na dianteira e 60% na traseira). Além disso, os discos de freio dianteiros são maiores que no antecessor (312 mm de diâmetro), e os pneus são mais largos e de perfil mais baixo (235/40/18, podendo-se optar por um jogo de pneus mais voltado ao desempenho). Os braços superiores da suspensão dianteira são os mesmos do Civic Type-R.

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Outra novidade anunciada pela Honda foi a adoção de dois modos de condução: Normal e Sport. O primeiro, claro, é voltado ao uso cotidiano, com mais conforto. O modo Sport, como esperado, deixa a suspensão mais rígida e aprimora as respostas da direção e do acelerador.

Em relação ao visual do carro, temos algo muito próximo do protótipo mostrado em novembro de 2016: o para-choque dianteiro mais agressivo, com spliter e tomadas de ar maiores (e duas bocas enormes decorativas ao redor dos faróis neblina) o spoiler traseiro característico da versão (com luz de freio integrada) e a grade com acabamento todo em preto brilhante estão presentes. As rodas, porém, perderam a pintura preta fosca e ganharam um acabamento em dois tons, ainda que tenham conservado o desenho visto no protótipo. A versão cupê é a única que traz a régua iluminada entre as lanternas traseiras e seu spoiler é mais alto que o do sedã.

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Já o belo interior do Civic de décima geração recebeu bancos exclusivos para o Si, com o nome da versão bordado em vermelho nos encostos. Os bancos também têm costuras vermelhas, que se estendem para as portas, volante e coifa da alavanca de câmbio. O pomo do câmbio e os pedais são de alumínio. A iluminação do painel também é vermelha, e o cluster de intrumentos é totalmente digital.

Tudo nos soa promissor, definitivamente — especialmente com as novas curvas de torque e potência. No entanto, a gente realmente esperava algo mais expressivo quando a Honda falou em aumento de potência – especialmente por ser um motor turbinado. Algo na casa dos 215-220 cv, ao menos, uma vez que o Mini Cooper JCW da geração passada tinha deslocamento semelhante e produzia 211 cv. Será que a Honda realmente não conseguiria extrair mais 5 ou 6 cv?

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É claro que, se tratando de um Honda, podemos esperar remapeamentos aftermarket do motor, como já virou tradição. E, no caso do novo Si, os mesmos serão ainda mais importantes, pois tornam possível o aumento da pressão do turbocompressor. Podem apostar que não vamos demorar para vê-los, pois o Civic Si já começou a ser produzido no Canadá e começará a ser vendido nos Estados Unidos no mês que vem, custando algo na faixa dos US$ 20.000.

E também há as dúvidas que ficaram no ar. A fabricante ainda não revelou dados de desempenho, pois deverá guardar a surpresa para o Salão de Nova York, que começa na semana que vem. Sem falar na incerteza a respeito de sua chegada ao Brasil, pois nada foi dito do lado de cá.

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Na nossa opinião, oferecer o novo Civic Si no Brasil faria muito bem para a imagem do modelo, seja como cupê, sedã, ou ambos. Primeiro, porque o sedã que estreou por aqui em 2007 é considerado, até hoje, um dos melhores esportivos de tração dianteira já vendidos no Brasil. Segundo, porque apesar de andar bem (como comprovamos na prática), o Si de nona geração, lançado em 2014 por aqui (importado do Canadá), não fez o mesmo sucesso. Seria uma boa forma de promover o sedã médio, visto que o segmento está bem movimentado – ainda mais agora, com a chegada do novo Toyota Corolla — além de oferecer um rival mais qualificado para encarar o Golf GTI e seu motor 2.0 TSI de 220 cv. O único problema seria a faixa de preço: com o Civic Touring batendo a porta dos R$ 125.000 um Si não chegaria ao Brasil por menos de R$ 140.000.